Heyoon.
Aquelas palavras me deixaram extremamente atordoada, hesitei tocar aquele diário por mais alguns instantes, minha respiração que antes estava ofegante, agora encontrava-se descontrolada. Meu coração batia rápido, meu cérebro ainda tentava processar as informações, enquanto meu corpo reagia.
"Jeon Heyoon, minha querida filha. Já faz três anos desde que foi deixada em minha porta, seu sorriso é a coisa mais linda que presenciei em toda minha vida. Ela está caminhando para se tornar uma freira, isso me deixa feliz. Mas o fato daquele homem ter mencionado que a minha menininha deveria ir para Londres quando estivesse mais velha me deixou curioso e assustado."
Eu fui abandonada, joguei o livro no chão. Senti lágrimas escorrerem por meus rosto, eu sequer imaginava o quão ruim seria mudar de país repentinamente, e agora que descobri essas coisas? — Um turbilhão de coisas começaram a passar na minha cabeça, eu tentava parar, mas minha mente insistia em interligar diversos acontecimentos. Coloquei as mãos na cabeça, era como se estivesse tendo um colapso.
O vento batia contra a janela, balançando o tecido fino da cortina. De repente, comecei a ouvir uma certa voz feminina, mas dessa vez desconhecida, por incrível que pareça eu fui acalmada só ouvindo aquela cantoria.
Era uma melodia linda, vinda da varanda. Caminhei devagar até estar próxima o suficiente do local, a música havia parado, eu não via ninguém. Estendi meu braço direito em direção a janela..
— Algum problema, tábua? — Droga! Por um momento acabei por esquecer dessas pessoas.
— Ei, eu falei com você, está surda!? — Ali estava Savannah, encostada na porta com um sorriso debochado no rosto. Caminhou lentamente em minha direção, me fazendo ouvir seus passos barulhentos.
A loira começou a retirar o terno que estava vestida e logo em seguida desabotoou dois botões da camisa social. Dei alguns passos para trás, batendo as costas no pequeno armário, onde estava o diário.
— Você é muito levada, sabia? De todos os quartos decidiu entrar justo no proibido. E pensar que seria parada pelas correntes e cadeados, parece que o Joshua não é tão genial assim... — Em um piscar de olhos a jovem vampira já estava bem a minha frente.
— Eu não sabia... — Falei quase como um sussurro. A garota suspirou e sorriu novamente, mostrando suas presas. — Por que tirou o terno? — Fixei os olhos azuis esverdeados da mais alta.
— Não é óbvio? Não pretendo suja-lo... já pensou, uma mancha vermelha em um terno branco? — Gargalhou.
O que ela pensa que eu sou? Não sou um simples pedaço de carne para a alimentar. Me abaixei e peguei o livro que havia jogado no chão. — Oi, o que está fazendo com essa porcaria? — Colocou o braço contra a parede enquanto segurava meu rosto com a outra mão, fechei meu olhos com força.
— Viu, Sofya? Eu te disse, ela não conseguiria escapar daqui. — A garota com cabelos loiros platinados balançava os pés, sentada nas grades da varanda. Era Joalin.
— O Teddy me disse que ela tinha 25% de chance de escapar. Tadinha, agora suas chances acabaram de cair. — A menina estava próxima a porta, com os olhos fechados e um sorriso de lado a lado.
Eu não faço ideia de como essas duas entraram aqui tão rápido. Savannah tirou sua mão do meu rosto analisou as duas criaturas, logo as ignorou. — Onde estávamos, Jekyung? — A loira me chamou por um nome diferente, como ela pôde esquecer meu nome?
As outras garotas vieram em nossa direção, Savannah começou a resmungar, provavelmente não as queria aqui. Bem, eu também não, quanto menos vampiros, mais chance eu tenho de escapar. Segurei o livro com as duas mãos, entrelaçando os braços em cima do meu peito.
— Savannah, por quê ela não larga esse livro idiota? — A baixinha que agora estava do meu lado, apontou para o objeto em minhas mãos.
— Idiota é esse seu urso ridículo! — Tais palavras saíram ríspidas de minha boca, a loirinha parecia contudo muito fofa. Até eu falar sobre sua pelúcia.
A garota abaixou a cabeça e começou a ranger os dentes, enquanto começara a apertar as palmas das mãos, não pude deixar de notar o sangue que escorria das mesmas. Savannah abriu a boca em "o", parecia preocupada com a irmã. — Ei, Sofya... — a mais alta tentou tocar o ombro da menor, que rebateu o afeto com uma das mãos, deixando o rosto da garota vermelho.
Acho que nem ela esperava por tal reação, a garota imatura apertou o braço contra o urso que estava carregando. Finalmente levantou seu rosto, seus olhos não eram mais os mesmos, agora estavam cheios de ódio, me fuzilavam. Se apenas palavras a deixaram assim, imagino o que certas ações trariam como consequências.
— Eu vou te mostrar o que é realmente idiota, sua vagabunda! — Gritou comigo, logo em seguida puxou meu braço esquerdo com força, fazendo com que o livro caísse. — Sabe o que é mais engraçado em você!? Essa sua cara estúpida! Você finge estar confiante, como se pudesse fugir, mas você exala medo, presta bem atenção, vou te ensinar o que acontece quando se brinca com um vampiro!
A menina sorriu maleficentemente para mim, antes de penetrar suas presas no meu pulso, a dor era eminente, minha expressão era desesperadora. As outras duas apenas observavam meus olhos, cheios de água.
Tentei afasta-la com a minha mão livre, mas fui impedida por Savannah, que revirou os olhos e logo me penetrou também.
— Uau! Esplêndido! Digno de um Oscar! — Joalin começara a bater palmas, levou seus dedos indicadores até os olhos, limpando algumas "lágrimas" , indicando que estava emocionada.
— Mas sabe, é um pouco desgastante ficar apenas observando a essa magnífica cena. Acho que quero participar, hmm... — A platinada abaixou-se até ficar na altura do meu quadril e levantou uma parte da blusa que eu usava, deixando exposta a marca que eu possuía.
— Hmm? O que é isso, um símbolo!? — Arregalou os olhos — Parece um candelabro... ou um "W"
A menina suspirou e ignorou a marca, passou o indicador contra a minha barriga, sua pele era extremamente gélida, aproximou seu rosto do lugar perto a queimadura e deu um selinho seguido por lambida e mordida.
Eu não pensava em outra coisa, eu acabaria morta por essas coisas pecaminosas. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, enquanto em pensamentos, implorava por algo que me tirasse dali, me salvasse.
Foi quando eu ouvi um barulho de vidro entrando em choque com o chão. Tal coisa não assustou apenas a mim, como também assustou as vampiras que pararam de imediato, me dando um certo alívio.
Levei meus olhos até o chão e pude ver os cacos espalhados pelo cômodo, e tênis brancos, comecei a subir o olhar e vi um rosto familiar.
— Estou interrompendo algo ou foi apenas um engano? — Retirou os fones de ouvido se espreguiçando.
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𝐇𝐞𝐫'𝐬 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 | Siyoon
VampireHeyoon Jeong é uma doce e tranquila adolescente de 17 anos. Por motivos "pessoais", o pai da garota, um padre, envia-a para uma mansão com a desculpa que a mesma deveria se dedicar a igreja, em Londres. Na sórdida mansão, Heyoon encontra cinco belas...