Princesa...

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A semana passou. Você comprou um terno e tentava não gritar internamente consigo mesma o tempo todo sobre o fato de que você irá ver a garota a qual era apaixonada por tantos anos.

“Apaixonada”. Ah, como é bom admitir isso, não?

A organizadora do casamento estava aos berros com os funcionários, procuramos informações com os convidados sobre, onde caralhos estava a madrinha de casamento que estava faltando antes que a noiva?

Ela não ia chegar. Não ia mesmo.  Lógico que Adora não iria atravessar meio mundo por causa de um casamento.

Mas se ela veio sim?

E se aconteceu alguma coisa?

E se ela passou mal?

As perguntas lhe torturavam e se dividiam. Também tinha a probabilidade dela ter esquecido

Não. Talvez ela travessaria meio mundo por causa de um casamento sim. Entretanto... E se a não aparecesse por causa de você, Catra?

Ah pronto! Você havia arruinado o casamento da Entrapta por simplesmente estar ali.

Os minutos foram passando e a hora de entrar se estreitava o máximo que podia, sem sucesso. Você já conseguia mentalizar a cara de tristeza de Entrapta e o desespero da organizadora do casamento que estava preste a ter um ataque se não achasse a Adora.

Ela não viria.

ㅡ Desculpa o atraso, eu me perdi. ㅡ O coração acelerou como um cavalo de corrida  ao ouvir aquela voz.  Era como o efeito de droga e finalmente, depois de tanto tempo, você se sentia voar.

Adora estava realmente ali. Sem joguinhos, sem memórias frustradas lhe torturando. Era ela, em carne e osso.

A garganta ficou seca e você não fazia a menor ideia de como reagir. Só sabia que era um infarto se o coração teimoso continuasse tão rápido.

Ela estava tão linda. Os olhos azuis se misturavam com um cinza e as bochechas levemente avermelhadas, envergonhadas em ver você fazia seu corpo se estremecer por inteiro. Ela trajava um vestido branco tomara que caia com detalhes dourados. Lindo.

Você sentiu o ar sumir ao observar seus cabelos loiros escorregando pelos ombros dela. E então, todo o olhar, as sensações que ela havia sentindo se transformaram em confusão quando Adora finalmente deu por si, fechando o cenho  irritada mirando você.

Parece que alguém ainda tá com raiva, né?


Seus olhares se encontram mais uma vez por poucos instantes como imãs se atraindo, e hipnotizada, você confunde aquela cena com a primeira vez que a viu. Você, por mais que não quisesse, sentiu as bochechas tonalizarem um lindo vermelho e seu coração traíra se aqueceu.

Trilhões de sensações percorrem seu corpo e você não fora capaz de se conter ao sentir as pernas bambas.

Ninguém disse nada. Talvez por orgulho em não ser a pessoa que cede na relação, ou por estarem sentindo tantos sentimentos ao mesmo tempo que seu cérebro deu um curto circuito e parado de funcionar. Quem você quer enganar? Você sentia uma mescla dos dois e também, um pouco de medo de estragar tudo.

ㅡ Perfuma e Scorpiam entrem primeiro, depois você e a Catra. ㅡ A organizadora informa a Adora a qual observava tudo atentamente. A mulher ia sair quando seus olhos focaram em vocês duas com as mãos no bolso do vestido e terno, totalmente desconfortáveis.  ㅡ Meninas! Por favor né? Quem vai casar é a Entrapta, vocês não precisam ficar de gracinha pra não darem as mãos pra entrar, ok? ㅡ A mulher pegou brava ambas as mãos, tanto de Adora quanto a sua, entrelaçando seus braços. ㅡSe matem depois que tirarem as fotos, antes disso eu quero que tudo saia como planejado. ㅡ Você engoliu seco e um tanto tensa ao sentir Adora totalmente relutante contra você e seus toques. E por mais que as feições do rosto dela mostrassem que não fora sua intenção, machucou você de uma maneira que você nunca soube ao certo como explicar.

A mulher fechou as portas e a música começou indicando que era a vez de Scorpiam e Perfuma entrarem.

Você sentia as mãos soando nervosas e a respiração fadigada. É lógico que você iria estragar tudo Catra. Do jeito que você é desastrada, qual a probabilidade de você cair no meio de todo mundo? 99,9%  de certeza?

Você fechou os olhos fortemente quando as duas a sua frente saíram primeiro. Agora vocês aguardavam a sua vez e aquilo parecia tão... Aterrorizante?

Adora parecia calma, mantinha o cenho sereno e sem expressão. Você sabia que aquilo era só um aviso de que ela estava surtando por dentro. Não sabia explicar, apenas sentir o desespero e ao mesmo tempo o coração aquecendo e batendo como um louco dentro do peito por ter Adora, ali novamente, perto de você.

Ela estava do seu lado, mas mesmo assim parecia tão distante. Tão fria.

As portas se abriram novamente e agora era a vez de vocês caminharem pelo corredor, sendo observadas por todos aqueles de olhos ao redor. Aquilo lhe fazia subir um calafrio pela espinha.

Adora virou a cabeça olhando atentamente para você e sorriu sem dentes, dedicando a você todo o conforto e carinho que desejava.

Foi tão simples, todavia, tinha tantos significados distintos que você sentiu os olhos se encherem de lágrimas teimosas e com muito custo você as segurou para não derrama-las. Você devolveu o sorriso e finalmente se sentiu segura o suficiente para caminhar pelo corredor e permanecer no altar como a madrinha que Entrapta tanto queria.

Vocês caminharam leve pelo tapete vermelho, sem se importar com nada. Se posicionaram no devido lugar e esperaram tudo acontecer lindamente.

Hordak estava nervoso olhando pro chão envergonhado por ser o centro das atenções, mas suas feições mudaram rapidamente  para tranquilas e deslumbradas quando a música trocou. A porta se abriu novamente e de lá, saiu às gêmeas de Cintilante e Bow, derramando as pétalas enquanto Entrapta entrava logo atrás.

Você estava quase chorando de emoção, tudo ali pareciam tão mágico.  As pequenas riram ao chegar ao altar e correrem para os braços de Cintilante envergonhadas. Entrapta sorriu boba ao segurar a mão de Hordak, subindo juntos ao altar.

Eles estavam tão apaixonados, sincronizados e felizes.

O pastor iniciou a cerimônia e, por mais que você não fosse o tipo de pessoa que se emociona com casamentos, não pode conter todos os sorrisos bobos que deu pela amiga.

Já Adora estava emocionada, se desfazia em lágrimas contente. Ela sempre fora molhe demais e você achava isso extremamente fofo.

Quando fora assinar o papel suas mãos se encontram. Adora puxou seus dedos rapidamente ao tocar os seus, um arrepiou firo e intenso percorreu sua espinha. Ela travou em instantes, segurando o ar por alguns segundos para voltar a postura.

Você olhou para ela encarando suas lindas orbes cinzas e então murmurou sentindo o coração aquecer: “— Você ainda sente...”

— Não. Eu não sinto. — Respondeu ríspida pegando o a caneta na mesa e assinando seu nome. — é melhor você parar com isso agora. — Lhe entregou a caneta, dando um sorriso forçado para Entrapta que não ligou para o drama das duas.

— Como quiser, Princesa. — Você sorriu travessa assinando no papel enquanto Adora virava o rosto irritada, irritada com o fato de que amava aquele olhar, só não queria admitir, mas aquilo era evidente para tudo mundo.


O casamento continuou e você se viu derreter em vários momentos. Entrapta e Hordak se beijaram, oficializando o casamento e depois de alguns minutos a festa começou.

Aquela festa seria tão longa com vocês duas se provocando a cada 5 segundos...


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