𝑃𝑂𝑆𝑆𝐸𝑆𝑆𝐼𝑉𝐸 - babictor

💚 capítulo 42 💚

BÁRBARA PASSOS

Hoje era a noite dos filmes.

O filme estava prestes a começar. E eu nunca estive tão feliz como estou agora, especialmente depois de ontem.

Estar com o Victor me faz sentir viva, sinto que quando estou com ele tudo ao meu redor deixa de ser importante, quando estou com ele me sinto segura e não quero perder essa conexão nunca.

Minha cabeça estava encostada no ombro do Victor, enquanto esperávamos o filme começar. A Carol estava sentada logo ao lado, acho que ela já se acostumou com a ideia que eu e o Victor estejamos "juntos".

O filme começou, mas não parecia ser um filme.

– É você ali? - Apontei para o telão onde o Victor aparecia.

– Sim, sou eu. O que é isso? - Ele olha para o lado como se estivesse procurando alguém. – Isso só pode ser brincadeira.

Olho novamente para o telão e tento entender o que está acontecendo, até ouvir meu nome.

– Victor, o que está acontecendo? - Vejo todos olharem para mim em menos de um segundo.

– Temos que sair daqui. - Ele tenta me puxar para sair dali, mas permaneço intacta. Eu queria entender o que estava acontecendo. Olho seriamente para ele. – Eu-eu posso explicar. - Victor fala nervoso, o que me deixa mais confusa ainda.

– Ele fez uma aposta para transar com ela? Ela realmente é uma idiota de ter caído nisso. - Ouço alguém sussurrar atrás de mim.

O que? Do que estão falando? Estão falando de mim e do Victor?

Não, ele nunca faria isso. Ele disse que me amava, não pode ser verdade.

– O que estão dizendo é verdade? - Me levanto do gramado e acabo exaltando minha voz.

Victor permanece calado e percebo que a resposta é sim.

Meu Deus. O que...?

Olhei para os lados e todos nos olhavam cochichando e rindo em suas rodinhas de amigos.

Eu não sabia o que fazer, então apenas corri, não sei para onde mas apenas corri.

Antes que eu saísse ouvi ele gritar inúmeras vezes "me deixa explicar", mas continuei correndo. Isso é demais para mim.

Isso não pode ser verdade. Não, não pode. Isso não pode estar acontecendo.

É um pesadelo.
É um pesadelo.
É um pesadelo.
É um pesadelo.

Sinto as lágrimas molharem meu rosto enquanto corro para mais longe. Minha visão ficou embaçada por conta das lágrimas e acabei tropeçando em algo.

– Eu confie nele. - Ainda estava caída, não conseguia me levantar e as lágrimas caíam depressa.

– Ei. Você está bem? - Ouço uma voz familiar vindo logo atrás de mim. – Sou o Thomas, lembra de mim?

Thomas, o garoto do banheiro.

– Thomas. - Tento me levantar mas estou fraca demais para isso. Ele vem até mim e me ajuda a levantar.

– O que houve? - Thomas me olha nos olhos enquanto me ajuda a ficar em pé.

– Ele...ele partiu meu coração. - As lágrimas ainda caem.

– Quem?

– Babi, me deixa explicar por favor. - Ouço a voz do Victor vindo em nossa direção.

– Temos que sair daqui. Não quero falar com ele. - Digo para Thomas e ele assente.

– Babi. - Victor corre até mim. – Vamos conversar, eu posso te explicar tudo. Não é o que você está pensan - Ele tenta se explicar mas o interrompo.

– Para! - Grito. – Para de inventar desculpas! Nada que você disser vai fazer a dor que eu estou sentindo parar. Nada que você disser vai fazer isso tudo se desfazer. Você estragou tudo, como sempre. - Minha voz continua em um tom alto, porém falhando algumas vezes. Eu não estava conseguindo me controlar. – Você brincou com meus sentimentos. Me fez acreditar que tudo que sentia por mim era real, mas isso não passava de uma merda de uma aposta, não é? - Aponto para ele. – Qual é o seu problema? Por que faz isso com as pessoas? Por que você tem prazer em machucar as pessoas que te amam? - Me aproximo dele, ainda gritando e as lágrimas não paravam de cair nem por um segundo. – Responde. Por que não me responde? - Empurro ele e começo a socar seu peitoral. A tristeza foi consumida pela raiva.

– Eu sei que eu fui um idiota e que fiz merda, mas eu nunca menti sobre os meus sentimentos para você. Eu te amo e sempre vou te amar. ‐ Victor diz com a voz embargada.

– Você sabe? Não, não sabe, Victor. Se soubesse não teria feito isso.. E não acredito mais em nenhuma palavra que sai da sua boca. Você arruinou tudo. Não quero te ver nunca mais. Acabamos por aqui. – Suspiro. Victor segura meu pulso e diz:

– Por favor, me escuta. Vamos nos acalmar e conversar. Estou te  implorando. - Diz ainda segurando meu pulso.

– Não encosta em mim. - Me enfureço e tento soltar meu punho de suas mãos, mas não adianta.

– Por favor.

– Solta ela. - Thomas se pronuncia. Victor olha para Thomas, mas seu olhar volta novamente para mim, tentando me convencer a ouvi-lo.
– Não ouviu? Falei para soltar ela.

– Quem é você? Mais um na fila querendo comer ela? - Victor me solta e vai em direção do Thomas.

Thomas fica calado e me olha por uns segundos, logo em seguida anda em direção ao Victor também.

Me coloco na frente dele e falo:

– Eu sinto nojo de você. Como eu pude me apaixonar por alguém como você? Eu te odeio. Deveria ter ouvido os outros, sempre estiveram certos sobre tudo e eu não acreditei. Eu achei que você me amasse, mas isso tudo sempre foi uma mentira e fui a última a saber. - Ando até o Thomas. – Me leva embora daqui, por favor. - Peço e ele assente.

Eu não acredito que ouvi e vi tudo isso. Não acredito que me apaixonei por um cara como ele. Não consigo acreditar que me entreguei e disse que amava um ser humano que se importa somente com si mesmo.

Thomas me colocou em um carro que nem me dei trabalho de saber de quem era e me levou para a casa.

Eu não consegui falar ou explicar nada para o Thomas durante o caminho, só conseguia chorar, chorar, chorar e soluçar.

A pior parte disso tudo é saber que eu amei e me entreguei totalmente para ele, deixei de acreditar no que as pessoas me diziam para acreditar e confiar nele.

Isso não pode estar acontecendo, não comigo.

Se eu pudesse mudar o passado, nunca teria conhecido o Victor e nunca teria aceitado ter ido para aquela maldita festa.

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Autora: tem mais alguém triste depois desse capítulo? comentem um emoji triste aqui. 🥺