Konoha Garden - Livro 3: Primavera (concluído)

VIII - Shinki

Gaara voltou para Suna, e foi levando sua vida normalmente. Metal foi aceito na academia ninja, e fez questão de telefonar para Gaara para contar. Gaara queria ter ido a Konoha parabenizá-lo pessoalmente, mas a verdade era que, não queria se encontrar com Lee. Não tinha coragem de encará-lo depois daquela recaída em seu quarto de hotel. Gaara então continuou por meses sem ir a Konoha, dedicando-se a ser o Kazekage perfeito.

Um dia, uma informação chegou ao seu escritório, que numa aldeia próxima de Suna, um monstro havia destruído uma vila inteira. Não matou ninguém, mas deixou alguns feridos leves. Gaara começou a investigar. Gaara não acreditava em monstros, mas o que quer que fosse, ele não permitiria que perturbasse a ordem no país. Investigando mais a fundo, e visitando os feridos, Gaara fez uma descoberta que o deixou impactado. Não fôra nenhum monstro que destruiu aquela aldeia e feriu aquelas pessoas, e sim um usuário de areia magnética. A manipulação de qualquer tipo de areia, era uma kekkeigenkai muito específica de sua família. Sendo a manipulação de areia magnética uma das habilidades de seu, há muito falecido bisavô, o terceiro Kazekage. Gaara ficou muito intrigado com a situação. Sua família não tinha ramificações secundárias. Os últimos descendentes de seu clã eram ele e seus irmãos, e agora seu sobrinho Shikadai. O mistério do Shinobi que controlava areia magnética tirou o sono de Gaara. Quem seria esse ninja tão poderoso? Gaara investigou muito a fundo, e revendo toda a árvore genealógica de sua família, encontrou uma prima distante, quase bastarda. Foi até o local onde ela viveria, e descobriu que ela havia falecido há algum tempo, mas que havia deixado um filho, que ninguém sabia onde estava. Aquele menino não tinha mais nenhum parente no mundo, nem ninguém com quem contar. Seus antigos vizinhos estavam preocupados com ele.

Gaara então ligou todos os fatos em sua mente. O tal Shinobi que estava destruindo vilas com uma kekkei genkai tão poderosa, era apenas uma criança, de uns seis anos. Apenas um ano mais velha que Metal. Que acabara de ficar órfã. Gaara foi então atrás desse menino. Passou dias seguindo seu rastro, até que recebeu notícias de que alguém estava atacando uma vila, perto de onde ele estava. Gaara correu pra lá, e em meio a todo aqueles caos e destruição, Gaara pôde ver um menino. Por alguma razão, Gaara não sentiu medo dele. O menino parecia desesperado e chorava. Estava envolto por uma nuvem de areia magnética, muito parecida com a defesa absoluta de Gaara. Estranhamente, Gaara pode ver a si mesmo naquele menino. Uma criança sozinha, decepcionada, de luto, e com um poder absolutamente destrutivo. Gaara sabia na pele o que era isso. E sabia que precisava pará-lo. Gaara foi até ele, se aproximando devagar. O menino ficou muito assustado, e sua areia de ferro fez movimentos para defendê-lo. Gaara começou a falar com ele:

- Oi... eu me chamo Gaara! Eu quero apenas falar com você - ele dizia em um tom calmo, para tentar tranquilizar a criança.

- Eu quero te ajudar... me deixe chegar mais perto! - Gaara pedia, e sua voz era calma e tranquila.

O menino olhava para ele assustado e chorando. Gaara continuava a se aproximar. Quando Gaara chegou bem perto, a areia do menino tomou o formato de espinhos de metal. Gaara ficou assustado, mas precisava chegar até aquela criança. Ele andou mais um pouco, e se ajoelhou na frente dele. O menino muito assustado, involuntariamente ativou seu jutsu, e um dos espinhos entrou pelas costas de Gaara, e saiu por seu peito. Gaara sentiu uma dor lancinante, e achou que ia morrer. Mas ele sentiu a dor daquele menino. Os olhos dele eram iguais aos de Gaara quando tinha aquela idade. Gaara, mesmo ferido, se aproximou dele e o abraçou. Ele disse baixo em seu ouvido.

- Você vai ficar bem. Eu vou proteger você.

Gaara estava sangrando muito, e sentiu sua mente se apagando, lutou para ficar acordado. A última coisa que viu, foi o menino indo em sua direção, tentando tapar sua ferida. Gaara adormeceu.