Josh
Deixei o apartamento de Any sem que tivéssemos uma última conversa de verdade. Ela não parava de chorar e para não correr o risco de começar a chorar também, eu a abracei, levantei e saí de seu apartamento sem dizer mais nada. Antes de pedir um táxi para ir até o aeroporto, eu decidi que queria caminhar por um tempo. Acendi um cigarro e comecei a andar devagar, observando as ruas e pensando em meus próximos planos.
— Josh! — ouvi a voz de Any chamar por mim assim que cheguei até a esquina.
Virei-me para observá-la e a vi correr até mim, ainda com lágrimas tomando conta de sua face. Seu corpo se chocou contra o meu e nós nos apertamos um no outro por longos segundos. Eu beijei sua testa ao nos afastarmos.
— Eu vou... vou esperar por você. — ela disse entre soluços. — Prometa-me que vai mesmo voltar.
— Sim, meu amor, eu vou voltar. — segurei suas mãos entre as minhas. — E quando eu estiver aqui, prometo que você vai saber exatamente o que se passou para que eu tivesse que deixá-la.
— Deixa eu te beijar? — pediu com olhos brilhantes. Eu seria incapaz de negar alguma coisa com ela me encarando daquele jeito.
Não respondi, apenas a puxei pela cintura e uni nossos lábios num beijo profundo e alimentado pela nossa saudade. Eu não tinha noção do quanto precisava sentir o gosto dela de novo até de fato sentir. Foi como se eu tivesse andado pela sombra fria e escura por muito tempo e finalmente tivesse reencontrado a luz do sol. Ela era o meu sol, era a pessoa que me completava, alguém de quem tanto preciso e que sou incapaz de retirar da minha vida.
— Eu te amo... eu te amo... eu te amo... — proferi entre selinhos.
— Eu também te amo. — Dulce sorria como se estivesse aliviada. — Você poderia me ligar às vezes? — desviei o olhar. — Por favor. — ela virou meu rosto para que eu tornasse a olhá-la. — É desesperador não saber como você está.
— Eu só posso ligar para uma pessoa, então nós podemos combinar um dia.
— Para quem você liga?
— Bailey.
— Claro, óbvio! — deu um tapinha na própria testa. — Por que não pode ligar diretamente pra mim? — fiquei em silêncio. — Ok, não pode me dizer ainda. — eu assenti. — Eu vou falar com o Bailey e combino um dia pra falar com você pelo celular dele.
— Eu não posso ligar com tanta frequência, então peço que seja paciente.
— Tudo bem, meu amor, eu serei. E tem mais uma coisa... — ela olhou para a minha mão, onde eu ainda tinha um cigarro entre os dedos. — Precisa parar de fumar.
— Sim, é verdade. — apaguei o cigarro num poste e joguei a bituca numa lixeira próxima do meio fio. — Vou tentar ser forte.
— Compra uns adesivos de nicotina, vai ser mais fácil.
— Ok.
— E também deveria parar de beber, não definitivamente, mas não precisa carregar um cantil pra todos os lados e nem tem que beber sempre que fica estressado.
— Eu sei, prometo que vou me cuidar. Vou sentir sua falta.
— Eu também. — unimos nossas testas.
— Até breve. — dei um beijo em sua testa e me afastei para seguir o meu caminho.
Senti que Any me observou até que eu virasse em outra rua e sumisse do seu campo de visão. Caminhei por mais dez minutos e decidi pegar um táxi para o aeroporto, onde eu peguei o meu vôo e retornei para o internato.
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Caindo Em tentação{Adaptação}
FanfictionAny Gabrielly e Joel Beuachamp sustentam um romance de três anos, onde vivem entre tapas e beijos, idas e vindas. A verdade é que ela sempre achou que pudesse mudar o lado cafajeste de seu amado, mas nem mesmo o amor é capaz de curar todos os males...