Posto de Gasolina

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(PS. Obrigado pelo 1K ❤ Para comemorar, e também pelo fato desse shipp não ser muito conhecido, fiz um desenho eu mesmo :) Então caso reposte por favor dar os créditos. Espero que gostem!)

Medo de perder o controle, formigamento nos pés e mãos, batimentos e respiração acelerados, sentimento de estar fora da realidade.
Eu nunca tive uma crise de pânico há mais de dez anos atrás. Mas observar a polícia do FBI atirando em todos os meus trabalhadores, levando meu trabalho embora de menos de minutos, causaria efeito em qualquer um, não é?

"Precisamos ir, Nathaniel. Agora."

Eu escuto uma pequena voz familiar e logo agarram mau braço, fazendo com que, de fato, eu voltasse a realidade. Eu não tinha ideia do o quê, ou quem havia denunciado o meu grupo, mas eu iria descobrir.

Enquanto entrava em um dos carros, no banco da carona, eu conseguia sentir aos poucos a adrenalina abaixando, conforme um moreno dirigia, ao meu lado. Os barulhos de tiros e as vozes bagunçadas se afastavam enquanto a velocidade veículo aumentava.

"Filhos da puta."

Foi a primeira coisa que consegui dizer, deixando a M16 de lado para vestir o colete a prova de balas.

"Você não havia feito um acordo com a polícia? Para deixa-los longe daqui até o Alexy conseguir nos expandir pra fora?"

"Sim, mas isso já foi há um tempo."

Suspirei, estávamos fodidos, e eles sabiam disso.

"Nós estamos fodidos Nathaniel. Entende o que aconteceu? Só temos as reservas que eu trouxe e as que estão com o..."

"Eu sei, ok?! Não precisa falar o nome dele."

"Sério? Por que não?"

Armin me perguntou com um sorriso um pouco debochado, enquanto eu acabava soltando uma risada. Como eu poderia responder aquela pergunta?

"Ele só é ignorante. Só isso."

(...)

Assim que chegamos no território, pude sentir minha esperança se esvaindo conforme o barulho dos outros carros de meus colegas iam parando aos poucos.
Desci do carro, em movimentos rápidos e percebendo, infelizmente, que eu não fui o único a ser traído.

Adentrando ao local, avistei finalmente o outro rapaz, que se encontrava sentado no chão, sujo de areia e com alguns poucos arranhões.

"Kentin..."

Me aproximei dele, notando que, diferente de mim, não havia sobrado nenhum dos seus companheiros.

"Eu... Sinto muito."

"Cala a boca."

Sentei do seu lado, apesar da sua resposta. E eu, por parte, entendia o moreno. Mesmo que diferentemente do passado, não fosse de me apegar, era difícil não me sentir afetado por ver meus companheiros sendo assassinados pela polícia.

"Vamos nos juntar."

Após alguns segundos de silêncio, escutei a voz do outro ecoar, propondo a ideia.

"Como assim?"

"Vamos juntos recuperar os meus, liderar os seus. Podemos dividir os lucros, e construir alguma estratégia. Não vamos deixar esses desgraçados vencerem. Somos mais fortes que todos eles."

Me permiti encarar os olhos do moreno, que, em todos os boatos, era dito o maior ato desaprovado do mesmo. Mas eu precisava saber se daria certo. E não obtive resposta mais positiva do que seus olhos se encontrando ao meus. Um sorriso pequeno formou-se em seus lábios.

Quando As Ondas Tocarem O CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora