Tree.

61 4 13
                                    

Heyoon.

Acordei com uma grande dor de cabeça... Espere, acordei? Então aquilo foi apenas um pesadelo. Olhei ao redor e estava em um quarto, com tons claros e "normais", os lençóis eram em um tom de rosa, pareciam caros, definitivamente aquele ambiente não era o meu. Levei minhas mãos gélidas até meu pescoço, me surpreendi quando o toquei, senti uma leve dor e um certo desnível em minha pele, como se fossem buracos. Minhas lembranças voltaram, puxa!

Então, como vim parar aqui? Por algum motivo, não consigo me lembrar. Me levantei, logo fazendo a cama, me dirigi até a penteadeira que estava bem a minha frente, olhei para meu rosto, estava muito diferente de quando voltei. Meu cabelo estava bagunçado e havia profundas olheiras, a pele estava pálida, o que destacava os furos inflamados em meu pescoço.

Fechei meus olhos, tentando achar uma maneira de melhorar a situação, talvez um banho quente... De repente, senti um leve toque em meus ombros, como se fosse uma massagem. Abri meus olhos com pressa e vi a loira pelo reflexo do espelho, era Savannah, ela me olhava perplexa.

— Ei, panqueca! Está horrível, o que houve? — Savannah olhou para o espelho, observando meu rosto, ela estava certa.

— Eu não sei, acordei assim... Sav, como vim parar aqui? — Tentei ser o mais gentil possível, se eu realmente quisesse saber, vindo da Savannah, não poderia tratá-la da forma "normal".

— Bem... digamos que você tenha desmaiado, e aquela preguiçosa te trouxe aqui.

— Por acaso, seria a Sina?

— Já decorou o nome dela? Uau! Você não é tão burra. —  Gargalhou.

— Não foi isso que perguntei... não deveria responder uma questão com outra.

— Foi sim! Feliz!? - Resmungou.

Bem, aquilo não mudava o fato de que eu estava numa casa cheia de vampiros, por mais difícil que fosse acreditar na possibilidade de criaturas mitológicas existirem, eu estava entre eles, "me enturmando" com eles. Isso é estranho, sinto como se já tivesse os conhecido, de repente tive um dejavi. Me virei e então pude ver o rosto de Savannah iluminado pela luz do quarto de frente para a cama para mim, aquela expressão quase indecifrável.

Em cerca de segundos consegui entender o real motivo da moça estar no quarto, ela me desejava, um desejo carnal, se é que posso o descrever. Sua respiração era ofegante, controlava-se. Em um breve movimento saí das mãos da mulher, que me segurava, e me afastei, com passos largos dados para trás. Era obvio que eu não estava pronta para ser comida por um vampiro, nem sei porquê ofereci meu sangue para um deles.

A mulher a minha frente começou a caminhar em minha direção, acabando com meus pensamentos, e a única coisa que passava pela minha cabeça era algo como: Fuja. Não costumo obedecer as vozes da minha cabeça, mas hoje é diferente!

Olhei para a porta do quarto que estava entreaberta, essa era minha a minha deixa. Comecei a correr rapidamente em direção a abertura, a mesma bateu intensamente contra a parede, enquanto eu percorria direto para um corredor que estava deserto, aquilo era bom.

Enquanto eu corria procurando uma saída escutei uma gargalhada extremamente alta vinda do quarto em que eu estava, eu precisava sair daquele lugar. Corri o mais rápido que pude, aquele corredor era imenso, suas paredes grafite, grandes lustres chamativos e um porcelanato bege pareciam se repetir a cada passo que eu dava, era como se estivesse andando em círculos. Meu porte físico não era um dos melhores, minhas chances de fugir tendo que passar por cinco vampiros eram mínimas de zero, foi quando avistei um telefone antigo em uma mesinha do lado direito do corredor, de frente para uma outra porta, com diversos cadeados e correntes.

Fui até ele e comecei a rodar o disco em uma tentativa de conseguir ligar para a polícia, suspirei, estava chamando, olhei ao meu redor e não havia ninguém. Fui surpreendida quando ouvi um "alô".

— Oh meu Deus! Me ajude por favor! Eu estou presa em uma casa com vampiros, eu juro, eles já me atacaram, se eu ficar por mais tempo aqui eu vou morrer. — disse ofegante — Por favor, me ajude! Eu estou assustad-

— Vampiros? O quê está dizendo, hmm? Pensei que não acreditava na nossa existência, mas saiba, não vou poder te ajudar com aquilo, agora você nos pertence, amor. — eu conhecia, aquela voz adocicada, era a Joalin!?

Tirei o telefone de minha orelha, eu estava perplexa, me questionava de todas as formas possíveis como aquilo foi acontecer, eu tinha certeza que aquele era o número da polícia de Londres. Quando fui colocar o telefone de volta no seu lugar me deparei com o seu fio cortado. Eu não fazia a menor ideia do que estava prestes a acontecer, ou até mesmo o que já estava acontecendo. Larguei o objeto no chão, e mais uma vez eu comecei a correr. Sem menos olhar para a frente, estava preocupada de mais com a mulher que poderia aparecer de surpresa atrás dela, que nem percebi que o diabo já estava no ponto de chegada.

Bati com toda a força em alguma coisa, que acabei caindo. Olhei para frente, e pude ver a baixinha com o urso me encarando com um sorrisinho perverso.

— Olá, que bom te ver novamente, menina Jeong. O Teddy está feliz por te encontrar, foi um jogo e tanto, eu até pensei que tinha esquecido da nossa brincadeira. — Meus olhos arregalaram, aquela garota era completamente louca, além de conversar com um urso, ela ainda tem esse olhar pavoroso. — Você já cansou? Está sentada, que fofa.

Rangi meus dentes, eu estava com raiva e muito medo, levantei e comecei a ir para trás, corri novamente... tsc, aquele maldito corredor não tinha nenhuma saída, logo me deparei com o mesmo telefone de antes, então fiquei parada de frente para a porta que agora estava sem nenhuma tranca, não havia outro lugar, então adentrei naquele cômodo, e fechei a porta.

Comecei a analisar o quarto, diferentemente do outro quarto, este aqui não tinha cama, penteadeira ou lustre, era apenas um quarto azul com a tintura saindo, um armário, e uma varanda. O armário era aparentemente velho, caminhei até ele, tinha um porta retrato em cima, não pude notar quem era logo de cara, pois o vento batia na cortina branca de cetim e que cobria os rostos com seu tecido. Me aproximei mais, e afastei o pano.

Fiquei de queixo caído, aquele era claramente meu pai, segurando um bebê, aquela era eu. Abri primeira gaveta do utensílio, e pude ver um caderno, não, aquilo era um diário. O abri delicadamente, e vi mais uma fotografia, era do meu pai, me pergunto como isso veio parar aqui, e li as primeiras frases da página.

Como assim eu não sou filha dele!?

𝐇𝐞𝐫'𝐬 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 | SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora