Prólogo

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              Orgulho

Em uma floresta escura iluminada apenas pelo belo brilho da lua um senhor e duas crianças acampavam. Eles estavam cansados após tanto andar procurando pela famosa árvore do renascimento, lugar onde tudo começou, acabou e também onde renasceu.

A fogueira crepitante que eles haviam acendido iluminava os três, permitindo que pudessem ver melhor uns aos outros. As crianças que estavam sentadas em um saco de dormir piscavam os olhinhos e mesmo que não admitissem estavam com sono. O homem que já era um senhor de idade permanecia acordado e atento ao redor deles, mas assim que percebeu que os pequenos estavam com sono decidiu tentar fazê-los dormir.

— Crianças já está muito tarde para vocês estarem acordados, que tal eu contar uma história para vocês dormirem? — Theo e Alice logo se animaram com a ideia de ouvir um dos famosos contos do velho Saymon e se enfiaram nos sacos de dormir encolhendo suas asas para poderem ficar confortáveis.

Saymon riu da animação dos pequenos e se ajeitou para contar uma das suas muitas histórias que era mais como uma profecia antiga.

Há muito tempo um casal esperava ansiosamente pelo nascimento de sua filha, com o passar dos meses a barriga da mulher foi crescendo e logo havia chegado a hora de sua pequena nascer. Quando o casal viu sua filha pela primeira vez um medo avassalador os atingiu por eles.

A menina possuía um pequeno par de asas pretas que mostrava que ela não era humana, os pais sabendo de todo o mal que os humanos poderiam causar a sua filha decidiram trabalhar duro para construir um lar confortável e seguro para sua pequena, lugar de onde ela não poderia sair.

Passaram-se 17 anos e a garota nunca saiu de casa e só teve seus pais, sua professora e seus médicos para conversar, deixando-a com dificuldades para se comunicar com outras pessoas.

O que a aguardava estava esperando o momento certo para que tudo acontecesse e um dia o destino a chamou...

As crianças que antes estavam animadas, lentamente foram sendo ganhas pelo sono e adormeceram durante a história. O homem ao olhar para eles, sorriu e se levantou para cobri-los se certificando que não passariam frio. Olhando ao redor para ter certeza que nenhum animal perigoso estava à espreita, ele abriu suas enormes asas e voou em direção ao topo de uma árvore, pousando em um galho firme.

Ao longe se estendia uma enorme árvore iluminada por tochas, vários Dayers passavam voando por ela preocupados com suas próprias vidas. Saymon sorriu vendo tudo que eles haviam conquistado e fez uma reverência, mesmo sabendo que ela não poderia vê-lo.

— Em seu nome, minha Rainha

Ao Bater das AsasOnde histórias criam vida. Descubra agora