여덟. 8

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Yedam sempre sonhou em ter um animalzinho, embora seja de certa forma impossível em seu dormitório. Era proibido animais dentro do prédio da empresa, assim como em sua casa. Sua mãe o mataria se aparecesse com um bicho, então sempre passou vontade de ter um.

O que não o impedia de brincar com alguns que vagavam pelas ruas em busca de comida e abrigo, já chegou até a adotar um e deixar na casa de uma funcionária do pet shop que ficava próximo da empresa, mas acabou desistindo depois de a moça ter que se mudar e devolver o animal.

Seu nome era Peter, um vira-lata cinza com branco, magro e de apenas alguns meses.

Teve que mandá-lo para uma instituição de caridade já que não tinha onde o pequeno ficar, se despedindo permanentemente quando foi adotado por um casal simpático. Sentia falta mas sabia que estava em boas mãos, então estava bem.

"Um parque de cachorros é um bom lugar, Kim."

Sua mente estava nublada desde que conseguiu a foto de Doyoung, o mundo poderia estar desabando, mas Bang estaria com um sorriso no rosto.

Pôde notar muitos detalhes apenas encarando aquele papel, mas uma coisa era fato: era a pessoa mais bonita que já vira.

Aquele sorriso brilhava assim como seus olhos, combinando com o cabelo castanho escuro com um corte estiloso e o suéter azul bebê que só podia ver os ombros.

Tudo era interligado e deixava Yedam babando, literalmente. O garoto não conseguia fechar a boca.

Durante esse dia corrido guiado por Doyoung, percebeu que parecia muito com o mais novo.

Nos gostos de lugares, comidas, roupas, músicas...

E isso alegrava Yedam.

Muito.

Estava sentado num banco de concreto observando os cães correndo e brincando com seus donos.

Por um momento, começou a refletir o motivo pra aquilo tudo.

Encontrou uma carta de um garoto qualquer e resolveu seguir cegamente todo e qualquer passo que possa levar até o escritor dela.

Aquilo seria doentio?

Nem sequer conhecia ele.

Pra quê se preocupar?

Pra quê?

Poderia estar em seu quarto, compondo as músicas que apresentaria dali alguns meses.

Mas não.

Estava num parque cheio de cachorros olhando fixamente para uma foto há meia hora, esperando o menino cair o céu e pedi-lo em casamento.

Balançou a cabeça.

Precisava parar de pensar naquelas coisas, principalmente a parte do casamento.

Se levanta e tira a carta do bolso, lendo apenas algumas linhas para descobrir a próxima parada: a floricultura.

Bastaram alguns minutos de caminhada para encontrá-la.

Era bonita, cheia de flores, obviamente.

Flores coloridas e cheias de vida, com perfumes e formatos diferentes.

"Floriculturas são lugares tão quietos, não acha? Talvez sejam mais silenciosos que bibliotecas, se quer saber. Mas essa parte até que faz sentido, já que eu uso essa floricultura como meu ambiente de leitura privado. Ninguém usa os bancos de pedra perto do laguinho de carpas, serve só para decoração. Mas não tem nenhum aviso que me proíba de usá-los, então me aproveito disso pra relaxar."

𝑙𝑒𝑡𝑡𝑒𝑟: 𝑑𝑜𝑑𝑎𝑚 ;Onde histórias criam vida. Descubra agora