Nosso Passado Mal Resolvido

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Eren Jaeger - Springdale- 8 Anos Atrás

O sol se punha, ainda escondido sob nuvens avermelhadas, aquele havia sido um longo dia de chuva e sob os nossos pés a grama verde e úmida ainda parecia escorregadia. No topo da colina, abaixo de uma frondosa macieira, Levi e eu aguardávamos o nosso fôlego regressar aos nossos pulmões após subirmos rapidamente o longo trajeto. Ele havia passado um tempo fora da cidade e combinado de me encontrar naquele local, onde tantas vezes havíamos passado um tempo.

— E então qual a grande novidade? — Perguntei ainda ofegante. — Também tenho algo a dizer. Acho que uma coisa grande aconteceu e eu estou tão animado, talvez mude as nossas vidas.

Eu sorri para o homem de cabelos negros diantes de mim com expectativa.

— Quer falar antes então? — Levi perguntou um pouco incerto e confuso. — Eu espero, "mon cher".

— Não! — neguei veemente, a minha novidade " exigia" que tudo fosse conversado com calma e eu preferia falar depois.

— Eu consegui! — ele falou por fim me entregando uma carta levemente amassada. — Eu consegui, Eren!

Foi com um certo espanto e decepção que li a carta em minhas mãos. Eu estava tão animado com tudo que havia me esquecido da maldita carta que poderia chegar a qualquer momento.

— Finalmente vou seguir os passos de meu pai! — seus olhos pareciam vermelhos e só naquele momento eu percebi que ele havia chorado. Aquela carta era o que ele mais esperava desde que concluiu a faculdade e decidiu ingressar no FBI. Ele que havia feito a difícil prova para ingressar na Agência Federal Americana alguns meses atrás e não tinha muitas esperanças de ser aceito, pois precisava que aprovasse sua nacionalidade canadense, mesmo que os pais fossem americanos natos.

Com um olhar resignado ele finalmente sorriu, como se finalmente compreendeu que havia dado o primeiro passo para seguir seu tão sonhado destino.

Ele nunca fora do tipo que sorria ou demonstrava empolgação por qualquer motivo, mas naquele dia eu vi como aquilo era importante para ele. Como ele sonhou poder seguir os passos do pai que também fora um agente especial durante muitos anos. E naquele dia, mesmo tão jovem, ele havia conseguido.

— Me desculpe Eren, você ia me dizer algo sobre uma grande mudança em nossas vidas e eu o interrompi. Do que se tratava?— após um curto período de espera ele decidiu voltar ao assunto que falávamos antes dele me mostrar o conteúdo da carta. Eu o havia chamado para aquele lugar debaixo de uma macieira, nossa macieira, para conversarmos sobre a minha mais recente descoberta, mas após ele dizer o que havia acontecido. Preferi me omitir. Eu não tinha o direito de destruir seus sonhos mesmo por aquele motivo importante.

— Eu finalmente consegui fazer aquela torta que você tanto gosta. — Menti, levando a mão discretamente ao meu ventre, como se assim pudesse esconder o meu segredo. Algo ainda pequeno, insignificante para muitos, mas para mim a única certeza de que ele e eu estivemos juntos. — Você sempre dizia que eu era um fiasco na cozinha, e eu provei que posso fazer sua sobremesa favorita. Acho que finalmente amadureci, né?

Tentei sorrir sabendo que estava falhando miseravelmente a julgar pelo olhar dolorido que cruzou seus olhos em seguida.

— Eu vou embora, Eren. Acho que talvez seja melhor assim. — as palavras saíram encharcadas com um pedido de desculpas não verbalizado. — Eu disse que se conseguisse a aprovação me mudaria para Washington e não voltaria mais para Springdale, pelo menos por um longo tempo e não quero que me espere. Vai ser melhor para nós assim, eu vou me dedicar apenas a academia de polícia e não teria tempo para mais nada. Não seria justo com você. Então termine a sua faculdade e siga seus sonhos também. Eu sei que você odiaria deixar esse lugar, tem sua família, seus amigos, seu trabalho na escola infantil. Tudo que ama está aqui. E eu espero com todo o meu coração que você seja muito feliz, Eren,

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