P.V.O S/N
Eu e Peter estávamos sentados na grama de frente para o lago. O sol estava prestes a se pôr e todos presentes ali paravam para dar atenção aquele simples espetáculo, olhei para Peter vendo que ele sorria enquanto os últimos raios de luz amarela iluminavam seu rosto, e ali eu tive a certeza de que o amava. O garoto virou o rosto, me encarando como se o que eu fizesse fosse a coisa mais engraçada que ele já vira.
— Porque está me olhando assim? — Ele me perguntou, abrindo ainda mais o sorriso já sabendo a resposta.
— Você foi a melhor coisa que me aconteceu. — Sorri vendo o garoto aproximar seu rosto, e tudo o que eu consegui fazer foi fechar os olhos sentindo o beijo tão apaixonado e desajeitado entre nós, já que ambos riamos deixando aquele momento ainda mais especial.
Peter parou o beijo se afastando de mim.
— Então, porque você tentou me matar? — Abri os olhos assustada vendo que o garoto agora tinha uma mancha de sangue em sua camisa, coloquei a mão no lugar tentando parar o sangramento.
— Não, não, não. Por favor Peter fica comigo. Me perdoa! eu nunca quis isso.
O corpo de Peter se enfraquecia aos poucos, eu não conseguia parar o sangramento, e quando o garoto fechou os olhos um barulho ecoou.
Sentei na cama sentindo minhas mãos tremerem. Outro barulho ecoou me fazendo olhar para o lado e ver que o despertador tocava, era sinal que eu devia me arrumar para aula.
O fim de semana nunca tinha sido tão longo, eu evitava dormir e toda vez que eu dormia tinha esse sonho. Depois do vídeo do Peter e Megan se beijando, tudo o que fiz foi me enfiar no quarto, para não cometer uma possível atrocidade.
Eu dormia no quarto da minha mãe pra evitar ouvir o garoto batendo na minha janela, desliguei o celular para não precisar responder qualquer especulação das minhas amigas, e fingia estar bem para que minha mãe não se preocupasse. Porém era segunda feira e eu teria que lidar, não só com o fato de ser traída, mas com o fato de alguém, anonimamente, postar isso na internet.
Eu sentia que tudo o que eu tinha construído aqui na Terra estava saindo fora dos eixos, como se tudo estivesse errado, fora do lugar. Tudo o que eu queria era achar algo, alguém, ou qualquer coisa que me desse uma solução, e de repente percebi que estava perdida, pois não havia ninguém que pudesse fazer isso para mim, além de mim mesma. Então levantei com toda minha falta de coragem e fui me arrumar, e assim me veio uma resposta, um cartão escuro jogado entre minhas coisas me fez lembrar das sabias palavras de um homem desconhecido, ele não me daria nenhuma solução, mas talvez pudesse abrir minha mente, como meu bom e velho amigo Dante fazia.
Motivada a encontrar qualquer coisa que me deixasse um pouco melhor, terminei de me arrumar. E com a desculpa de que queria ir sozinha para escola, cruzei a cidade de Nova York procurando o endereço do cartão.
...
Eu estava no meu quarto arrumando o traje quando escutei May bater na porta, eu não achei que ela ainda estivesse em casa, mas a deixei entrar mesmo assim.
— Vai se atrasar desse jeito, porque não mexe com o traje depois. — Ela disse enquanto atravessou o quarto para abrir a janela, numa falha tentativa de melhorar o aspecto do lugar.
— Não tem hora pra isso tia May, além do mais os crimes tem aumentado nos últimos dias, eu preciso estar preparado. — Murmurei cansado.
— Um bom motivo para tomar cuidado, algumas coisas você tem que deixar para a polícia resolver. — May me encarou preocupada.
— Eu vou ficar bem Tia May, eu preciso ir. — Disse pegando a mochila.
— Tenta não voltar muito tarde. — A mulher me olhou. — E... não leve seus problemas com S/N para rua Peter, eu sei que o que aconteceu entre vocês é bem ruim, mas não quero que algo pior aconteça com você por isso.
— Eu tenho que ir, estou atrasado tia. — Me apressei em sair dali, sentindo meus olhos arderem ao lembrar do momento em que vi o vídeo, e por até agora não ter falado com S/A sobre.
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A new life
FanfictionDepois do melodrama vivido por você e Parker, Russell acha que com uma vida normal tudo seria mais fácil mas acaba se deparando com o cenário de uma adolescente em crise. Como vencer essa batalha da vida?