Sunlight

Os Deuses São Irônicos

Os preparativos para o casamento eram bem acelerados.
Hoje seria o dia em que a princesa de Moraq viria para Dorne, junto com o seu irmão, o atual Grande Imperador De Moraq.
Ela pesquisou bastante sobre o império com o qual estavam se aliando, descobrindo coisas interessantes.
Por exemplo, lá era permitido a poligamia e a poliandria. E o trono não era do primogênito e sim do primeiro filho da Imperatriz. As outras esposas do rei eram chamadas de Concubinas Reais, e nenhuma tinha a mesma importância que uma imperatriz. Os filhos seguiam a ordem das mães na linha sucessória. Os filhos da Grande Imperatriz estavam em primeiro, os filhos da Primeira Concubina depois deles, e os da Segunda Concubina depois dos filhos da primeira, e assim por diante.
Pelo fato de ser filho da Imperatriz, Kerim al Nazir era agora o Grande Imperador moraqhi, acima de seu irmão mais velho, que era filho da Segunda Concubina.
Embora Moraq tenha preferência pela primogenitura masculina, ela só era válida entre os filhos da mesma mãe. Por isso, sua própria futura boa irmã Selima estava também a frente do irmão mais velho em importância no reino de Moraq.
Ela também descobriu que lá não se usava o nobiliárquico "Vossa Graça" para membros da família real, e sim "Vossa Alteza" para os príncipes e princesas e "Majestade Imperial" para o Imperador e a Imperatriz.
O clima de Moraq não era muito diferente de Dorne, o que era uma vantagem para a adaptação de Selima.
E um fator interessante, que também foi um grande contribuidor para a aliança formada entre Dorne e Moraq, a família al Nazir tinha sangue roinar. Um dos navios desaparecidos de Nymeria, levado por uma tempestade, foi resgatado pela família real de Moraq, que os acolheu.
Elia respirou fundo depois de tanto ler e reler os livros.
Ela queria fazer bonito, honrar sua casa.
Embora soubesse que não era sua culpa e sim de Rhaegar, ela sentia vergonha da lama lançada sobre o nome Martell, e precisava sentir que compensava Doran, visto que o seu irmão mais velho estava cheio de problemas para administrar em um momento em que sua doença cruelmente atacava seu corpo.
Ela então cuidou diligentemente da maior parte dos preparativos, queria fazer algo que fosse olhado com orgulho, sem a pena de quem quer que seja.
–Eles estão chegando. - Ela ouviu alguém avisar.
–Vamos!
Elia pôs suas melhores roupas e tentou ficar o mais bela possível. A ocasião exigia.
Ela, Doran e Oberyn estavam a postos, aguardando a chegada.
Um arauto entrou no recinto e anunciou a chegada tão esperada.
–Vossa Majestade Imperial, Kerim al Nazir, Grande Imperador De Moraq! Vossa Alteza, a Princesa Imperial Selima al Nazir!
Ambos entraram no lugar.
A família Martell se curvou para eles, e os dois se curvaram de volta.
Kerim e Selima tinham a pele tão morena quanto eles, eram belos e tinham grandes olhos verdes, que chamavam a atenção.
Vestiam sedas finas e usavam jóias que demonstravam poder.
–Majestade, Alteza, bem vindos a Dorne e que sua estadia seja abençoada. -falou Doran em cumprimento.
–Muito me honra estar aqui, e espero que nossa aliança seja frutífera, Vossa Graça.
–E ela será.
Oberyn foi até Selima e beijou sua mão com delicadeza.
–Me disseram que minha noiva era bonita, mas não que era tão linda.
–Fico feliz que lhe agrade, meu noivo.
–Vejo que não sou o único com uma bela irmã por aqui. - disse Kerim, com galanteio ao beijar a mão de Elia.
–Vamos, mostraremos seus quartos e também o local da festa, para que digam se quiserem mudar alguma coisa.

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–Quando soube de tudo o que aconteceu neste continente, fiquei abismado caro príncipe de Dorne. Que tipo de homem joga fora a uma esposa legítima, que é uma princesa e os filhos que vocês costumam chamar de "verdadeiros nascidos"? Eu jamais jogaria meu filho e minha filha fora! Como pode um monarca ser tão profundamente irresponsável?
–Eu também não sei o porquê, imperador Kerim. Suspeito que ele seja vítima da loucura que costuma atingir sua família.
–Imagino. O que esperar de um homem que é uma abominação incestuosa? - disse Kerim com desdém.
Além de casamentos como os da família Targaryen serem considerados imundos no império de Moraq, Kerim não podia evitar sentir nojo de Rhaegar. Um homem que abandona a própria família é pior que o mais nojento verme que se pode conhecer.
Ele tinha um casal de filhos, e jamais poderia imaginar se separar deles para ir atrás de uma mulher qualquer.
–Que a amizade entre as famílias Martell e al Nazir estejam seladas!

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–Elia, o que está havendo com você?
–Eu não sei, eu não me sinto bem. Se não soubesse que não posso ter filhos até acharia que estou grávida.
–Mas quem disse que você é estéril?
Elia paralisou ao ouvir a pergunta.
–Pycelle? O cão de estimação do Tywin?
Não, isso não podia acontecer! Os deuses não podiam estar fazendo isso com ela!
Ordenou que vários meistres diferentes a examinassem e conversassem entre si. E para seu total choque, a opinião foi unânime.
–Princesa, você está grávida.

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Enquanto isso, em Pedra Do Dragão...
Sir Bonifer cantava uma música de ninar para a pequena Daenerys. Jaime treinava o príncipe Viserys, que mostrava ter algum talento na arte da espada.
Rhaella olhava ao redor, querendo guardar dentro de si as boas memórias que estavam construindo ali.
Embora feliz, tinha um pouco de melancolia guardada dentro de si.
A mulher que amou como uma filha e seus dois queridos netos. Tão longe agora! E tudo que faltava para Rhaella era vê-los de novo.
–O que houve rainha? Está triste? - Jaime perguntou, preocupado.
–Não é nada, filho. Me perguntava como estão Elia e as crianças.
–Ela está bem. Eu sei que está.
–Você parece ter muita fé em Elia, Jaime.
–Eu tenho. Ela é a mulher mais forte que eu conheço.
Ele viu a força de Elia em tudo o que foi capaz de enfrentar. Enquanto Rhaegar a tratava como frágil e fraca por causa da saúde, ficou cego para o fato de que isso não significava uma mente também frágil.
Jaime viu pessoalmente do que ela era capaz.
Afinal... Foi Elia quem matou Aerys!