Capítulo 1

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= Brian Blanc=

Não sei como consigo chegar ao aeroporto internacional a tempo, mas chego.

Depois de muita conversa jogada fora, James e Nicolle seguem seu caminho para fora do aeroporto, enquanto eu, bom estou passando pela área da embarcação rumo a França.

" Depois de passar por essa porta, não tem mais volta" pensei.

E aqui estou no avião, com um assento vago ao meu lado, com a mente a mil e o coração vazio. " Porque ela não veio?" Essa pergunta martelava em minha cabeça. Tentando afastar cada lembrança dela em mim, balanço a cabeça algumas vezes. Levanto e caminho pelo corredor revestido a preto em seu piso, o cenário das poltronas é basicamente comum, almofadas e travesseiros fofos para todos.

- Desculpe. Você precisa se sentar, estamos prestes a levantar vôo.- Pediu a aeromoça assim que se próxima a mim. A cacheada de olhos pretos, sorriu desenrolando uma mecha de seu cabelo, de seguida arrumou a  saia azul marinho e sua blusa branca social.

— Perdão.— Pedi retomando ao meu lugar.

Após dar o último anúncio, a cacheada se retira, logo em seguida, o avião começa o seu levantamento, trazendo consigo uma pequena pressão em meus ouvidos. A viagem seria longa, um percurso distante do meu amor.

[...]

Perco a maior parte da viagem devido ao sono que me consumiu por completo. Acordo com vozes e pessoas se preparando para desembarcar. Sozinho agora em uma terra distante, tentando não pensar em arrependimentos.

A sala de desembarque está quase vazia, alguns estão sentados nos bancos metálicos esperando por seus ente-queridos e outros, tal como eu, estão seguindo sua viagem para fora do aeroporto. Passar pela multidão e não sentir o conforto de alguém conhecido em uma cidade distante, é aterrorizante. Queria voltar no tempo e corrigir tudo. Estou distante dela. E pela primeira vez em toda a minha existência, irei passar o meu aniversário longe deles. Longe da minha família.

Assim que passo pela sala de espera, consigo notar a felicidade em rostos desconhecidos, alguns trocam beijos e carícias, outros apenas trocam abraços calorosos. Quanto a mim,  estou agora passando pelas portas de vidro que se abrem automaticamente assim que chego perto.

Chegando no lado de fora do aeroporto, aprecio as folhas com tons marrom, amarelas e vermelhas caírem das árvores, uma mistura de cores dando um encanto a Paris. Ajeito minha mochila de viagem nas costas, e chamo um táxi que rapidamente aparece, um carro branco simples. Assim que entro, passo a localização de um hotel que pertence a minha família. O senhor de quarentena e poucos anos sorri para mim, consigo enxergar o castanho de seus olhos e conduzem na perfeição com o preto dos seus cabelos semi-cacheados. Aceno em agradecimento, aproveito o tempo para olhar as árvores depositando suas folhas em meio a via pública enquanto seguimos viagem. Paris é linda no outono, facilmente é fascinante e se dúvida se torna a minha estação favorita nesse lugar. As ruas ficam um charme nessa estação, o silêncio e pouco movimentação fazem qualquer um gostar desse lugar. No verão o ambiente é diferente, os turistas estão todos enfeitiçados com a beleza da cidade, tornando esse lugar praticamente cheio.

O carro para. Olho para o lados tentando checar a minha localização, o edifício por mim conhecido é avistado pelo lado esquerdo da janela, puxando minha mochila e pagando pela viagem desço do veículo.

—Merci. — Agradeço. Uma das coisas que aprendi enquanto estive aqui, é sempre ser gentil. Parisenses gostam disso e apressiam de bom grado que os visitantes sejam educados. Em um aceno com a cabeça, o taxista responde sorrindo. Provavelmente ele gostou.

Nosso Último BeijoOnde histórias criam vida. Descubra agora