2. entre o céu e a terra

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"Entre o céu e o firmamento, existem mais coisas do que julgam o nosso próprio entendimento" Cidade Negra, Firmamento.

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Enrolando a franja solta pelo seu rosto com um dedo e segurando o volante com a outra mão, Jungkook faz o caminho tão, infelizmente, conhecido por si até o hospital. Olha de relance para as tulipas coloridas e muito bem cheirosas ao seu lado no banco do carona e sorri. De fato as flores eram lindas. Enquanto estacionava seu carro, conseguiu ver Seokjin, o médico de sua mãe, adentrando o Hospital com outros dois enfermeiros ao seu lado.

Jungkook prendeu o cabelo em um coque, pegou as tulipas e se esforçou minimamente para alcançar o médico. Queria falar com ele a sós, antes mesmo de ver sua mãe e sem a presença dela também. Era coração mole, mas o Doutor Kim era ainda pior, por isso, precisava conversar olhando em seus olhos, para conseguir saber das verdades que ele não diria na frente de Yeji.

— Doutor Kim! — Jungkook encosta de leve com a mão no ombro de Seokjin, que se vira rapidamente com seus olhos castanhos arredondados e os cabelos negros muito bem penteados para trás, demonstrando todo seu ar elegante.

— Jungkook, já te falei que pode me chamar só de Jin. — O Doutor sorri e para de andar dispensando os outros enfermeiros com um olhar, direcionando sua atenção ao filho de sua paciente. — Como têm passado?

— Bem. Bem, sim, Jin. — Jungkook engoliu a seco e prosseguiu. — Gostaria de falar com você sobre as atualizações do quadro dela...

— Oh, sim, claro. Vamos andando e conversando sobre isso, sim? — Jin sugere e o dos cabelos longos assente.

— Então, Jungkook, — O Doutor prossegue. — essa semana ela não conseguiu se alimentar perfeitamente bem e teve muitos enjoos. O que é normal para o tipo de tratamento intensivo que ela está recebendo. Nada muito alarmante.

— Mas não tem nada que a gente possa fazer, nenhum remédio que ajude nesses sintomas? — Jeon solta um muxoxo triste. Sabia que esses eram os piores sintomas para sua mãe, ela constantemente se queixava de não conseguir passar mais de uma hora sem sentir enjoos.

— Infelizmente não. Mas estamos diminuindo as doses para ver como as células cancerígenas irão se comportar. Se o resultado for positivo, poderemos deixar o tratamento bem menos intenso, o que diminuirá significativamente todos os efeitos colaterais. Precisamos estudar um pouco mais como o organismo dela se adaptará.

— Sim, entendi. — Jungkook aperta as tulipas em seu peito enquanto caminha lado a lado de Jin. — Ela me contou por telefone que você tem feito o melhor e mesmo ocupado é bem atencioso... Queria te agradecer por isso, Doutor Kim. Obrigado por todo esse tempo.

— Ah, não é nada, Jungkook. Sua mãe é um doce, muito educada. É bem receptiva aos tratamentos e tem muita força de vontade. Isso é essencial, você sabe. Se não fosse por isso, ela não estaria resistindo tão bravamente como está. Ela inspira muitas pessoas com o mesmo quadro aqui no hospital. — Seokjin sorri, tranquilizando um pouco o coração do mais novo.

Admirava muito o amor e carinho que o filho tinha pela mãe e vice-versa. Ele sabia da sua situação negativa na Editora através de seu esposo, Namjoon. Mas compreendia completamente o que Jungkook estava passando. E acima de tudo, admirava alguém tão novo ter tantas responsabilidades e não abrir mão de nenhuma delas.

Depois de caminhar em um silêncio um pouco desconfortável, que não era culpa deles, afinal, estar em um hospital já é motivo de desconforto, eles tocaram na porta do quarto onde Yeji estava e ouviram um "entra" bem baixinho. Como era de costume desde que começou a parte mais intensa do tratamento. Yeji estava cansada.

Fadas e Escritas • jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora