Capítulo 4

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Sakura passou a noite pensando em tudo aquilo. Não contou a ninguém e decidiu agir como se nada tivesse acontecido.

Com olheiras sob os olhos e uma cara de desânimo, foi trabalhar.

— Bom dia, Chiyo. — Bocejou.

— Bom dia, menina. Você está péssima. Andou aprontando?

— Não mesmo. Apenas... não consegui dormir.

— O que o Caçador de Vampiros queria com você?

— Não era o verdadeiro — desconversou.

— Eu sei que era o Senju. O vejo por essa cidade desde a minha juventude. O jeito de andar, a voz, a altura e o corpo... Era ele.

— Então ele já deve ser idoso.

— Provavelmente. Quando eu era criança, ele devia ter seus vinte e poucos.

— Ele não me parece tão velho. A voz, o porte...

— Eu sei. O Senju não mudou nada. Talvez seja... o filho dele que assumiu a máscara.

— Isso explicaria a semelhança.

— Ainda assim, estou certa em dizer que é o verdadeiro.

— Tudo bem, deve ser mesmo. Mas ele só me fez umas perguntas de rotina.

— Perguntas de rotina?

— Algo sobre o turista que esteve comigo. Por segurança, ele fica de olho em todo mundo.

— Está mais que certo. Uma pena ele ainda não ter capturado o monstro que nos atormenta.

— É... uma pena — ela falou meio incerta. "Itachi não se parece com um monstro."

Por volta das 16:40, o mascarado entrou na confeitaria.

— Sakura, preciso falar com você.

— Não vê que estou ocupada?

— Vá falar com ele, menina — a idosa ordenou. Sakura bufou e saiu detrás do balcão.

— Lá fora. — Ele indicou, fazendo-a segui-lo até os fundos do estabelecimento, onde não havia ninguém para ouvir.

— Fala logo.

— Você fica uma gracinha nesse uniforme.

— Quê? Ah, vai se ferrar... — Fez menção de sair, mas foi segurada.

— Estou só quebrando o gelo, desculpe. — Ele soltou seu braço. — Precisamos falar sobre ontem.

— Eu já disse que quero esquecer aquilo? Pois é, eu quero!

— Sei que não é fácil, mas preciso da sua ajuda.

— Minha ajuda?

— Você pode ser minha única ligação com aquele demônio. Pode descobrir tudo sobre ele, ajudando a me preparar para destruí-lo.

— Quer me usar para enganá-lo. Não vou fazer isso.

— Sakura, pensa na humanidade. Precisamos dar um fim naquela coisa.

— Aquela coisa é um cara gentil, sabia?

— É um monstro. Não me diga que está a fim dele... Ah... vocês se beijaram.

— E você ficou olhando. Esquisito!

— Tem ideia do que está dizendo? Você está apaixonada por um assassino.

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