My heart cries out

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My heart cries out

to your heart

I'm lonely

but you can save me - Queen - One Year fo love

Enquanto ele retornava para casa, com os fones de ouvidos tocando um dos riffs de Brian May na canção Let me Entertain You, Uenoyama movimentava os dedos pensando nos acordes. Estava compenetrado na canção quando parou para atravessar a rua, assim que a música acabou, outra iniciou, da mesma banda Queen.

Freddie Mercury cantava One Year of Love, com sua versatilidade e alcance vocal, nada parecia ser impossível para ele ao cantar. A música não era muito conhecida de Uenoyama, mas a letra em inglês o chamou a atenção quando disse: um ano de amor é melhor do que uma vida inteira de solidão. Um momento sentimental em seus braços é como uma estrela cadente atravessando o meu coração.

Uenoyama parou na calçada e piscou lentamente. Com pensamentos rápidos passando como um filme em preto e branco, começou a encaixar as peças. Ele iria passar três dias com Satō, longe de qualquer tipo de supervisão de adultos e dividiriam o mesmo quarto. Foi um segundo ínfimo para que o rapaz entrasse em uma crise existencial. Ele precisava urgentemente de ajuda, e a única pessoa que poderia tirar suas dúvidas estava naquele momento na faculdade.

Mandou mensagem para Akihiko, que pediu para ele encontrá-lo mais tarde na casa de Haruki. Só quando chegou lá, Uenoyama entendeu que os dois estavam morando juntos novamente. Kaji pediu alguns minutos para tomar um banho e trocar de roupa, antes de conversarem. Enquanto isso, Haruki oferecia para ele um refrigerante.

— Você está bem? Parece pálido. — Haruki ofereceu água e ele bebeu rapidamente.

— Está tudo bem. — Mas sua expressão dizia algo oposto daquilo. Assim que Kaji retornou a sala, vestindo um moletom e secando o cabelo com a toalha, Haruki decidiu deixá-los à sós para que pudessem conversar, alegando que iria no supermercado comprar o jantar deles, convidando Ritsuka a ficar até lá.

— Certo, qual o problema? — Akihiko foi direto ao ponto e Uenoyama só conseguia olhar para o celular em suas mãos.

— Ouça isso. — Ele deu play na canção que estava ouvindo e Kaji se sentou ao seu lado no sofá, prestando atenção a música.

— Você teve alguma ideia para escrever uma música? — Akihiko perguntou, mas Uenoyama pediu para ele prestar atenção em um momento da canção.

Uenoyama balançou a cabeça, seu olhar foi do celular para o par de olhos verdes do colega.

— Você acha que o amor pode nos machucar?

— Hmm. — Akihiko levou a mão ao queixo e suspirou em seguida, soltando os ombros de forma mais relaxada no sofá. — Acho que o amor não tem culpa de nada, nós é que dificultamos as coisas a ponto de nos machucarmos. Mas acho que podemos cometer muitos erros ao longo da vida, e isso pode magoar outras pessoas que convivem com a gente.

A voz de Kaji era tão firme e séria que Uenoyama pensou se ele não falava por experiência própria. De qualquer forma, ele era muito mais experiente nesse assunto do que o próprio Ritsuka, e era por isso que o procurou, para obter algum conforto e conselho.

— Eu não quero machucar o Mafuyu. Ele já se machucou demais.

— É claro que não, ninguém quer machucar a pessoa que a gente ama. — Akihiko ergueu a mão e mexeu nos cabelos de Uenoyama. — Mas somos humanos, podemos errar, o que fazemos depois do erro talvez seja a coisa mais importante. Porque podemos insistir no erro, ou fazer algo para melhorar quem somos e não repetir os erros.

One Year of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora