Dizem que nossa maior luta é contra nossos próprios demônios. Porém, o que fazer quando nos perdemos entre eles? Um complexo de inferioridade e de ser quem você realmente é. Não as baboseiras que todo mundo anda dizendo pelas ruas. Se descobrir e redescobrir é um processo extremamente longo, durando duas vidas inteiras. A cada dia um novo canto seu para conhecer, reconhecer e e renascer. E repentinamente, Sthephen se viu entre as linhas melancólicas sobre redescobrir a si mesmo. Melancólicas, e desconhecidas. Tudo sempre fora uma metáfora, mas fora diferente com Sthephen. Descobrir que sua vida é fruto de uma relação entre um demônio e uma humana não é coisa de rotina. Descobrir que todo aquele tempo, seus demônios eram mais que reais e psicológicos. Eram concretos, distintos a se pôr em prática e alimentar-se do pessimismo que insistia em estar dentro do rapaz de olhos azuis. Era desesperador, sentimento que tais línguas não expressariam em suas palavras mais complexas e as menos usadas. Como voltar a estaca zero da vida, com um mundo de coisas novas para se descobrir. Mas não saberia o que fazer quando o que menos desejava era um mundo totalmente novo e de possibilidades.
Não teve escolha, não teve acolhimento ou companhia. Diante sua descoberta e o suicídio de sua mãe, Sthephen foi empurrado por aguá abaixo, mergulhando de cabeça em um oceano profundo do qual não conhecia. A água salgada queimava suas retinas e suas feridas pelo corpo, mas só obtinha dois caminhos: Continuar se aprofundando e nadando até encontrar uma salvação, ou deixar com que seu corpo ferido afundasse entre o sal, o sangue e a água. Quem dera eu, essa viagem durasse apenas alguns dias. Dentre os anos e a nova década já completada, Sthephen não poderia se ver de jeito mais negativo que anteriormente: Seus cursos, faculdades, cultos e estudos não eram um copo preenchido daquele profundo oceano. E nunca seria. Determinado, e sem esperança, mas aquele que último morre é o desejo. O desejo de conhecer o oceano e que a água salgada esterilizasse seus ferimentos. A solução perfeita, a luz no fim do túnel, o navegador para te guiar durante o oceano: Em uma das suas tentativas semanais de ritual, a primeira vitória surge. Um demônio é invocado por Sthephen, e em poucos segundos, pode se considerar o rapaz mais otimista que pisara nas terras de Alemanha. Allyan, um demônio Beta da Preguiça, de quarta classe. Um dos poucos tubarões que seriam acessíveis em meio aquele oceano, o navegador de barco que encontrou um jovem rapaz se afogando em meio as águas salgadas que queimavam suas feridas. Pela primeira vez em anos, as coisas dariam certo.
Entretanto, os ditados nem sempre se confundiriam: Tudo o que é um paraíso em seu princípio, se tornará um inferno em seu término.
O mar se agita. As grandes ondas e formam mais fortes do que nunca, e o sol se torna uma brilhante e caótica lua. Peixes carnívoros e a tempestade em seu ápice. Sthephen se viu perdido naquele oceano por anos, cansado de ler entrelinhas. Será que ele segurará a mão de Allyan, o navegador que o salvará, carregando consigo o caos e a destruição?
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Quando As Ondas Tocarem O Céu
FanfictionQuando as ondas tocarem o céu, a água salgada encontrará o que um dia se tornará uma neblina que acompanha as estrelas. É quando o céu chora, pelo dia em que esqueceu a essência da espuma das ondas. A neblina leve se mistura com os respingos salgado...