1. o mais bonito da floricultura

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"Enfim, de tudo que há na Terra, não há nada em lugar nenhum... que vá crescer sem você chegar." — Djavan, Pétala.

                                                                                
🧚🏻‍♂️

Jungkook passou as mãos pelo cabelo o amarrando em um coque enquanto suspirava pela vigésima vez no dia. Ou trigésima? Não que ele estivesse contando.

Sentia-se pressionado pela Editora que trabalhava, conseguiu ser bem sucedido aos vinte e dois anos de idade, quando lançou seu primeiro conto infantil, sua especialidade, e bateu recordes em todo o mundo, tornando-se o primeiro best-seller do gênero de origem Coreana.

Sim, por isso mesmo estava sentindo-se pressionado. Desde seu best-seller "O Passarinho e o Coelho", lançado há pouco mais de dois anos atrás, todos os seus outros lançamentos foram um fracasso. Faltava-lhe inspiração desde o dia em que sua mãe foi diagnosticada com uma doença incurável.

Seus dias tornaram-se cinzas, como se cada pedaço da existência não fizesse sentido. E nem escrever, que era a forma mais pura de expressão dos seus sentimentos, e o que acalmava-o e conseguia mantê-lo realizado, era capaz de distraí-lo de tanta preocupação e angústia quando tratava-se do estado de saúde de Jeon Yeji.

Entretanto, estava ciente de suas obrigações relacionadas ao contrato que mantinha com sua Editora. E não pretendia perder o emprego e ser um péssimo profissional, afinal, precisava se manter e bancar os custos e gastos de sua mãe. Além disso, aquele era o trabalho dos seus sonhos, não era?

O rapaz de cabelos longos e escuros, mordeu os lábios e fechou os olhos, quando recebeu uma ligação em seu telefone, o que, felizmente, o fez tirar a atenção de seus pensamentos descontrolados e preocupados. Olhou o visor e sorriu.

— Oi, mãe! Como a senhora está?

Jungkook tinha a péssima mania de falar ao telefone andando pela casa. Fechou o notebook, enquanto levantava de sua cadeira, localizada no confortável escritório de seu apartamento, onde tinha sua biblioteca particular com diversos livros de literatura de vários gêneros.

Tinha também uma vitrola, onde gostava de colocar seus vinis para tocar enquanto tomava cappuccino com canela e passava os olhos pelos diversos livros, a fim de colocar a cabeça para funcionar.

Assim como seu escritório, sua casa era em tons de bege com leves toques verdes, combinando com as samambaias, cactos e bonsais que enfeitavam cada parte de seu lar. Enquanto falava com sua mãe, foi até a sala, observando o sol se fazer presente em cada parte daquele ambiente confortável.

— Estou me sentindo como sempre, meu filho. — Pausou e respirou — Quero saber sobre você, sim? — Senhora Yeji pausou mais uma vez para falar e inspirou pesadamente o ar, sem saber que Jungkook estava do outro lado do telefone com o coração apertado por notar a tamanha dificuldade que mãe tem de formar conversas pequenas. — Têm se... alimentado direitinho? Têm dormido... bem?

Após alguns minutos respirando, conseguiu concluir.

— Sim, mãe.  — Jungkook nunca foi bom mentiroso, mas não podia preocupar sua mãe contando que não se alimentava direito há dias com os prazos da Editora ficando cada vez menores e sem conseguir pregar os olhos devido sua preocupação constante com a saúde dela que piorava mais a cada dia.

— Eu estou bem, de verdade. Vou visitá-la mais tarde. Quer que eu leve quais flores dessa vez? — O moreno perguntou, pensando em qual floricultura iria para buscar as flores que sua mãe pedia desde que foi internada.

Fadas e Escritas • jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora