Capítulo 14

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Com o assunto sobre o retorno a Konoha resolvido, os dias se passaram voando e com isso a despedida se aproximava. Sakura não desejava abandonar a recente amiga que haverá feito e muito menos partida daquela vasta bibliotaca recheada de livros inexplorados, precisava retornar o quanto antes para que pudesse lê-los. Do contrário da Haruno que partia e pensava em seu retorno Shikamaru apenas desejava ir para nunca mais voltar, não gostava do Kazegake, não gostava de Kankuro, não gostava de areia e muito menos do calor insuportável que fazia em Suna, parecia que estava sendo cozido a fogo alto como um simples macarrão. Suspirou cansado e com um acenar de cabeça despediu-se de todos aqueles presentes frente a entrada da Vila, chamou pela mulher de cabelos rosados que com um abraço despediu-se de Hana e de Gaara que em sua perspectiva demorou tempo de mais para seu gosto; estava receoso sobre essa amizade entre eles, talvez fosse sua imaginação o deixando louco mas jurava a si mesmo que aqueles dois não tinham uma amizade comum, não por parte do Sabaku.

ㅡ Vamos, Sakura. ㅡ Chamou iniciando sua caminhada preguiçosa, com ambas mãos posicionadas sobre a nuca fechou os olhos. Logo, logo estariam em Konoha.
ㅡ Shikamaru-kun! Espere! ㅡ Gritou a loira correndo de encontro a todos frente o portão, Temari era de fato uma mulher insistente. ㅡ Fique, por favor.

O silêncio fora o que a mulher recebeu em troca, o Nara apenas parou de caminhar e sem virar-se para trás apenas proferiu um nítido "não" para a Sabaku que nada gostou. Ambas mulheres se encararam, Sakura estava quieta e sem reação, Temari não parecia uma mulher de se declarar tão facilmente e aquilo a estava espantando. Suspirou e com um sorriso nos lábios, direcionou-se até a irmã do Kazekage e lhe estendeu a mão direita para despedir-se, no entanto a loira apenas a encarou rancorosa.

ㅡ Realmente me trocará por essa mulher fraca, Shikamaru? ㅡ Gritou enquanto encarava Sakura que afastou-se acuada, Shikamaru que esperava a companheira nada disse apenas virou-se frente aquelas pessoas que assistiam a sena e suspirou cansado. ㅡ Ela é fraca, não tem um sobrenome digno do ninja de elite de Konoha, ela não merece você.
ㅡ Cale a maldita boca, Temari! ㅡ Gaara interveio antes que algo pudesse acontecer, conhecia a irmã e geralmente Temari não era de escândalos muito menos de tratar uma amiga assim. ㅡ Por que está ofendendo Sakura?
ㅡ Ela é uma mulher baixa, Gaara. Seduziu Shikamaru, Kankuro e agora você também, vocês são patéticos. ㅡ Direcionou-se frente a frente com Sakura e riu amarga cruzando os braços abaixo dos seios fartos. ㅡ Você é patética.

Todos olhavam indignados com a cena, nenhum deles teria coragem de intervir e nem mesmo a própria Sakura protestava sobre, seria mesmo verdade o que a Sabuku dizia ou apenas era raiva e ciúme? Porque a Haruno não se defendia, ela estava com medo?
Com os punhos cerrados e a respiração entrecortada, a rosada levantou a cabeça e com os olhos fechados aspirou o ar desértico com força, estava farta de Temari e caso ela abrisse a boca para ofende-la novamente não iria fazer questão alguma entre a aliança das vilas. Com um movimento brusco socou o chão com força fazendo-o quebrar-se em uma grande cratera, os ninjas recuaram com precisão afastando-se do solo atingido, Gaara estava com Hana sobre seus braços e mesmo em uma ocasião tão delicada o Kazekage pode observar como a jovem enfermeira era uma bonita moça.

ㅡ Já chega, Sakura. ㅡ Shikamaru aproximou-se da Haruno abraçando-a pela cintura e empurrando-a para o caminho pelo qual precisavam partir, ela não estava bem, conseguia ver isso e naquele momento não poderiam conversar nem mesmo se quisessem.

A viagem seguiu-se silenciosa, a companheira mais parecia um zumbi pela forma que vegetava pelo caminho, estava cansada e quieta de mais para seu jeito extrovertido e comunicativo de sempre. Não a perguntaria, caso ela quisesse desabafar o que a incolodava e sentia naquele momento ela faria por si só, não precisava força-la a contar sobre o que passava consigo afinal, antes mesmo de virem para Suna e tudo ter acontecido no curto período de tempo em que permaneceram ali, ainda eram amigos, não eram?
A penumbra da noite começava escurecer a floresta, fazendo com que fossem obrigados a pararem e montarem um acampamento para descansarem e seguirem viagem pela manhã, o estado incômodo da Haruno estava de certo modo sendo irritante aos olhos do Nara que apenas desejava ouvi-la reclamar, brincar, provoca-lo, queria ouvi-la conversar pelos cotovelos como de costume.

A fogueira clareava o rosto pálido da garota sentada a sua frente, as chamas a entretinha como uma pequenina criança admirando um pequenino inseto. Olha-la daquela forma calada e retida era torturante, afinal estava acostumado às provocações irritantes feitas pela Haruno, verdadeiramente gostava de vê-la feliz, com aquele lindo sorriso em seus lábios chamativos mas a face feminina estava sem sequer uma mínima expressão naquele momento. As palavras vinham à ponta da língua mas quando iria proferi-las nenhum som era emitido por suas cordas vocais, não entendia a relutância de seu cérebro que formulava a frase e quando necessitava expressa-la não conseguia.

ㅡ Farei o primeiro turno, durma Shikamaru. ㅡ Em um sussuro seguido de um longo suspiro decidiu adiar aquele mórbido e desconfortável silêncio.
ㅡ Não estou com sono ainda. ㅡ Deitou-se na grama baixa que residia ali, olhando a noite estrelada sentiu dentro de si um certo alívio, estava tão sobrecarregado de pensamentos quem nem haverá percebido que fazia dias que já não observava o céu. ㅡ As vezes eu desejo ser uma nuvem, que vaga pelo céu na maior tranquilidade, sem responsabilidades, sem preocupações...
ㅡ Desde que te conheço você tem esse desejo, me perguntava o motivo pelo qual ser uma nuvem, elas nem sempre aparecem em dias de sol ou as vezes estão sobrecarregadas e derramam suas lágrimas sobre nós. ㅡ Encarou o céu estrelado. ㅡ Como essa noite, não há nenhuma nuvem no céu, apenas a longínqua lua e suas milhares estrelas.
ㅡ Não é porque elas não estão visíveis que significam que não estão lá, Sakura. ㅡ Olhou para a Haruno, ela mantinha um pequenino sorriso nos lábios. ㅡ Elas me lembram de Asuma, não sei o porquê, mas sinto que vê-las me trás tranquilidade.
ㅡ Hoje consigo entender sua fixação por nuvens, Shikamaru. ㅡ Sorriu olhando para o Nara que permanecia deitado com os braços atrás da cabeça encarando-a, a luz provinda das chamas quentes clareava o rosto do homem deixando-o mais bonito do que já era. ㅡ E agora terei um motivo para admira-las também, graças a você.

A Maldição de Jashin - ShikasakuOnde histórias criam vida. Descubra agora