One Year of Love

And all I can do is surrender

A aula não foi muito diferente do esperado, no horário do intervalo, Unoyama encontrou-se com Mafuyu na escadaria como sempre. Os dois conversaram sobre as novidades da banda que Haruki havia mandado por mensagem, fariam um show em um mês. Mas a todo momento Uenoyama olhava para o namorado pensando em como iniciar aquela conversa ao qual Akihiko disse que eles precisavam ter.

Talvez a escola não fosse o melhor lugar para isso, então, depois das aulas perguntou se poderia levá-lo para casa, já que Haruki teria trabalho até tarde na cafeteria e não poderiam ensaiar naquele dia.

Satō estava muito melhor de saúde, e era possível notar a cor saudável em seu rosto, além de sua disposição atual. Eles foram andando até seu apartamento e então ele convidou Uenoyama para entrar. Como esperado, o lugar tinha o cheiro dele. Ritsuka suspirou emocionado e depois balançou a cabeça, tentando se controlar, seguindo Mafuyu até a sala.

— Você disse mais cedo que queria conversa comigo.

— Ah! Sim, é verdade. — Uenoyama sentou-se no sofá e segurou a almofada com as duas mãos sobre seu colo. Havia deixado a bolsa na porta de entrada do apartamento, quando tirou os sapatos, mas ainda se sentia como estivesse carregando um peso nos ombros. — Eu não sei como falar sobre isso com você.

Mafuyu sorriu e inclinou a cabeça para beijá-lo rapidamente nos lábios. Foi algo inesperado, mas aprovado por Ritsuka, que ficou um pouco mais aliviado por sentir a química que eles possuíam.

— Quem sabe eu posso ajudar. — Ele comentou, mexendo nos cabelos de Ritsuka.

— Então você sabe o que é? — Perguntou surpreso.

— Acho que sim. — Satō respondeu, os cabelos escorregaram para o lado quando ele inclinou a cabeça. — Está preocupado com a apresentação? Eu sei que ainda sou inexperiente no palco, mas acho que posso dar conta disso com vocês me ajudando, eu estou contando com todos vocês para que esse show seja incrível como os outros foram.

— Ah! O show. — Uenoyama soltou os ombros, relaxando mais o corpo. Ficou aliviado por um tempo, mas depois, pensando melhor, achou que era mais fácil se Mafuyu não fosse tão doce e compreendesse de uma vez o que ele queria falar naquele momento.

— Então não era sobre isso? — O olhar doce ainda estava lá, mas com um pouco mais de curiosidade.

— Tá! Olha, eu vou ser direto. — Ele girou o corpo e se sentou de lado no sofá, segurou a mão do namorado e olhou nos intensos olhos confusos dele. — Nós vamos viajar, certo? E ficaremos alguns dias sozinhos, digo... os outros caras vão estar lá, mas nós dois vamos ficar definitivamente sozinhos. — Ritsuka encarou Satō que não parecia saber onde ele queria chegar com aquela história. — Sozinhos, no mesmo quarto.

— Você está preocupado em dormir no mesmo quarto que eu? Nós já fizemos isso, lembra?

— Sim, mas foi diferente, você dormiu na minha casa e meus pais estavam lá. Eu dormi aqui uma vez e sua mãe passou a noite toda acordada no sofá assistindo um filme.

— Passou, é?

— Sim, eu meio que não estava conseguindo dormir. Mas isso não é relevante agora. — Uenoyama agitou as mãos. — Você não se sente nem um pouco desconfortável com essa situação?

— Não, eu estou animado para a viagem.

— Oh! Entendo. — Mas em vez de tranquilizá-lo, a confiança de Mafuyu trouxe mais dúvidas para Uenoyama. — Animado para o que exatamente?

— Eu nunca fui a Kujukuri, vai ser bom fazer isso pela primeira vez com você.

— Sim, é, eu também acho. — Ritsuka sorriu, quando ele não se pressionava tanto até que conseguia aproveitar a companhia do namorado. Ele era gentil e muito fácil de dialogar, sempre interessado no que qualquer pessoa dizia. — Eu fui lá uma vez quando era criança, mas não lembro de nada. Tem uma foto minha com sete anos em cima de um barco em formato de caranguejo.