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Any

Quinta à noite.
Antes de sair de casa, eu comi uma coisa bem leve. Não era um jantar tradicional, já que eu pretendia me empanturrar com uma pizza inteira assim que chegasse em casa da igreja.

Igreja.
Um local cujo o qual eu jamais imaginei querer frenquentar. Quando criança, eu ia com os meus pais mais como uma obrigação e acabava dormindo no banco durante os sermões. Depois que me tornei adolescente, eu simplesmente parei de ir. Talvez o meu total desinteresse em prestar atenção tivesse me feito ver a igreja como algo chato e monótono.

Depois de conferir que havia pegado as chaves do meu carro, eu fui até a porta da frente e a abri, dando de cara com Joel, que parecia prestes a bater.

— O que você quer? — perguntei seriamente.

— Eu tentei ligar no seu trabalho, mas sempre que eu dizia que era eu, a Heyoon desligava na minha cara.

— É mesmo? Tenho que agradecer a ela por isso. — debochei.

— Dá pra parar com a grosseria por um instante? Eu só vim te devolver o seu celular. — ele tirou o celular do bolso e me entregou. — Eu o mantive ligado para caso você fizesse uma ligação, mas parece até que não está nem aí por ter perdido.

— Eu estive ocupada pensando em outras coisas mais importantes. — guardei o celular em minha bolsa. — Onde o encontrou?

— Estava na casa dos meus pais, a Joalin quem encontrou. Eu pedi pra que ela trouxesse, mas sabe como é a Joalin, não é? — riu de leve.

— Tá, se era só isso, obrigada. — falei enquanto trancava a porta. — Tchau. — eu dei as costas começando a andar até o elevador e ele veio logo atrás. — Vai me seguir? — franzi a testa.

— É o único elevador do prédio e eu preciso ir para casa. — disse de forma óbvia.

— Por que não vai de escada?

— Você mora no décimo andar! — reclamou.

— É bom fazer um pouco de exercício, quem sabe não diminui essa sua barriguinha de cerveja. — chegamos até o elevador e ele apertou o botão do térreo.

— Meu corpo é um charme! — ofendeu-se.

— Daqui a vinte anos, você vai parecer um tiozão barrigudo. — ele passou a mão sobre a barriga e se analisou no espelho.

— Não, só está me ofendendo porque ainda está com raiva de mim. — balançou a cabeça negativamente. — Quer por defeitos em mim pra ver se me esquece? — sorriu de lado.

— Vai se foder. — eu disse sem olhar para ele.

— Quanta classe! — arqueou as sobrancelhas. As portas do elevador se abriram e eu apressei o passo. — Por falar em classe, está indo a algum lugar formal? — perguntou tentando me acompanhar.

— Não que isso seja da sua conta, mas eu estou indo para a igreja.

— O Josh tá te doutrinando mesmo, não é? Ele sempre tenta fazer isso!

— Você que é do contra. — passamos pela portaria e eu parei para falar com o porteiro. — Oi, senhor Richard, boa noite! Eu esqueci de avisar, mas o Joel não pode mais subir sem a minha permissão, tá?

— Como quiser, senhorita.

— Obrigada, até mais. — sorri e fui em direção ao estacionamento.

— É sério? Vai me barrar? — ele parou em minha frente, me obrigando a parar também.

— Alguém já te disse que você é insuportável? — coloquei as mãos na cintura.

Caindo Em tentação{Adaptação}Onde histórias criam vida. Descubra agora