Prisma

capítulo 1: canções no templo__parte 2

O eco dos galhos quebrando nas solas dos meus tênis rubros ecoavam pela floresta densa e escura,os segundos de caminhada atrás da melodia se tornam minutos e os minutos se tornam horas,conseguia ouvir as folhas chaqualhando com o vento gelado na copa das árvores,estava alerta para qualquer som em volta,quando escuto um galho atrás de mim se quebrar,não era um galho pequeno,era um galho grande e robusto,estava partido no meio quando me viro para investigar.
O coração estava acelerado,meus pensamentos começam a se embaralhar e minha respiração a se dificultar,foi quando paro para pensar,essa situação já tinha me acontecido antes e o lugar era estranhamente familiar para mim,seria algum tipo de dejavu ou algo produzido em minha mente pelo pânico da situação?
Volto a caminhar devagar,pronta para pegar a faca na minha bolsa caso algum animal selvagem pulasse dos arbustos ao redor,atrás de mim,algo se rastejava entre eles,eu podia ouvir se aproximar. Me virando para trás novamente,vejo em um arbusto orelhas semelhantes as de um coelho,consigo me acalmar por um tempo,mas quando tento me aproximar do tal animal,uma criatura enorme se levanta do arbusto com os dentes a mostra e a boca salivando um tipo de líquido negro. Em desespero,corro o mais rápido que minhas pernas aguentaram,porém uma de suas patas com unhas compridas alcança minha perna,fazendo um grande corte de fora a fora na parte de trás.
Meu medo almentava cada vez mais,minha respiração estava ofegante e pesada,não conseguia pensar em mais nada além de achar um lugar para esconder-me,foi quando tropeço em uma raiz e dou de cara com um enorme portão negro de pedra. Não penso duas vezes antes de entrar,mas quando passo o portão,ele se fecha,me trancando para o lado de dentro,foi quando percebi que a voz da qual eu seguia estava mais forte, porém,quase não conseguia respirar naquele local familiar. Me arrastando com o resto de força que ainda tinha,me encontro caída naquele mesmo gramado,de frente com aquele mesmo cadáver petrificado que sonhei mais cedo,com minha respiração se acabando aos poucos e visão turva, começo a lembrar da sensação reconfortante de minha possível morte,enquanto apreciava a canção melancólica que ecoava por aquele jardim,cercado por muros enormes,repleto por vigias de mármore e então,tudo ficou escuro.