Reencontrando

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A viagem durou cerca de quatro horas seguindo por vias secundárias desimpedidas, Sara se perguntou se estavam tão longe ou se o caminho parecia distante devido aos desvios tomados, e, de qualquer forma, tentou se manter atenta aos sinais de identificação que poderia usar na volta. Não conversou com nenhum dos dois homens mesmo que Rip tentasse incluí-la no começo, mas logo desistiu quando percebeu que Sara não diria uma palavra.

- Estamos quase chegando – Andy anunciou – Você vai adorar isso.

Sara não respondeu.

- O gato comeu sua língua?

- Deixa ela – Rip se intrometeu – Está preocupada e com razão.

- Desculpe Sara, prometo que vou te mostrar tudo quando chegarmos lá.

Ao se aproximarem a visão era impressionante, a muralha era enorme, de concreto maciço e enormes portões de ferro gradeado; em toda a extensão Sara pode ver guardas armados vigiando o perímetro, do lado de fora a floresta tomava conta.

- Essa é a antiga hidroelétrica, o nome antigo não importa, agora chamamos de Fumaça.

- Fumaça?

- Muitas fogueiras, lenha queimando e fumaça – Rip acenou para o guarda e os portões se abriram lentamente – É um lugar seguro, o paredão segue por vários metros, construímos uma muralha e do outro lado somos protegidos por um rio.

- Os infectados não conseguem atravessar?

- São burros demais pra isso – Andy riu enquanto limpava os óculos na camisa – Só querem saber de comer cada pessoa que ainda está viva. Sua irmã é uma exceção, Rip.

- Ava não é uma daquelas coisas – Sara rosnou – Repete isso e posso esquecer a hospitalidade que estão me dando.

- Repete isso – Rip afirmou – E esqueço que é meu amigo e ajudo a Sara no que ela quiser.

- Desculpe – levantou as mãos como quem se rende – Não devia ter falado sobre ela.

- Não mesmo.

Se Sara precisava de mais um motivo para desgostar de Andy, havia conseguido naquele momento.

- Minha esposa, Miranda, vai te mostrar tudo, Sara. Prometi à Ava que cuidaríamos de você.

Rip estacionou a picape e fez um sinal para que Sara o seguisse, deixando Andy para trás, não demorou para que uma mulher corresse para eles e o olhasse de maneira tão íntima e apaixonada que Sara se sentiu invadindo algo privado e precisou desviar o olhar.

- Essa é Miranda, minha esposa – Rip a apresentou – Miranda, essa é a Sara. Ela estava com a Ava e agora vai ficar com a gente.

Sara apertou a mão que a mulher lhe estendia.

- Por um tempo.

Miranda lhe deu um sorriso gentil, como se ouvisse a todo o momento que a estadia ali seria passageira. A maioria das pessoas se acostumavam a vagar por aí, sem regras nem horários, e num primeiro momento preferiam partir, mas todos ficavam.

- Ajuda ela a se instalar – Rip pediu – E mostre o lugar.

- Claro, vem comigo...

Sara pegou suas coisas e a seguiu. Por dentro era mais impressionante, construções de madeira, algumas de tijolos maiores, pessoas trabalhando o tempo todo, crianças brincando e correndo. Era diferente dos outros acampamentos, mais pacífico e organizado na desorganização aparente; para quem não soubesse o que procurar, parecia que aquelas pessoas não sabiam o que fazer, mas estavam onde deveriam estar.

Dias Passados (fanfic Avalance - AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora