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Colégio Neocity, Seul.

Horrível, pessoa horrível. Donghyuck já fora chamado de muitas coisas e uma delas foi frio.

Sempre o chamavam assim, menino frio, coração de pedra, coração de gelo.

— P-Professor, o Didi morreu. — Uma das alunas apontou para o coelhinho na gaiola e alertou o mais velho enquanto todos os outros da sala se puseram a chorar.

— Está tudo bem, não chore. — Tentou acalmar os alunos. O que poderia fazer? A maioria tinha sete ou seis anos de idade, é claro que eles ficariam muito abalados.

— Professor! Eu terminei todas as atividades, posso ir? — Donghyuck se pôs na porta fazendo todos o olharem de modo curioso e surpreso.

— Ele é tão frio.

— Ele não está triste pelo Didi.

— Coração de pedra.

— Você é cruel Donghyuck.

Por que ele deveria chorar? Ele não se sentia triste, como não se sentiu triste ao contar a verdade para Mark.

Ele parecia abalado, deveria pedir desculpas? Não! Por que ele pediria desculpas por ter falado a verdade?

Mark deveria abrir os olhos, deveria deixar sua inocência para trás e ouvir Donghyuck. Ele não tinha culpa se Mark era tão tolo ao ponto de não perceber que era apenas um fantoche.

— Você não fez nada de errado. — Sussurrou para si mesmo voltando a atenção ao livro de inglês.

Mas por que Donghyuck continuava insistindo em olhar para a cadeira ao seu lado? Por que ele continuava insistindo em seguir o mesmo caminho para aquele lugar desagradável?

— Mark foi expulso de vez? — O homem questionou preocupado mas ao mesmo tempo em um tom brincalhão.

— Não, ainda não. — Coçou o ombro nervoso, o que ele estava fazendo ali?

— Veio falar com ele? — Sorriu voltando a arrumar alguns papéis em cima do balcão.

— Eu...— Fitou o chão enquanto segurava a barra do moletom. O que você está fazendo aqui Lee Donghyuck? — Na verdade não, me desculpe. — Deu as costas caminhando até a porta.

— Espera! — Parou no lugar com a mão na maçaneta. Se virou para encarar o homem que agora estava alguns passos distante. — Quer tentar? — Apontou para uma das máquinas de jogos.

Se sentou na frente da máquina colorida, tudo nela era personalizado com os desenhos do próprio jogo.

Apertou alguns botões e começou a jogar. Até que era divertido mas um pouco difícil, tinha que admitir.

Hoje eu vou ter que extorquir um pouco mais o Mark. — Donghyuck virou o rosto na direção das vozes encontrando os "melhores amigos" do Mark sentados em puffs verdes.

— Da 'pra acreditar? Que idiota. — O grandão riu alto enquanto comia batatas fritas. — Ele acha que somos amigos dele.

— Eu avisei. — Donghyuck sussurrou para si mesmo se distraindo com o barulho de game over do jogo.

Assim que virou o rosto conseguiu ver uma figura parada ao lado da máquina. Ele estava sentado no chão com a cabeça baixa encarando os próprios pés.

Donghyuck suspirou se levantando, Mark continuou na mesma posição sem dizer uma única palavra ou fazer um único ruído.

O menor caminhou até o grupo de amigos chamando a atenção de todos. Ficou um tempo parado ali pensando se realmente valeria a pena, o que ele estava fazendo afinal?

— Vocês deveriam deixar ele em paz. — Começou de modo baixo. — Ele acha que vocês são amigos dele e vocês ficam ai, se aproveitando da inocência dele. — Aumentou o tom. — Deixe o em paz.

— Do que ele está falando? — O garoto de boné se aproximou estendendo a mão para tocar o rosto de Donghyuck que rapidamente fechou os olhos com medo.

Sentiu um vulto passar por si e assim que abriu os olhos pode ver a figura alta de Mark segurando o braço do garoto de boné vermelho.

— Nunca mais pense em tocar nele. — Ditou com a voz firme e grossa. — Nunca mais se aproximem.

𝒎𝒚 𝒇𝒊𝒓𝒔𝒕 𝒂𝒏𝒅 𝒍𝒂𝒔𝒕 💌 𝒎𝒂𝒓𝒌𝒉𝒚𝒖𝒄𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora