💚 capítulo 16 💚

7.3K 510 113
                                    

BÁRBARA PASSOS

A mesma pessoa que estava se aproximando se sentou na cadeira na minha frente.

— Por que está chorando? - Era uma voz familiar e eu já sabia quem era.

— O que você quer? - Levantei a cabeça olhando pro Victor. Ele não cansa nunca de encher o meu saco?

— Nada. Só quero saber por que você está chorando e quem te fez chorar. - Pergutou como se ele se importasse comigo.

— Não é da sua conta. Você nem se importa. - Limpei as lágrimas que tinham descido.

— Não gosto de te ver assim. - Falou com uma voz embolada e pegou na minha mão. Olhei nos olhos dele e vi que estava vermelho ao redor.

— Merda. Você se drogou? Meu deus, você está chapado, Victor. É claro que sim, por isso estava se importando tanto. - O Victor não cansa de fazer merda.

— Eu não estou chapado, só fumei um pouco e eu me importo com você, você que não percebe. - Falou se embrulhando nas palavras. – Vamos andar de carro? - Falou se levantando da cadeira e quase caiu.

— Qual é o seu problema? Claramente você está drogado e ainda quer dirigir? ‐ Levantei da cadeira e passei a mão no meu rosto. - Vem, vou te deixar em casa. - Puxei ele pelo braço indo até o carro.

— Pra onde você está me levando? - Perguntou rindo. Ele tava muito louco.

— Eu vou te levar pra casa. - Coloquei ele dentro do carro e sentei no banco do motorista. Eu não sabia muito bem dirigir, somente o básico.

— Foi aquele cuzão do seu amigo que te deixou assim, não é? Ele é um idiota. Deveria se afastar dele. - Ele falou e riu. Ignorei o que ele disse no final.

— A culpa foi minha. - Falei enquanto dirigia.

Continuamos em silêncio.

(...)

Estacionei o carro na frente da casa dele e ajudou ele a descer do carro.

Tirei a chave do bolso dele e abri a porta da casa dele.

— Não tem ninguém na sua casa? - Perguntei olhando ao redor vendo que não tinha nenhum espírito por perto.

— Meus pais vão dormir na casa dos meus avós hoje. - Ele sentou no sofá.

— Ok. Vai tomar um banho. - Falei pra ele.

— Eu estou com sono, Babi. - Falou deitando no sofá.

— Levanta. Você vai tomar banho agora. - Puxei o braço dele e ajudei ele subir a escada até o quarto dele.

— Tira a roupa e entra no box. - Deixei ele no banheiro e sentei na cama dele. Eu não iria dar banho nele.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para a minha mãe avisando que eu iria demorar pra chegar em casa.

Eu não posso deixar ele sozinho aqui, os efeitos da droga duram até 12 horas ou até mais e se eu ligasse pros pais dele ia ferrar tudo.

(...)

Ele saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura e tava bambo, ele não conseguia andar direito.

— Veste essa roupa. - Apontei pra um short que tava na cama que eu achei no guarda - roupa dele.

Ele vestiu e sentou na cama.

— Para de me tratar assim. - Falou com a voz embargada.

— Você está chorando? - Perguntei vendo uma lágrima descer do olho dele. Ele estava chapado, nada que ele fizesse era de verdade.

— Não. - Virou a cara para o outro lado.

Confesso que prefiro o Victor chapado do que quando ele está consciente.

— Por que você se drogou? - Perguntei segurando o rosto dele.

— Eu não sei. Eu fiquei com raiva de ver você com outros e acabei fazendo isso. - Olhou pra mim.

— Outros? Como assim? - Perguntei sem entender.

— Eu não vou com a cara dos seus amigos. - Falou. Ficamos alguns segundos em silêncio. - Senta aqui. - Bateu no lugar vazio da cama e eu sentei ao seu lado.

Eu sei que eu estou sendo burra.

__________________________________________

                 💮 {Maratona 2/4} 💮

𝑃𝑂𝑆𝑆𝐸𝑆𝑆𝐼𝑉𝐸 - babictor Onde histórias criam vida. Descubra agora