Capítulo 42

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Shivani me acordou era exatamente 6 horas da manhã, levando em consideração que dormimos a umas 3 da madrugada, e eu ainda tava morrendo de sono

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Shivani me acordou era exatamente 6 horas da manhã, levando em consideração que dormimos a umas 3 da madrugada, e eu ainda tava morrendo de sono. Fiquei jogada na cama com preguiça, enquanto isso ela tava devidamente arrumada andando de um lado para o outro no quarto. Ela usava uma calça de moletom preta, um cropped branco e tênis fila disruptor, gostosa.

— Joalin Loukamaa, passe pro banheiro. A gente vai se atrasar.

— Amoor... A senhora Anastácia não vai sentir minha falta no café da manhã.

Ela se virou para mim com as duas mãos na cintura.

— Eu vou te levar em um lugar antes de ir pro internato Joalin, agora levanta essa bunda branca daí e vai tomar banho.

Revirei os olhos e sai quase me arrastando da cama, santo Deus, eu quero passar a tarde dormindo, hoje é sábado mesmo, só tinha a missa a tarde, não vou para essa missa, senhora Anastácia que lute. Coisa idiota ficar enfiando religião goela abaixo dos alunos.

Tomei um banho, felizmente eu tinha roupas pelo apartamento de Shivani, então eu também tinha roupas íntimas, odeio ficar sem nada por baixo, vesti a roupa do internato novamente, Shivani tinha colocado pra lavar e ela mesma passou minha camisa social, acho que nunca vesti essa camisa tão arrumadinha, eu sempre uso parecendo que saiu de um chifre de boi de tão amassada.

Deixei desleixada como sempre uso, assim que sai fora do banheiro Shivani já veio a meu encontro, ajeitou a gola da camisa e deu um nó na gravata, ao menos ela não apertou até o limite.

Quando saímos do apartamento, olhei no relógio do carro, marcava 6:40. Shivani dirigia tranquilamente, é sexy vê-la dirigindo, fica tão concentrada.

Ela estacionou em uma casa de andar simples, linda, tem uma cerca de madeira, toda arrodeada de grama e de árvores. As paredes também são de madeira, parecia casa de livros de histórias em quadrinho.

Shivani parecia bem íntima de seja lá quem morasse aqui, ela apenas girou a maçaneta da porta e entrou.

No momento que meus olhos viram o interior da casa, eu fiquei encantada, toda a casa era de madeira, os móveis tinha uma coloração mais escura, livros e brinquedos eram a única decoração, brinquedos que de forma alguma eram fabricados por máquinas, eram brinquedos feitos a mão, brinquedos de madeira, carrinhos, taques de guerra, caminhão, cavalos. Era tudo tão incrivelmente detalhado.

— Uau... — Eu olhava tudo abobalhada, parecia uma criança em um parque de diversões.

Shivani segurou minha mão.

— Senhor Peter chegamos...  

Shivani falou e o senhor simpático da livraria apareceu na sala, hoje ele estava incrívelmente fofo, usava uma calça social cinza, uma camisa de botão quadriculada branca e vermelha, com um suspensório, e uma boina na cabeça.

— Filhas... Entrem, cheguem, acabei de terminar o café da manhã.

Ele veio até Shivani e segurou em sua mão, Shivani o abraçou, ele deixou um beijo em sua testa. Quando minha namorada virou melhor amiga dele?

Ele sorriu ao se virar para mim, passou a mão fazendo carinho em meu rosto e segurou meu queixo olhando diretamente para meus olhos.

— Esses olhos sempre serão minha cor favorita no mundo. - Falou antes de se aproximar e assim como em Shivani, deixou um beijo delicado em minha testa.

Eu não sabia o que falar, então falei a primeira coisa que veio em minha cabeça.

— O senhor quem faz os brinquedos?

— Ah... Sim, é meu passatempo.

— Seus netos devem gostar de vir em uma casa com tantos brinquedos.

Ele sorriu e segurou minha mão.

— Minha neta parece ter gostado de vir a minha casa, mas eu ainda não tenho certeza sobre isso.

Ele voltou para o cômodo que estava, acredito que fosse a cozinha. Shivani segurou minha mão e me conduziu a adentrar o local com ela.

A mesa estava farta de alimentos, vi panquecas, frutas, café, chá, leite, suco, bolo, pães, queijo... Deus ele ia alimentar quantas pessoas? Tudo bem que eu como por 3 seres humanos normais, mas nem meu estômago daria conta de comer tanta coisa.

Ele foi até o forno e tirou de lá algo que quase me fez desmaiar apenas com o cheiro, era os biscoitos que só minha avó sabia fazer. O cheiro de infância, de trolar a vovó e pegar os biscoitos escondidas, a vovó correndo atrás de mim porque eu saia com as mãos cheias deles... O gosto não podia ser o mesmo, não era possível.

Shivani pareceu ter percebido que eu viajei em pensamento. Ela me olhava profundamente.

— Tudo bem amor? - Ela falou baixo, eu apenas concordei com a cabeça.

— Será que eu posso comer um biscoito desses? — Falei e já ia metendo a mão no recipiente que ele tinha colocado, mas fui impedida por Shivani que deu um tapa na minha mão.

— Lave as mãos primeiro Loukamaa.

Fiz um bico nos lábios, mas fui quase correndo pra lavar minhas mãos.

— Pegue quantos quiser minha querida. — Ele falou quando eu parei perto da mesa.

Eu sorri e peguei um biscoito, era incrível, o gosto era exatamente o mesmo. Soltei um suspiro sem querer com aquele sabor indescritível.

— Santo Deus, esses biscoitos lembram tanto minha avó. — Eu peguei outro biscoito e coloquei na boca.

— Me fale mais sobre ela. — Ele puxou uma cadeira e se sentou, eu e Shivani fizemos o mesmo.

— A vovó era a melhor pessoa da minha vida, ela sempre foi tudo pra mim, acho que ela foi minha única família no mundo.

Eu peguei uma caneca e coloquei um pouco de café e leite.

— E seus pais?

Shivani tava em silêncio apenas observando nossa conversa.

— Eles nunca se importaram muito comigo, vivem viajando a trabalho, quando a vovó era viva, eu vivia na casa dela, então não me importava muito.

— Sua avó me parece uma grande mulher. — Ele falou e eu sorri, peguei um pedaço de bolo e uma panqueca e coloquei em um prato.

— Sim, a vovó era minha super heroína favorita, acho que ela esquecia que tinha 70 anos quando eu chegava lá, ela se sentava no chão para brincar de boneca comigo, corria atrás de mim quando eu aprontava alguma coisa, ela quem me ensinava as atividades da escola, a comida dela sempre foi a melhor do mundo, o melhor abraço, o melhor cafuné... Sinto saudades dela. — Olhei para ele e seus olhos estavam cheios de lágrimas, ele parecia ser bem sentimental.

— Eu também sinto falta dela...

Eu ia colocando uma garfada de panqueca na boca, mas eu paralisei.

— Am... O senhor falou como se a conhecesse. — O senhor tirou o óculos e secou os olhos.

— Sua avó Joalin, realmente foi uma mulher incrível, eu não só a conheci, como eu a amei, e ainda a amo.

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𝐈𝐧𝐭𝐞𝐫𝐧𝐚𝐭𝐨 Onde histórias criam vida. Descubra agora