Infectados

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P.s: só pra dizer que escrevi sobre Avalance e zumbis antes disso tudo! Essa história foi escrita em 2018 com personagens originais e postada em formato Avalance em 2019.

Boa leitura.

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Uma rua deserta, lixo revirado e carcaças de carros abandonados compunham o cenário pós-apocalíptico ao qual Sara se acostumara com o passar dos anos; o cheiro também não era dos melhores, mas o ar estava fresco o bastante para indicar relativa segurança. De fato, apenas ela zanzava pela rua residencial e mesmo assim todo sobrevivente sabia que excesso de confiança tendia a transformar o status de vivo para morto com extrema facilidade.

Após um minuto ponderando por onde deveria seguir, resolveu descer a rua em direção ao bosque nos limites da cidade, não dando atenção a nenhuma das casas de aparência abandonada. Já tinha toda a comida que podia carregar então não fazia sentido pilhar mais nada que pudesse atrasá-la.

A regra não se aplicava aos meios de se defender, é claro. Sara não usava a arma presa em seu quadril a não ser em casos desesperadores, não desejava chamar a atenção para si mesma com a mesma intensidade violenta que a fazia querer destroçar seus inimigos.

É. O fim do mundo tinha dessas coisas.

Um pé após o outro, tentando não fazer muito barulho ou esbarrar em algo que denunciasse sua presença, ela se afastou. Se conseguisse cruzar o bosque acabaria na interestadual que, com sorte, não estaria bloqueada e ela poderia conseguir um carro; pensando assim realmente parecia um bom plano, seguir para o leste em direção aos acampamentos militares, completar sua jordana e então se estabelecer em algum lugar.

Um barulho a fez parar. Aguçou os ouvidos, mas não conseguiu distinguir o que era e decidiu que o vento havia derrubado alguma lata de lixo; as coisas funcionavam assim em tempos de crise, você não ouve mais nada, diz a si mesma que era apenas o vento e segue seu caminho tomando o dobro de cuidado. O apocalipse não era lugar para bancar o super-herói.

Andou alguns metros e avistou um taco de baseball próximo a uma lixeira caída, estava em bom estado mesmo que manchado de sangue; Sara analisou seu peso girando o punho algumas vezes, parecia leve e provavelmente não foi o suficiente para salvar seu dono, mas ainda assim carregou-o consigo.

“Uma arma branca e longa nunca é demais!”

Seu amigo Ray diria aquilo em uma situação como essa, sempre otimista demais em relação a tudo mesmo na porra do fim do mundo. Seus amigos, todos eles, faziam mais falta a cada dia que ela passava sozinha; se Sara se permitisse fechar os olhos e sentir o sol em seu rosto quase poderia se transportar para o tempo em que todos eles passavam tardes juntos à beira do lago ouvindo músicas boas e ruins na velha van apelidada de Waverider.

- Era uma vida boa – murmurou para si mesma – Era sim...

O ruído voltou, estava ainda mais próximo mesmo que ela não pudesse distinguir sua origem e, tomando a decisão em um segundo, decidiu que não queria descobrir o que era. Analisando suas possibilidades, avistou uma casa com um enorme portão de ferro meio torto e a abertura inferior era suficiente para que ela rolasse por baixo.

Amaldiçoou o cascalho que lhe arranhou a pele ao atravessar o portão, nunca deixando de prestar atenção ao seu redor. A casa parecia vazia e trancada, uma rápida inspeção na portada frente confirmou sua teoria e não havia tempo para arrombá-la de forma silenciosa antes que o que quer que seja lá fora sentisse seu cheiro e começasse a caçá-la.

- Merda... Deve ter um jeito.

Correu para os fundos para um largo corredor lateral, seu novo taco sempre em punho pronto para se defender caso fosse necessário, mas não havia nada além de um canil abandonado e uma porta barricada. Sem chances de entrar na casa, procurou por uma alternativa sabendo que precisava de uma saída segura, até que avistou uma parte mais baixa do muro que com certeza poderia escalar.

Dias Passados (fanfic Avalance - AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora