Por que eu morri... ( Part I)

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Levi Ackerman

Senti como se fechasse meus olhos, me sentindo imerso em um mundo que não estava sob meu controle. Mais uma vez aquele sonho me transportou de volta para um cenário familiar, mas dolorosamente distante. A imagem do jovem sem rosto, com cabelos castanhos, estava diante de mim, parado sob a sombra de uma enorme macieira. Seus ombros tremiam, e eu podia ver os soluços que deixavam seus lábios, mesmo que as palavras não chegassem até ele...

— Eu te amei tanto, Levi... por que você nos deixou? — a voz do garoto ressoou, cortando o silêncio como uma faca. A dor nas palavras ecoavam ditas em voz alta pelo jovem. — Como me arrependo de me apaixonar por você.

Eu queria me aproximar, queria abraçá-lo e dizer que estava ali, mas uma barreira invisível me impedia. A impotência me consumindo. Eu gritava em minha mente, desesperado para que o garoto pudesse me ouvir, mas minha voz se perdia rapidamente em meio ao silêncio.

— Você foi tão egoísta. Vingar seu pai e mãe trouxe algo de bom? — A mágoa na voz do jovem era palpável, como um veneno que se espalhava pelo ar. Pude sentir cada palavra como uma acusação, uma ferida aberta que nunca cicatrizaria.

— Perdão. — disse mesmo que soubesse que ele não poderia me ouvir. — Por favor me perdoe eu ainda te amava. Eu ainda te amo E...

O som estridente do despertador me trouxe de volta à realidade. Meu corpo estava úmido de suor, e os tremores do choro vivenciado no sonho ainda agitavam meu corpo, como se a realidade e o sonho ainda fossem uma só. Ao olhar para o relógio, percebi que ainda faltava muito para o sol nascer.**

— Que merda! — praguejei, puxando minha franja para trás, tentando em vão afastar os maus sentimentos. — Por que diabos? Quem é esse maldito garoto? Por que tenho a sensação de que ele fez parte de meu passado em Springdale?

Sentei-me na beirada da cama, o coração acelerado e a mente agitada. As memórias eram como sombras fugidias, dançando na periferia da minha consciência. O rosto do garoto, embora indefinido, me perturbava.

"O que ele queria de mim?"

Levantei-me e caminhei até a janela, a luz fraca da cidade começando a se acender. As luzes dos prédios iluminavam as ruas ainda vazias, criando um contraste com a escuridão que reinava dentro de mim. Inspirando fundo, tentei acalmar a tempestade que se formava em meu peito.

As perguntas continuavam a se acumular. Lembranças de tempos que eu mal conseguia lembrar se misturavam à imagem daquele garoto sem rosto. Algo dentro de mim queria acreditar que ele era importante, que havia uma conexão que eu não conseguia desvendar.

A brisa fresca da manhã entrou pela janela, acariciando meu rosto e trazendo um leve conforto. "Talvez eu precise de ar", pensei. talvez uma caminhada poderia ajudar a clarear a mente. Com um suspiro resignado, vesti uma camiseta e jeans, pegando o primeiro casaco que encontrei. O frio da manhã me aguardava, mas eu precisava de um escape.

Ao sair do apartamento, o silêncio da cidade me envolveu como um manto. As ruas estavam desertas, e o único som que me acompanhava era o eco dos meus passos. A caminhada pelo parque próximo era um ritual que me proporciona paz. Eu precisava pensar, refletir sobre o que estava me atormentando.

O caminho que percorri dentro do parque estava coberto por folhas secas, e cada passo parecia ressoar com uma melodia triste. E ao me aproximar da enorme macieira, que existia ali, a imagem do garoto voltou à minha mente, seus ombros se movendo enquanto ele chorava. Era como se aquela árvore estivesse guardando segredos de um passado que eu não conseguia acessar.

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