45 penúltimo

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Joshua

Quando chegamos em casa, conversamos bastante sobre como tudo aconteceu e principalmente sobre como a mamãe estava se sentindo. Ela havia feito um checkup geral e pelo visto tudo estava em ordem, apenas precisava ficar atenta a qualquer dor de cabeça ou tontura.

— Bom, a conversa está muito boa, mas eu preciso dormir. — Maitê disse ficando de pé. — Amanhã voltaremos à nossa programação normal e eu preciso trabalhar. — dito isso, ela beijou a bochecha do papai, depois mamãe e por fim, eu.

— Quem diria, não é? — comecei após ela sair. — Joalin trabalhando.

— Ela só precisava encontrar algo que gostasse de fazer. — mamãe disse. — Já viu as fotos dela?

— A minha princesinha sempre foi muito linda e fotogênica. — papai falou. — Talento puro.

— Por falar em trabalhar no que gosta... — mamãe me olhou de relance. — O que vai fazer agora que deixou de ser padre?

— Será advogado, obviamente. — meu pai afirmou.

— Bem... — cocei a nuca e os dois me olharam confusos. — Eu nunca quis isso.

— Claro que não, você queria ser padre, mas agora não quer mais. — papai ficou sério. — Não pode recomeçar do zero.

— Não preciso recomeçar do zero, eu sou formado em filosofia, posso dar aulas.

— Professor? — minha mãe franziu a testa. — Não é uma profissão bem remunerada.

— Não ligo para o dinheiro. Passei a minha vida economizando e eu nem preciso trabalhar pelos próximos dez anos. Eu quero ser professor porque quero ensinar o que eu sei. Amo a filosofia e detestaria guardar os meus conhecimentos só para mim. — os dois se entreolharam.

— Bom... — meu pai respirou fundo. — Queremos que seja feliz, independente de qualquer coisa.

— Obrigado. — sorri. — E por falar em ser feliz, eu tenho que lhes contar uma coisa. — me olharam curiosos. — Eu estou namorando.

— Mas já? — minha mãe estranhou.

— É que... a gente meio que começou a se envolver quando eu ainda era padre. — foi meio vergonhoso ter que dizer isso, mas eu sempre fiz questão de ser honesto com os meus pais.

— Como é? — mamãe arregalou os olhos. — Jesus!

— Ainda bem que abandonou a batina, não? — meu pai riu. — Quem é a garota? Nós a conhecemos?

— Sim. — assenti. — É a Any.

— Any Gabrielly? — minha mãe perguntou e eu assenti novamente, deixando os dois boquiabertos. — Espera, você foi o motivo do término dela com o Joel?

— Não! — exclamei. — Quando a conheci, eles já tinham terminado. O Joel traiu ela.

— O Joel ter sido infiel não me admira. — confessou meu pai. — O que me admira é você brigar comigo por anos ao insistir nessa ideia de ser padre e de repente largar tudo por uma mulher. — ele estava bravo?

— Não foi só pela Any,mas por mim também. Aquilo não era mais sobre mim, eu me sentia fazendo uma obrigação e não trabalhando no que eu gosto. As coisas que eu queria fora da igreja começaram a pesar muito mais.

— Tudo bem, querido. — minha mãe segurou minha mão. — Fez a escolha certa, decidiu pela sua felicidade. Além disso, eu adoro a Any, já não tenho que me preocupar com alguma interesseira que você possa arranjar.

Caindo Em tentação{Adaptação}Onde histórias criam vida. Descubra agora