eight

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Sorri para Calum que havia estava segurando seu cachorro com um braço e seu celular com a outra mão. Ele sorriu e esperou que eu o alcançasse para que me guiasse até a parte de dentro de sua casa. Era um ambiente aberto e muito bem decorado. Haviam fotos com muitas pessoas espalhadas por toda casa e aquilo era adorável.

 Fomos até os fundos onde havia uma mesa redonda posicionada embaio de algumas luzes. Sobre a mesa tinham dois pratos, talheres, uma vela e ao lado dessa vela uma tulipa. Estava tudo perfeito. No fundo tocava alguma música de Celine Dion, mas não tinha certeza. 

- Você fez tudo isso sozinho? - Murmurei o olhando e ele riu um pouco sem graça.- Ficou tudo lindo, de verdade. 

- Eu queria fazer isso ser especial. - Calum indicou para que eu me sentasse e assim fiz. 

Nós ficamos nos encarando em silêncio durante algum tempo até que finalmente as coisas começaram a fluir naturalmente. Ele ainda estava um pouco receoso em se abrir ou puxar assunto mas as coisas começaram a fluir bem.

- Eu não acredito que você perdeu o seu passaporte em outro continente, Calum! - Gargalhei, levando as mão ate minha boca.

- Não vá me dizer que nunca aconteceu com você? - Ele riu me encarando enquanto eu negava. 

- Eu sempre fui responsável e organizada com essas coisas. - Comentei enquanto despejava mais um pouco do vinho em minha taça. 

- Mas agora é sério, porque você nunca está sozinha? Eu sempre vejo um segurança com você e quando ele não está sempre tem alguém por perto. - Ele murmurou apoiando o queixo em sua mão. 

- No ensino médio eu tive um namorado, Troye é o nome dele. No começo era só um caso, mas as coisas ficaram muito intensas e namoramos por quatro anos. Ele era tão abusivo mas u nunca percebia, até que ele me deu o primeiro tapa e eu o perdoei. - Suspirei baixo, me ajeitando na cadeira. - Quando eu entrei na faculdade eu vivia com medo, ele dizia que se me visse com outra pessoa iria me matar e foi quando meus pais tiveram que intervir com uma ordem de proteção. Ele se mudou para o Texas, tem uma esposa e filhos mas parece que ele voltou. 

- Então aquele dia que invadiram a sua  casa, era ele? - Concordei, bebendo um pouco de meu vinho.

- Eu vivi um inferno e parece que estou vivendo ele mais uma vez. Eu tenho medo de ficar sozinha, tenho medo de dormir e ele estar lá dentro para me matar, tenho medo de estar distraída e ele aparecer. É irracional, mas eu tenho tanto medo de ele machucar as pessoas ao meu redor. - Ri nervosa. - Eu nunca mais namorei depois dele por medo. 

- Se você não se sentir segura, pode me ligar ou até mesmo tocar a campainha, não vai ser problema nenhum. Nós não vamos sair em tour por um tempo, então eu vou estar sempre por aqui. - Sorri com seu comentário e concordei. 

- Pode ter certeza que eu vou recorrer a esse recurso. - Rimos e eu me levantei. - Vamos dançar, Calum. 

Estendi a mão para que ele a pegasse e assim que fez, puxei seu corpo para perto do meu, passei meus braços pelo seu pescoço e ri baixo. Ele tentava de maneira desajeitada ajeitar seus braços ao redor de meu quadril, mas ele estava com vergonha o que era adorável. Suas bochechas estavam vermelhas e seus olhos brilhavam de maneira tão linda. 

- Acho que nunca dancei com alguém desse jeito. - Ele sussurrou e e sorri balançando a cabeça. 

- Você dança muito bem pra quem nunca fez isso na vida. - Encostei a cabeça em seu ombro enquanto dançávamos lentamente ao som de Celine Dion. 

Ficamos desse jeito por mais algum tempo até que paramos para nos encarar e quando menos percebemos nossos lábios ja estavam colados em um beijo calmo e intenso. Deslizei minhas mãos até seus cabelos, enrolando alguns fios em meus dedos. As mãos de Calum estavam segurando minha cintura de maneira gentil mas firme. Senti um arrepio em meu corpo no instante que senti sua boca descer até meu pescoço, deixando um riso fraco escapar. Entretanto fomos interrompidos quando ouvimos algumas risadas vindo da cozinha. Lentamente nos afastamos.

- Acho melhor eu ir embora agora. - Sussurrei olhando para ele que concordou comigo. 

- Eu te mando mensagem. - Calum murmurou e rapidamente eu concordei, acenando e indo em direção a saída. - Olá rapazes. - Cumprimentei Ashton e Luke já abrindo a porta da frente. 

Ri sozinha do que havia acabado de acontecer, olhando para os meus pés até a entrada de minha casa. Assim que entrei encontrei a imagem de meu pai conversando com Sophie e mais um policial. 

- O que é isso? - Comentei, me encostando no batente da porta. 

- Oi, querida. Preciso falar com você. - Abanei a cabeça e caminhei até o sofá.

- O que é tão urgente que você precisa falar comigo agora? - Juntei minhas mãos o olhando.

- Troye não está agindo sozinho, Ella. Ele tem contato com um rapaz chamado Louis Alvarez. - El me estendeu a foto de Louis e eu fiquei boquiaberta. 

- O nome dele é Chris, ele foi o seminarista da convenção em Boston. - Me levantei, passando as mãos pelo rosto. Não era possível.

- Ele não é jornalista, ele é professor de biologia aqui em Los Angeles. Rastreamos o celular dele e temos o suficiente para acusá-lo de falsificação, pornografia infantil e furto. - Meu pai respirou fundo. - Para pegarmos os dois, precisamos da sua ajuda. 

- O que eu tenho que fazer para ter paz? - Sophie segurou a minha mão e eu a olhei, sua expressão parecia preocupada. 

- Como pai, é a coisa mais difícil que já tive que fazer na minha vida, mas precisamos que você o seduza. Ele tem um plano com Troye de levar você para viajar e aparecer de surpresa, mas como estamos monitorando as mensagens, ligações e estratos bancários posso garantir que tudo vai sair como planejado. - Meu coração estava tão acelerado que por um momento achei que ia parar ali mesmo.

- Se só assim eu vou conseguir paz, que seja. - Concordei caminhando até meu pai, o abraçando. 

- Eu não posso deixar nada acontecer com você. Por isso eu fiz uma coisa. - Nos afastamos e ele tirou de seu bolso uma pulseira prata com dois pingentes. - Esses pingentes tem um rastreador, então caso algo aconteça vamos saber onde você está.

Suspirei aliviada, colocando a pulseira e mais uma vez abraçando o homem que tentava manter a calma, mas estava mais desesperado do que qualquer pessoa naquele cômodo. 

- Podemos ir agora. Eu acredito em você. Nós vamos sair disso juntos, querida. -Papai deixou um beijo em minha testa e partiu com seu colega minutos depois. 

Eu estava disposta a fazer qualquer coisa para sair desse inferno que minha vida estava começando a se tornar e se isso significava dormir com o inimigo para que ele sofra as consequências, eu estava mais do que pronta. Essa era uma guerra e eu precisava ser a melhor guerreira para passar por ela. 

''Hey, Chris. Quando podemos repetir o ocorrido de Boston? ''

Assim que enviei a mensagem senti um enjoo em meu estomago, mas ele havia me respondido no mesmo instante. 

'' Estou me mudando para LA, podemos nos encontrar terça feira no almoço. O que acha?''

Mentiroso, pensei respirando fundo.

''Terça feira está ótimo. Te vejo lá.''

Se a minha liberdade dependia disso, eu estava pronta. 

Next Door. (calum hood)Onde histórias criam vida. Descubra agora