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Calum e eu saímos da festa um pouco antes do esperado e ao invés de eu passar o final de semana com meus pais ficamos juntos em minha casa. Eu estava nas nuvens quando estávamos juntos, era como se o ar que faltasse em meu pulmão o encheu outra vez, fazendo eu me sentir cada vez mais disposta.

- O que você vai fazer o final de semana? – Ele me perguntou se encostando no batente da porta enquanto me observava vestir a roupa de trabalho.

- Nada, eu acho. Apesar de que deveria estar fazendo compras para ação de graças e natal. – Murmurei para ele dando de ombros. – Por quê?

- O que acha de passar o fim de semana comigo? Não teremos ninguém para atrapalhar. – O olhei e dei um enorme sorriso concordando.

- Sexta feira depois do meu trabalho? – Ele agitou a cabeça concordando. – O que preciso levar?

- Nós vamos a praia. – Balancei a cabeça me lembrando da primeira vez que ele havia me levado a praia.

- Vai ser divertido. – Disse me levantando e caminhando até ele, deixando um beijo rápido em seus lábios.

Após nossa pequena interação de manhã fui direto para o estúdio, eu tinha que gravar dois episódios do programa, fazer uma sessão de fotos e uma entrevista. Para minha sorte Tom estava me esperando com um café e como sempre estava alerta de toda minha agenda.

- Bom dia Ella. – Ele sorriu e me entregou o café. – Vamos começar pelos programas. A gravação vai até as duas. Três e meia você tem uma entrevista com James e as cinco, sessão de fotos.

- Preparado para passar pelo dia comigo? – O rapaz gargalhou e me seguiu. – Tenho compromissos esse final de semana?

- Não, eles desmarcaram o evento de sábado, então você está livre. – Agradeci mentalmente pelo cancelamento do evento.

- Certo, obrigado. – O agradeci me sentando em minha cadeira de sempre para começar as preparações para o programa.

Em um período de uma hora eu já estava pronta para a gravação. O caminho até meu galpão era perto o suficiente para que eu o fizesse a pé. Eu gostava de ir andando apesar de que algumas vezes eu tinha que ir com o carrinho de golf e eu realmente amava o que fazia e o reconhecimento que estava recebendo era incrível.

- Últimos ajustes. – Gabby disse ajeitando a minha calça de látex preta e a camiseta branca com os saltos.

- Obrigada, Gab. – Sorri para ela antes de caminhar em direção ao palco para fazer as introduções do programa.

Nós estávamos mudando os assuntos do programa e dessa vez escolhemos falar sobre maternidade e carreira. Chamamos algumas especialistas e pessoas famosas para que tivéssemos uma visão clara de tudo que estávamos tentando fazer outra pessoa sentir especialmente mulheres que gostariam de se sentir ouvidas e apoiadas. Apesar da audiência ser bem misturada nós conseguíamos deixar todos na mesma página.

Em questão de segundos eu passei meu olhar pela plateia como sempre fazia e meus olhos cravaram num rosto familiar, fazendo minhas pernas tremerem e meu estomago revirar. Troye. Como ele estava ali? O que ele estava fazendo ali? Dei alguns passos para trás tentando alcançar minha cadeira, mas não foi o que me impediu de começar a hiper ventilar.

- Me desculpem, intervalo. – Murmurei olhando para Tom e Ricky que apenas concordaram e me seguiram até a parte de trás do cenário.

Senti meu corpo se sufocando e as minhas lágrimas começaram a rolar. Eu não conseguia falar, não conseguia respirar. Foi como se as paredes ao meu redor estivessem se fechando e eu não conseguia e nem podia fazer nada a respeito.

- Tom, liga para o meu pai. Diga que Troye estava aqui. – O rapaz concordou e se afastou indo para o outro lado.

Eu precisava ser forte e assim segui até o final do dia. Fiz todas as coisas que precisava fazer sem demonstrar medo ou nervosismo. Tudo que eu não precisava agora era desmoronar minha carreira. Encontrei meu pai na porta do meu estúdio, ele havia prometido me levar para casa e assim fez.

- Nós temos a filmagem dele, ele não vai sair ileso dessa. Ele poderia ter te ferido se não tivesse percebido. – Encostei a cabeça no banco do carro deixando que as lágrimas saíssem com tiros.

- Ele olhou para mim como fazia sempre que me culpava pelas merdas que ele fazia. – Solucei passando as mãos pelo meu rosto. – Eu me senti presa, incapaz de fazer alguma coisa. Eu não aguento mais isso.

- Eu sei, querida. Mas não vai durar muito. – Concordei com ele tentando me acalmar. – Você não deveria se sentir assim, sabe, Calum e eu conversamos bastante no casamento e ele parece gostar mesmo de você.

- Ele é um homem de ouro. As vezes eu me pergunto se eu mereça o carinho e atenção dele. – Disse baixo e pude sentir o olhar de meu pai sobre mim.

- Ella você não deve nunca, nunca, duvidar do seu merecimento de amor. Te ver sofrendo e não poder fazer nada é uma das coisas que me mais me machucam. Então dessa vez, deixe-me te ajudar dizendo que você merece alguém que te trate bem, que te surpreenda e que te apoie como Calum está fazendo. – Suspirei baixo, concordando com o que ele falava. – Acredito que ele é a pessoa certa para você.

Ele estava certo. Não podia me desmerecer a esse ponto. Eu mereço ser amada. Ser cuidada. Ser livre. Era desse jeito que eu me sentia quando estava com ele e eu amava me sentir daquela forma.

Meu pai me deixou em casa e se certificou de que todas as medidas de segurança estavam funcionando, até vasculhou a casa caso tivesse alguém lá. Ele foi embora quando já estava segura o suficiente para ficar sozinha.

Liguei para Sophie e contei o que havia acontecido, ela entrou em desespero, mas logo a acalmei dizendo que estava tudo bem e que não deixaria nada acontecer comigo.

- Não se preocupa, Soph. Está tudo bem, eu tenho quem me proteja. – Murmurei olhando pela janela do quarto, vendo a luz da sala de Calum acesa.

- Você já disse para ele que o ama? – Engasguei-me com as palavras dela.

- Por que eu devera dizer? – Perguntei chocada, me aconchegando na cama.

- Porque você sente isso. Pode enganar quem você quiser, menos eu. – Ela riu e eu pude ouvir Andrew resmungando. – No casamento ele te olhava de um jeito que nunca vi ninguém te olhar antes. Tinha amor ali, El. Sei que você tem medo de amar outra pessoa, as acho que agora já está na hora. Troye pode ter acabado com seu dia, mas não o deixe acabar com a sua vida.

- Acho que é hora de voltar a ver a senhora Peperwood. – Respirei fundo citando a minha terapeuta e através do telefone pude sentir o alívio de Sophie.

- Vai te ajudar a enfrentar seus medos e esses sentimentos que te assombram. Você merece as coisas boas da vida. Daqui uns anos você pode estar casada, com uma família, no auge de sua carreira e podre de rica. – Gargalhamos e eu concordei. – Talvez até lá Calum aceite sua loucura e queira ficar com você pra sempre.

- Obrigada, Soph. Por estar sempre comigo e me apoiar desde o jardim de infância. – Sorri limpando o canto do meu olho para impedir mais lágrimas.

- É para isso que somos amigas, certo? Se apoiar e estar juntas. – Suspirei baixo concordando.

Desligamos o telefone um tempo depois e eu acabei ficando acordada pensando em tudo que havia acontecido. Sophie estava certo, não podia deixar Troye acabar com a minha vida e talvez eu estivesse mesmo amando Calum e eu queria que ele se sentisse da mesma forma. 

Next Door. (calum hood)Onde histórias criam vida. Descubra agora