Mensageira da morte

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Sarah

Dormir estava sendo uma tarefa complicada nessa última semana.

Eu estava tendo pesadelos estranhos, muito diferente dos habituais.

Nos novos pesadelos eu era uma assassina. Eu matava pessoas, por motivo nenhum.

E era tão real que me assustava.

Eu também estava tendo ataques de pânico.

O primeiro foi quando fomos até a casa da Lisa para investigar o que tinha acontecido com ela. Foi do nada.

Desde então tem acontecido frequentemente, na maioria das vezes de madrugada, logo após acordar assustada de um pesadelo.

Jack tem me ajudado a passar por isso.

— Mamãe? Papai? — ouvi Mary dizer, o que acabou me acordando.

Olhei para o relógio na mesa de cabeceira e vi que eram três da manhã.

Olhei para o Jack em busca da resposta do porque Mary tinha nos acordado naquela hora, mas ele parecia tão perdido quanto eu.

Mary pulou em cima da cama, aos nossos pés, com um livro nas mãos.

Ela tinha descoberto os livros alguns dias atrás, e estava totalmente fascinada.

A loira cruzou as pernas, leu alguma coisa no livro e ergue o olhar para Jack e eu.

— Vocês acham que o amor é um sentimento genuíno ou é só uma reação química do cérebro em reflexo ao instinto de perpetuar a espécie humana? — perguntou.

Mas o quê?

Jack olhou para mim com o cenho franzido. Olhei para ele de volta do mesmo jeito.

Que diabos deu nessa menina?

— Seja lá o que for é a única coisa me impedindo de te matar agora. — respondi.

— Rude. — ela exclamou.

Jack riu da pequena discussão, se deitando completamente na cama de novo.

— Vá dormir, Mary. — ele falou, puxando o cobertor para se cobrir.

— Eu não preciso dormir, preciso de respostas.

— Mary… — falei, em tom de aviso.

— Ok. — concordou, mesmo visivelmente infeliz com isso e se levantou da cama. — Boa noite.

— Boa noite. — desejamos de volta, vendo ela sair do quarto e fechar a porta.

— Ela é claramente sua filha. — comentei, ganhando um sorriso em resposta. — Eu hein?! Isso é hora de vir fazer uma pergunta dessas?

— Ainda não acredito que sou pai. — ele comentou, me puxando para apoiar a cabeça em seu peito. — Eu só tenho três anos.

Ri de sua constatação, respirando profundamente quando o sono bateu.

Fechei os olhos e apaguei.
.
.
.

— Tem certeza de que quer fazer isso? — Jack perguntou, olhando para mim de forma apreensiva.

Estávamos na sala de treinamento do bunker.

Desde que ganhei os novos poderes angelicais, eu ainda não tinha aprendido a usá-los.

Eu não ia treinar estando grávida, ainda mais com todo mundo me tratando como uma boneca de porcelana.

— Tenho plena certeza. — respondi.

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