Capítulo dois;

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Fiquei postado no portão da frente, esperando por Yoonji e preocupado com o horário. Tinha chegado mais cedo para ver se eu conseguia uma câmera emprestada com o professor. Ele emprestou uma pxw x160. O que foi ruim porque teria que andar com uma câmera profissional para cima e para baixo. 

Meu relógio apitou, avisando que faltava dois minutos para a primeira aula e nada de Yoonji. 

Fui a ver no meio da manhã, quando estava indo para o biblioteca estudar no meus 20 minutos de tempo livre entre uma aula e outra. Ela estava no meio do corredor, apoiada na parede conversando com Mark. Uma pulsação fez eu ir em frente e interromper o tête-à-tête deles.

— Yoonji? 

Ela piscou para mim. 

— Sim? 

— Já consegui a câmera, podemos iniciar as filmagens. — Levanto a bolsa com todo o equipamento. 

— Certo, a gente se encontra na cafeteria daqui depois das aulas e vê direitinho como vai ser isso. — Ela volta e me ignorar e vira para Mark: — Eu ligo para você quando estivermos indo. Você vai amar, Mark, vamos te jogar no ar a noite inteira. 

Fui cambaleando até a biblioteca e me sento em uma mesa sozinho como sempre. Respirei fundo e tento esvaziar a mente. O que havia de errado comigo? Um tipo de raiva borbulhante andara me assolando ao longo de toda a manhã, antes mesmo de chegar à faculdade. Começou com Mamãe me encurralando na cozinha para me questionar porque estou fazendo o documentário sobre LGBTQ+. Eu fiquei incomodado com isso? Muito, ela usou um vocabulário horrível para se referir a eles. Depois veio a Agatha, reclamando que a gente não fica mais juntos e tive que aceitar ir jantar na casa dela quando os pais forem viajar. Na aula de Audiovisuais a professora adicionou dois livros na lista de leitura obrigatória e o professor de Estética adiou a prova. Juro que se eu receber mais alguma coisa para fazer em casa, eu taco fogo no cabelo do indivíduo. 

— Jimin, finalmente te achamos. — Taehyung diz se sentando do meu lado. Hyeon se sentou do outro lado da mesa, de frente para mim. — Onde estava a manhã toda? 

— Com aquele viadinho de merda ou pensando nele. — Hyeon resmunga. 

Olhei para ele incrédulo. O que foi isso? Ele está me provocando? 

— Como é? — Disparo. 

Hyeon dá um sorrisinho maldoso. 

— Estou mentindo? 

Não, não está mentindo. Estou pensando nela desde que a vi pela primeira vez na biblioteca. 

— Já decidiu o tema do documentário? Andei pensando em alguns temas. — Taehyung diz, para mudar o foco do conflito. 

— Sim. — Olho para ele, não aguento mais olhar para Hyeon e seu sorrisinho pretensioso. — Sobre os LGBT. 

Todo o ar pareceu ser sugado do recinto.

— As bichas querem ser filmadas? Que engraçado. Não seria mais facil entrarem para a industria pornografica.

Meus olhos subiram até os de Hyeon. 

— E você quem vai filmar? — Ele estala a língua. — Sempre soube que você era uma baita de uma bicha.

— Hyeon! Meu Deus. — O Kim ao meu lado se manifestou. — Cala a boca. 

— Desculpe. — Choi diz, sem soar arrependido.

— Quem você vai filmar? — Quis saber Taehyung, coçando a cabeça. Alguns fios castanhos escuro caíram sobre a mesa. 

A vida cor de menta {🌈} - (myg+pjm)Onde histórias criam vida. Descubra agora