capítulo 4: This is war__parte 1

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Estava ventando muito e a sensação do medo me cercava por todos os lados,um rosto familiar me observava enquanto ria,minhas vestes estavam cobertas de sangue,na minha mão esquerda não havia mais dedos e conseguia ver metade do meu corpo jogado na mata ensanguentado,uma dor imensa consumia meu corpo e minha mente,mas quando fechava os olhos acordava em outro lugar, parecia a cabine de um navio,tudo estava sendo engolido pelo fogo,eu corria pelos corredores estreitos em desespero até esbarrar em uma prateleira cheia de garrafas estranhas,uma delas cai em minha cabeça me fazendo acordar de meu sonho pavoroso,tendo que me levantar contra minha vontade.
As coisas foram estranhas durante os dez dias q haviam passado: os sonhos se repetiam toda noite,Vicent nos ameaçava sempre que nos via e toda manhã tinha algum bilhete em meu quarto me alertando de alguma armadilha de forma indireta. Acho que estranho estava começando a se tornar meu novo conceito de normal naquela casa. Quando caia a tarde,Clover, Beilial e eu nos encontrávamos na biblioteca da mansão para procurar por informações de como voltar para nossa verdadeira casa,mas todos os mapas e livros não continham informação alguma sobre Inglaterra,Gales, Brasil, Escócia,nada do que um mapa mundi normal teria.
Era de manhã quando caminhava pelo corredor perto do meu quarto,começo a lembrar daquele rapaz de cabelos longos e da conversa que teve com Vicent naquela noite,seria culpa deles os eventos que diariamente tentavam ferir a mim ou a Clover? As vezes,conseguia vê-lo sair da cozinha zangado e as vezes o via pelo lado de fora da minha janela no meio da noite,tentei conversar com ele algumas vezes mas sempre era ignorada.
Também não me saia da cabeça aquele par de olhos que me observavam durante a noite,apareciam no vão da porta do meu quarto toda noite e depois desapareciam com som de passos pelo corredor,como se pequenos saltos corressem pela casa durante a noite,queria saber quem seria o dono daqueles olhos tão diferentes,seria essa pessoa o responsável por esses bilhetes de aviso?
Era noite quando resolvi dar uma volta pela casa,apenas por insônia,quando escuto uma voz feminina sair da sala com instrumentos junto com a de Beilial,parecia que ele conversava com alguma garota,que pela voz aparentava ser jovem,não conseguindo me conter,começo a escutar a conversa apesar de não conseguir ver nada pelo buraco da fechadura:

- Sei que o senhor tem seus motivos,mas,talvez Titânia esteja certo. Não que devemos eliminá-los,mas, por que ainda estamos mantendo essas crianças aqui? Não há o menor motivo para prosseguir com isso.

- Eu sei o que faço,se dizem ser verdade então devo...

- Eu sabia! Você foi falar com ele,não foi? Já lhe disse várias vezes que ele não é de confiança!

- Sei disso,mas também sei que nunca mentiria quanto a uma profecia.

- Não mentiria se não lhe fosse conveniente,o senhor acha mesmo que ele simplesmente daria uma informação valiosa como essa sem ser mentira ou querer algo em troca?

- Eu vejo honestidade nas palavras dele,mesmo o próprio não sendo tão honesto.

- Os mortos não voltam a vida dessa forma, Satanael! Não é assim que as coisas funcionam,falo isso por experiência!

- Sua pouca fé não irá me impedir de vê-la novamente,me perdoe.

- Então... Já que não posso impedir o senhor,quais são as ordens?

Ouvindo as palavras,corro para encontrar Clover,mas chegando em seu quarto o encontro acompanhado daquele mesmo homem de cabelos longos e roxos,eles se encaram então olham para mim,vejo um brilho cruel refletir em seus olhos vermelhos sua face parecia tranquila,o que ele iria querer com meu amigo ou comigo?

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