Reencontro

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Meus olhos cinzentos estavam  presos nas esmeraldas diante de mim. Os lábios apetecíveis curvados em um sorriso pervertido cheios de promessas não ditas.
Aquele homem me desafiava e eu sempre apreciei um bom desafio. Principalmente se viesse unido a um belo corpo e um par de olhos raros.
Ciente disso, comecei a caminhar a passos cautelosos até a passarela sob os olhos atentos do belo moreno. Ele me analisava de forma intensa, e eu via algo mais naqueles olhos, mas  não sabia do que se tratava. Não me interessava na verdade. Eu só queria tomar o que havia conquistado após espetar o dedo numa maldita rosa.
Afinal, havia ido àquele lugar em busca de diversão e sexo sem compromisso, e voltaria mais feliz para casa se conseguisse o que buscava.
Meus olhos e os dele não se afastaram nem por um instante, e quando o moreno se abaixou para pegar a rosa de minha mão. O baque veio. Me deixando zonzo e sem entender o que havia acontecido. Balancei a cabeça buscando organizar as ideias, e no momento em que  tontura se tornou suportável, analisei o que havia acontecido. Diante de mim estava um enorme homem, ele havia me agredido e estava com um olhar furioso.
— Eu venho a este lugar a muito tempo! E nunca tive a chance de me aproximar da nossa mais bela joia. Por isso, não admito que um nanico como você venha aqui e já leve para cama a gema mais preciosa de Amethyst. - o homem era enorme e musculoso. Alguém que parecia ter o dobro do meu tamanho. Claro que isso não me intimidou, a maioria das pessoas era maior que eu de toda forma.
Olhei para o gigante enraivecido lhe oferecendo meu olhar mais entediado. Ele não me preocupava. Agora eu estava preparado para seus golpes. O bastardo só me atingiu por que eu estava focado demais em meu prêmio para reparar que esse rinoceronte pretendia me atacar.
— Vamos nanico me dê a rosa! - com a face próxima a minha. O hálito  repleto de uma mistura de álcool e falta de higiene bucal  bateu em minha face, me causando náuseas. Torci a face para evitar o odor incômodo que emanava da boca do outro.
— Por que não escova os malditos dentes antes de exigir sair com alguém. Seu hálito fede! — o homem ficou preso num misto de raiva e constrangimento. Seu olhar vagou para o moreno que permanecia imóvel sobre a passarela.
Ele não parecia muito preocupado com o desenrolar daquela cena.
O gigante enraivecido decidiu que era hora de partir para cima de mim novamente. Ele tentou me golpear como havia feito antes, mas me esquivei facilmente. Preparei para dar meu melhor gancho de esquerda e percebi que alguém havia segurado meu braço. Outro homem estava me prendendo.
"Lá se vai minha noite tranquila." Foi tudo que pensei antes de deixar bem claro para aqueles homens, que meu tamanho não definia minha capacidade de arrebentar a cara de cada um dos 15 homens que resolveram me atacar. Não demorou nem dois minutos para eu derrubar todos.

Quando a adrenalina passou percebi o que havíamos feito com o lugar. Mesas quebradas e corpos desmaiado por grande parte do salão. As dançarinas estavam encolhida atrás do enorme segurança que parecia ter acabado de fazer um ligação.  Com certeza a polícia estava a caminho.

— Eu parado aí! — veio o primeiro grito, antes de eu me mover. Eles chegaram mais rápido do que eu imaginei.

— Mãos para cima! — o segundo comando se fez presente.

— Calma senhores! Também sou um policial. — o jovem oficial franzino me encarou assim que pronunciei estas palavras. Ele não parecia muito convencido e eu não o culpo, afinal eu estava completamente desalinhado e ofegante.

— Mostre sua identificação senhor.
Assim que  recebi o comando busquei minha carteira e distintivo. E para minha desgraça, não os encontrei.

— Eu não estou com a minha carteira, mas se o senhor ligar para o Xerife Smith ele... — o policial não permitiu que eu concluísse a frase, me jogou no chão e me algemou com a delicadeza de um búfalo.

— Esse é o segundo policial que prendemos hoje. — ouvi um dos policiais dizerem. Eles me empurraram rumo a porta, juntamente com os outros brutamontes que haviam se envolvido na briga. A única coisa que me alegrava era que eles também não teriam um final e noite divertido.

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