pode chorar

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ㅡ Adora. É... Meio que. ㅡ ela tentava reunir as palavras certas mas acabava sempre se enrolando. ㅡ então. Eu acabei de encontrar a Catra aqui, jogada na sofá.

As mãos tremiam e assustada você pronunciou um: "ㅡ O que?! ㅡ" Você diz desesperada sentindo o coração pulando pela boca.

ㅡ Espera. Calma! O que porra aconteceu?

ㅡ ela tá tendo uma crise muito forte e eu não tenho carro pra levar ela pro hospital. ㅡ uma pausa ㅡ sei que você não quer vê-la, mas eu me lembro de você conseguir acalmar ela quando ela tá assim.

ㅡ Coloca no viva-voz. ㅡ Você diz séria e consentrada. Não se importando com nada além do bem está se Catra. ㅡ Faz um copo com água e açúcar pra ela, por favor, Cinti.

Cintilante passou o celular para Felina e você conseguiu ouvir a respiração desregular e falha a qual tentava desesperadamente se manter em uma linha fina que ameaçava a parar a qualquer instante.

Saber que ela estava assim fazia seu coração doer.

ㅡ Felina. Lembra o que eu te falei na última crise? ㅡ Você diz doce tentando manter a calma, pois sabia que a assustaria fácil com um tom diferente. Ela continuou em silêncio. ㅡ "Toda vez que a ansiedade vem, ela vai embora, amor." ㅡ Você olhou pro teto arrependida. A última palavra, o apelido havia saindo de forma inconsciente. ㅡ Conta até dez comigo, ok? ㅡ Ela não respondeu. ㅡ Catra, conta comigo, por favor.

ㅡO- ok.

A resposta dela foi fraca. A voz embargada pelo choro e soluções lhe traziam aflição.

Então você começou a contagem enquanto ela repetia. "1. Respira fundo." Você a incentivava continuando serena e calma, mostrando sempre o seu melhor lado. O lado atencioso e fofo que você só tinha com a.

"2... 3...4...5...6..." Tudo bem lento, esperando pacientemente ela responder.

Catra aos poucos se acalmava e voltava ao controle. Você podia sentir que ela estava ficando melhor ao ouvir sua respiração voltando ao normal. "7. Quase acabando." Ela riu nervosa do outro lado da linha, continuando devagar."8... 9... 10..."

ㅡ Bebe a água que a Glimmer fez pra você, ok?

ㅡ Obrigada... ㅡ Uma pausa. ㅡ Obrigada Adora.

ㅡ Passa o telefone pra Cinti pra mim. ㅡ Você diz seca, voltando com sua marra ao perceber que ela estava bem.

Catra resmungou algo, mas não lutou contra. Não xingou, não gritou. Apenas aceitou e entregou o telefone pra Glimmer.

ㅡ Fica de olho nela pra mim? ㅡ Você pediu preocupada.

ㅡ Ah. Claro.

ㅡ Quando isso acontece ela costuma ter insônia e começa a andar pela casa. ㅡ Fecho os olhos pensando no que ia dizer mordendo os labios. ㅡ Se precisar, me liga. Não importa o horário eu vou atender. ㅡ Suspirou pó esadamente ㅡ Não deixa ela fazer besteira, Cinti.

ㅡ Tudo bem. Vou ver o que eu consigo fazer, Adora.

******
Você sentia medo de ficar sozinha dentro de casa. Tinha medo pois cada minuto que você permanecia ali sem ninguém para distrai-la de si mesma, sua mente lhe trazia mais e mais pergunta sobre você e sobre tudo que estava ao seu redor. Quando abria seus olhos você via a sua casa e não a casa de Mara a qual estava morando atualmente. Os moveis mudavam de forma e se mesclavam aos seus antigos. E o pior, com as lembranças de casa, você se lembrava de Felina, afinal, ela não saia de lá.

As paredes lhe assombravam, como se gritassem irritadas para você a verdade, o sentimento inevitável que desabrochava cada vez mais dentro de você.

Você a ama muito. Por que não aceita? Talvez se aceitasse seus sentimentos você conseguisse se entender melhor e assim poder seguir a vida.

Teimosa.

Sua cabeça embaralhava o presente com o passado. Misturava suas memorias com seus sentimentos e lhe fazia se afundar ainda mais debaixo das almofadas do sofá.

"Adora, se eu te disser que eu queimei a pipoca você não fica brava?" Você levantou seus olhos vendo Catra da cozinha.

Você está ficando louca, Adora? Vendo coisas, sentindo-as. O que vem depois disso? Um elefante rosa com vestido de bailarina e sapatilhas enquanto rodopiava pelo ar?

"Você é um desastre na cozinha, garota, pelo amor de Deus!"

Você tossiu forte ainda sentada no sofá, vendo uma versão antiga sua da cozinha junto com Catra.

Acho que o elefante rosa seria menos estranho.

"Sua função é me alimentar, não tenho culpa se você deixou essa tarefa pra mim ciente de que eu sou péssima, princesa." Ela resmungou olhando pra panela queimada e começou a dar uma risada leve que logo de transformou em uma gargalhada alta e gostosa.

"Eu não vou comer isso ai não." A Adora, a antiga você, sorriu contagiada com a risada de Felina, envolvendo vagarosamente ela em um abraço por trás beijando seu pescoço.

Você se levantou do sofá enquanto as lagrimas escorriam caminhando timidamente até a cozinha vendo aquela memoria se desfazer com sua aproximação. Você mordeu os lábios enquanto segurava forte a barra da camisa.

Adora. O que está acontecendo com você nessa confusão que se tornou sua cabeça, amor?

Você não dormiu a noite toda. Talvez seja por isso que suas memórias estavam tão aflitas. Ficava olhando o celular de minuto em minuto, pronto para receber qualquer mensagem da Cintilante. Perguntava a cada dez minutos se ela estava bem, se havia dormindo, mas Cinti não respondia. Ela deve ter ido dormi, não é? Está tudo bem. Bom... Será mesmo?

ㅡ Queridinha, daqui a pouco você vai ter um ataque cardíaco. Pelo menos senta! ㅡ Rizzo comentou preocupada e um tanto irritada de vê-la sapatiando pela casa. Você se virou para olhar pra ela da varanda com o celular na mão enquanto enxugava suas lágrimas. ㅡ Sei que está angustiada, meu amor, mas antes de ajudar alguém você tem que está bem o suficiente pra não surtar. ㅡ Sorriu passando uma presença tranquilizante. ㅡ Vem aqui, vem. ㅡ Incentivou ela lhe chamando para um abraço e carinho que você não foi capaz de recusar.

Você foi se aproximando devagar, mordendo o os labios indecisa. Você a abraçou forte, enquanto se escondia em seu ombro.

ㅡ Pode chorar, Queridinha. ㅡ Ela diz apertando ainda mais o abraço. ㅡ Chorar faz bem. Acalmar. Você não precisa ser forte perto de mim, meu amor.

E foi isso que você fez.

Sem se importar em parecer venerável o fraca. Precisava de um momento não sendo a mais forte. Precisava dos cuidados de alguém e chorar até se sentir melhor.

ㅡ Queridinha, Queridinha. Você se tornou um quebra cabeça mais difícil de montar que eu já conheci.

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Amores, um recadinho aqui rapidinho. Nós próximos cap serão contados na visão da Felina.

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