XX - Epílogo

416 47 36
                                    


Gaara

Ainda me lembro de o quando o vi pela primeira vez. Eu era tolo, assassino, egoísta. Com seus olhos negros, ele olhou pra mim e sorriu de canto. Ele me desejava. Bem... naquela época ele só desejava lutar comigo. Mas foi a primeira vez que alguém me desejou, mesmo que fosse apenas com a intenção de me derrotar. Acho que ele me via como um bom desafiante. Foi a primeira vez que alguém me olhou sem desprezo. Ele me considerava forte, e um desafiante digno. Aquilo mexeu comigo. Eu não queria que ninguém sentisse nada por mim. Eu não me sentia digno de sentimentos que não fossem o ódio, rancor e desprezo. Eu senti raiva dele. Eu queria matá-lo. Eu o odiava, porque ele queria lutar comigo. Ele me via como um grande adversário, e de certa forma me admirava, e eu o odiava por isso. Nossos nomes foram chamados, e descemos para aquela arena. Ele lutou bravamente. E quanto mais ele lutava, mais eu o odiava. Ele me tocou, me feriu, e eu quase o matei. Ainda bem que falhei em matá-lo. Por um segundo, imaginei o que aconteceria se tivesse conseguido. Me imaginei vendo seu corpo morto, e imaginei como seria minha vida sem ele. Tremi em seus braços quando esse pensamento passou pela minha cabeça.

- Gaara, você está bem? - Ele me perguntou preocupado.

- Sim, eu só pensei em uma coisa ruim - Eu disse, respirando fundo.

Eles segurou meu rosto e olhou em meus olhos. Sorriu para mim. O sorriso que eu amava. Aqueles dentes brancos, perfeitamente alinhados. Seus lábios carnudos e seus olhos negros, intensos. Quando ele me olhava, eu sentia que ele podia olhar dentro da minha alma.

- Não quero que tenha pensamentos ruins Gaara. Agora que sou seu marido, vou proteger você! Até dos seus pensamentos! - Ele disse gentil, tomando meus lábios com um beijo doce.

Estávamos no trem, indo para Suna. Tivemos um casamento lindo naquela manhã. Foi muito melhor do que eu poderia imaginar. Mesmo nos meus sonhos mais românticos, nunca imaginei que pudesse ser tão perfeito quanto foi.

Após uma manhã agitada com nosso lindo casamento, e uma longa viagem de trem, chegamos a Suna quase ao anoitecer. Fomos direto para a pousada que eu havia escolhido para nossa lua de mel. Seria uma lua de mel rápida, mas seria nossa! Seria nossa primeira noite como casados, e eu faria dela uma noite especial.

Chegando em nosso quarto, eu pedi que Lee fosse tomar um banho primeiro, enquanto eu arrumava algumas coisas.

- Você quer mesmo transar hoje? Não está cansado? - ele perguntou com seu tom de preocupação.

- Eu dormi no trem. Vou ficar bem! Agora por favor, vai tomar um banho. - eu insisti para que ele fosse logo.

Ele foi enquanto eu fiquei arrumando o quarto. Ele não se demorou no banho. Quando saiu, estava enrolado num roupão. Seus cabelos úmidos penteados para trás. O roupão estava entreaberto na parte de cima, e eu podia ver que algumas gotas escorriam por seu peito, descendo em direção a sua barriga. Tudo que eu queria era ser uma daquelas gotas d'água, e me deixar escorrer pelo corpo dele. Mordi os lábios excitados com a visão de Lee seminu em minha frente. Ele viu que eu estava excitado. Ele me conhece melhor que qualquer um.

- Você fez um ótimo trabalho enquanto eu estava no banho. - Ele disse admirando o quarto que eu arrumei.

Eu havia feito um coração de pétalas de rosas sobre a cama, e iluminado o quarto com velas aromáticas.

- Você gostou? - eu perguntei acanhado

- Sabe amor... uma vez eu fiz isso, e você disse que era um clichê - ele disse rindo

- Sim! E você me disse que os clichês se tornam clichês por que funcionam. - Eu disse sorrindo sem graça para ele.

Ele se aproximou de mim e tentou me tomar num beijo, mas eu o impedi. Ainda tinha mais surpresas, e precisava me arrumar para o meu marido. MEU MARIDO... como essas palavras eram perfeitas...

Konoha Garden - Livro 3: Primavera (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora