A Maldição de Jashin - Shikasaku

Capítulo 4

ㅡ Temari, poderia me explicar o que acabou de fazer com a senhorita Haruno? ㅡ Bradou o Kazekage aproximando-se da irmã e da rosada que estava sentada no sofá com um leve sorriso nos lábios.
ㅡ Gaara-kun, não se preocupe. ㅡ Lavantou-se e fez uma leve referência em respeito. ㅡ Sua irmã apenas viu um mosquito pousando em meu rosto e decidiu matá-lo, apesar de não ter sido uma das melhores idéias afinal ele ainda está voando.

Óbvio que a desculpa da rosada não havia enganado qualquer um daquela sala, mas o que valia era a intenção. Caso estava mentindo era um assunto particular e não cabia a ele ou a Shikamaru entrometer-se afinal, algo de extremo havia ocorrido para fazer a irmã estapear a própria amiga, o que Sakura havia feito para Temari?
O Nara nada dizia, os braços cruzados e os olhos fechados denunciavam seu atual desconforto, pensará que chegaria em sua suposta 'casa' para descansar do longo tempo de viagens mas deparou-se com uma loira aborrecida e bruta batendo em Sakura. Admirava-lhe a Haruno não tê-la devolvido o tapa, a rosada poderia sim ser uma boa pessoa entretanto seu gênio era forte o suficiente para não aceitar quaisquer desaforo, ainda mais um tapa. Algo de errado estava envolvido naquela história, perguntava-se como todos em Suna já sabiam do envolvimento entre ele e Sakura na floresta na noite anterior, seria algum guarda de Gaara o suposto telespectador? Céus, caso fosse isso causaria um grande problema se chegasse aos ouvidos do Rokudaime, que Kami os ajudasse.

ㅡ Enfim, vamos indo. ㅡ Suspirou o Kazekage com pesar, Gaara estava esgotado e isso era mais que visível. ㅡ Boa noite.

Os Sabakus retiraram-se da pequena ala de casas disponíveis no prédio Kage, deixando um casal inusitado a sós. Era constrangedor e pesado o clima entre ambos, apesar de serem amigos, eram um homem e uma mulher acima do laço de amizade que nutriam, com a recém descoberta de seus desejos luxúriosos um pelo outro aquilo tornou-se ainda mais complexo e estranho aos olhos alheios, exclusivamente deles dois.

ㅡ Vai me contar a verdade ou prefere que eu descubra? ㅡ Questionou recostando-se sobre o batente da porta fechada, seu olha era mantido fixo nas mãos femininas que entrelaçava os próprios dedos em sinal de nervosismo.
ㅡ Ela apenas interpretou as coisas errado. ㅡ Deu de ombros enquanto encarava o amigo com um sorriso tristonho. ㅡ Vejo que está chateado comigo...
ㅡ Não estou, e diga de vez o que a irmã do Kazekage lhe fez.
ㅡ Ela gosta de você, Shikamaru. ㅡ Riu sentando-se mais para o lado do sofá, bateu duas vezes sobre o assento aconchegante. ㅡ Venha, sente-se.

Ele hesitou, temia aproximar-se dela, temia deseja-la novamente e acima de tudo temia tê-la novamente entre seus braços, não queria magoa-la e nem magoar a si próprio com um futuro inexistente. Eram diferentes, apesar de serem de certo modo bem parecidos, eram espertos, sabiam conversar, não havia mentiras entre a amizade que nutriam porém sabia exatamente que caso acreditasse em seu coração poderia perder a razão e aquilo não acabaria bem. Suspirou e caminhou vagarosamente até próximo a mulher que mantinha-se sentada sobre o sofá confortável, sentou-se e recostou as costas na maciez do móvel. Seu corpo relaxou e ela deixou escapar uma leve e gostosa risada com sua cara de conforto, a quanto tempo não relaxava e descansava o corpo, prestar serviços ao Kage de Konoha era cansativo de mais e além de ficar o dia todo atrás de problemas e papéis ainda saia em missões para lhe esgotar o resto de energia que possuía, a quantos meses não sabia o que era deitar em uma cama macia e relaxar os ossos até perder a noção e consciência.

ㅡ Nara, você faz uma cara muito estranha quando se senta. ㅡ Riu divertida encarando o homem ao seu lado, ele abriu os olhos entediado e a encarou com presunção. ㅡ Enfim, ela veio aqui aparentemente para me dar uma surra por achar que eu 'me ofereci para o amor dela'.
ㅡ Que problemática. ㅡ Riram juntos, pareciam completos estranhos. ㅡ Você está bem?
ㅡ Ah, não se preocupe, já sofri dores piores que um simples tapa. ㅡ Deu de ombros encarando a postura rígida do corpo masculino, ela via em Shikamaru o cansaço e a necessidade de um bom sono e descanso. ㅡ Está bem?
ㅡ Por que não estaria?
ㅡ Sua postura está rígida, digo que não dorme a uns cinco dias. ㅡ Suspirou cansada e levantou-se do sofá caminhando com vagareza até as costas do móvel, pôs as mãos pequenas sobre os ombros largos e iniciou uma leve massagem utilizando um pouco de chakra para aliviar levemente a dor que ele devia sentir pelo corpo. ㅡ Tome um banho e durma, você necessita disso.
ㅡ Está dizendo que estou fedendo? ㅡ Questionou olhando-a de soslaio, estava indignado com a petulância da mulher de cabelos róseos.
ㅡ Claro, está um completo fedorento. ㅡ Riu dando um leve peteleco na parte de trás da cabeça do Nara que a olhou descontente.
ㅡ Olha quem fala, não toma banho a uma semana e quer falar de mim.
ㅡ Tomei banho no riacho ontem a noite, seu baka. ㅡ Mostrou-lhe o dedo do meio enquanto dava língua para o moreno que a encarou com uma sobrancelha erguida, Sakura as vezes era como uma criança de sete anos. Gostava disso. ㅡ Vá tomar banho, fedorento.

Ele nada disse, permaneceu parado frente ao sofá encarando as costas femininas irem se distanciando, seu olhar desceu para a cintura fina que seguia o balanco da bunda bem definida. Riu ladino e fechou os olhos repreendendo-se mentalmente por tê-la encarado daquela forma, talvez ficar se martirizando por ter gostado do toque feminino não fosse um erro, ter gostado de sentir a boca dela deslizar sobre seu corpo, sentir a língua quente e molhada em partes sensíveis, tê-la vista rendida aos seus toques, tê-la ouvido gemer seu nome, de fato não ficaria se arrependendo.

ㅡ Que problemático...