Capítulo 27

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Brian Blanc

Observo Martina calma

Seu olhar para perdido ao longe, suas pernas dobradas próximo ao seu peito onde a mesma abraça seus joelhos.

Assim estamos nós, eu a observando enquanto ela parece perdida em tudo no dia de hoje. Já passa das 3 da tarde, ela não disse mais nada, apenas encara a parede e se recusa a comer, em tempos chorou alto e a envolvi em meus braços, onde ela segurou com tanta firmeza que fui capaz de sentir dor porém, não ousei em reclamar.

— Amor

A chamo e o silêncio permanece

— Eu sei que você precisa de tempo, também sei que qualquer palavra que eu for dizer, pode piorar ao invés de melhorar. —Uma pausa. — Mas, amor, eu preciso que você saiba de algo.

Ela dá de ombros e encara minha face com os olhos vermelhos e a cara inchada de tanto chorar, seus cabelos bagunçados grudam em sua bochechas e ela parece não se importar.

— O tempo amor, o tempo é uma ilusão. — Uma pausa. —O tempo que você leva para se curar de algo, cabe apenas a você, o processo de cicatrizar é seu, e isso não tem nada haver com o tempo, isso tem haver com você, sua vontade e determinação. O tempo não passa de uma mera ilusão e comodismo.

E eu sabia disso

Desde cedo percebi sobre a importância que damos as coisas, quanto mais atento ao caso ou situação, mais ela te afecta, e acreditar que o tempo vai curar e sanar sua dor, definitivamente é a maior ilusão que já vive porque no final, tudo depende se você e de como você vive para superar seus medos, o tempo provavelmente seria a ponte que tornará o facto possível e não o caminho a percorrer.

— Eu só...— Ela começa com a voz trémula e a cabeça baixa. —Eu só queria esquecer essa dor por breves momentos, para não lembrar do porquê que ainda dói.

E ela me olha com súplica no azul perdido de seus olhos, meu anjo caído, suspira profundamente enquanto acompanho seus movimentos.

— Eu preciso esquecer disso, do agora, do passado e de toda essa carga que carrego por anos. — Uma pausa rápida. — Brian, amor, me faça esquecer.

Meu anjo pede tão devagar, com seus lábios chocando um no outro sem o menor pudor enquanto seus olhos estão vidrados no meu. E ela diz amor, como se realmente sentisse isso, dando vida ao meu coração vivo que bate por ela. Quando fecho os olhos processando cada palavra, animando meu ser com a ideia de a tornar minha outra vez, sinto sua presença frente a mim, e quando abro os olhos , vejo meu anjo, me observando enquanto circula seu indicador em meu rosto, um sorriso preguiçoso brota em seus lábios.

A observo em silêncio como se estivesse contemplando a maior e mais bonita obra de arte, o que pensando agora, seria impossível visto que, melhores existem mas nenhuma é Martina Ross, sua arte e beleza se encontra na sua particularidade.

Seus lábios tocam os meus, quando arfo em resposta ela suga meu lábio com sua boca, enquanto sua língua dança de forma sensual em mim.

É sádico e automático, a maneira como reagi a ela, agora, focado no momento, é insano a fragilidade que minha mente tem emitir imagens pecaminosas a medida que seus lábios pressionam e agridem os meus com desejo. Inconformado, uno nossos corpos desesperadamente em busca de fricção, mas quando meu anjo, morde meu lábio inferior, não consigo evitar e gemo baixo... sofrido.

Ela não sabe

Martina não suspeita da sensação que provoca em mim e de todas as vezes que estremeço quando seus dentes raspam meus lábios.

Nosso Último BeijoOnde histórias criam vida. Descubra agora