Depois Da Revelação.

Capítulo 4.

O coração da mestiça se agitou em seu peito. Sua respiração falhava e as bochechas voltavam a ficar preenchidas por um vermelho. Ela sentiu suas pernas fraquejarem, sendo obrigada a se sentar.

Ambos se sentaram na cama, se encarando.

— Você não pode ser assim comigo. Somos amigos, e parceiros de luta, precisamos nos entender. Por Paris, por nós. — Adrien pediu educadamente, segurando as mãos dela.

— Assim será. — a azulada sorriu, apertando as mãos do amado — poderíamos começar tendo uma conversa normal? Sabe, como Marinette e Adrien. Não Ladybug e Chat Noir.

Agora ela conseguia manter sua postura confiante e um sorriso no rosto, por mais que sentia um nervosismo enorme tomando todo seu interior.

Enquanto eles mantinham as mãos entrelaçadas - ninguém tinha vontade de se afastar desse ato - Adrien e Marinette conversavam, como se nada de minutos atrás tivesse acontecido. A mestiça ainda tinha uma expressão de choro, que ia sumindo de pouco em pouco.

No entanto, enquanto Adrien contava sobre como era legal poder conversar com alguém sobre os Miraculous, Marinette começou a viajar.

Ela se sentia rendida pelo sorriso no rosto dele. Se sentia incapaz de ficar sem o toque das mãos dele. Se sentia indefesa com ele tão perto.

Adrien Agreste. Seu crush. Estava ali, sentado na cama dela, conversando com ela, e aquele sorriso em seu rosto era direcionado à ela.

Tudo parecia perfeito demais para Dupain-Cheng. Ele era Chat Noir. Ela era Ladybug. O universo estaria lutando para que eles ficassem juntos?

Um clichê perfeito?

A mestiça estava agora imaginando um futuro com seu amado. Os filhos agora pareciam mais reais e mais possíveis. O hamster com certeza teria o nome de....

— Marinette? Marinette? — a menina sentiu seu corpo ser sacudido, enquanto seu sorriso sumia, despertou-se de seu transe.

— O que? O... Que está acontecendo? — o loiro a olhava, esperando uma resposta para a pergunta que ele tinha feito — me perdoa, Adrien. Estava viajando em pensamentos. — ela sorriu e tinha culpa nos olhos. Adrien soltou uma pequena risada.

— Eu estava perguntando sobre... — Um toque foi ouvido. Depois, outro toque. O celular de Adrien estava recebendo uma mensagem.

Marinette, curiosa e preocupada, achando que era o pai, resolveu perguntar, se arrependendo no segundo seguinte.

— É seu pai?

— Não. É Kagami, me chamando para sair amanhã, depois da aula. — o garoto respondeu a mensagem rapidamente e voltou a guardar seu celular.

Kagami. O nome da menina brilhou na mente de Marinette. Seu sorriso desapareceu rapidamente.

Ainda tinha Kagami. E Adrien provavelmente estava a namorando. Todos seus sonhos foram por água abaixo.

— Enfim. Quer fazer alguma coisa? — o loiro questionou sorridente.

Então a azulada precisou empurrar seus pensamentos autodepressivos para longe, focando em Adrien. Ele era seu amigo.

E isso já era o suficiente para ela.

— Estava pensando em assistir um filme. Mas vai ser romântico, não sei se você iria querer — a menina se levantou, pegando o celular na mesa do computador.

— Para mim é perfeito. — por um momento, Dupain-Cheng jurou ter visto uma faísca de esperança e felicidade nos olhos de Adrien, mas achou coisa de sua cabeça.

— Perfeito então. — ambos deitaram um ao lado do outro na cama, assistindo a tela do celular de Marinette.

No meio do filme, a azulada sentia seu corpo mole, e sua atenção ao filme já não existia mais. O garoto percebeu aquilo, e sorriu.

— Melhor você ir dormir. Não acha?

— Não.

— My Lady, você está cansada — ele argumentou, acariciando os cabelos negros. Ela corou.

— Não... Estou — seu bocejo veio como prova de que o loiro estava certo.

Rindo, Adrien se levantou tomando o celular da menina.

— Ei! — questionou tentando pegar o celular de volta.

— Amanhã temos aula. Melhor você ir dormir.

Marinette desistindo, bufou e deitou na cama. Adrien sorriu, olhando a menina que agia como uma criança emburrada. O mesmo arrumou o cobertor e cobriu a amada, dando um pequeno beijo na testa dela.

— Boa noite, My Princess — Mari revirou os olhos.

— Pensei que pararia com os apelidos quando soubesse quem sou.

— Correção, te darei mais apelidos ainda após saber quem você é. O que acha de Bugnette?

A menina fez uma expressão que dizia não ter gostado nada da novidade. Adrien novamente riu, se levantando após se despedir dela.

Assim que se transformou, e foi se virar, sentiu uma mão puxar seu pulso.

— Eu estou muito feliz que seja você, Adrien. Não existiria pessoa melhor para ser o meu gatinho.

Só aquelas simples palavras aqueceram o coração e as bochechas de Chat, que sorriu e se abaixou novamente, beijando bem devagar, a bochecha dela.

— Eu estou muito mais feliz que seja você a Ladybug. — eles se encararam por mais um tempo, até o felino decidir ir embora. Após pousar na varanda, se virou, olhando o quarto pelos ombros — Eu amo você, My Lady.

Sussurrou, onde o silêncio da noite levou essa simples frase, que poderia mudar tudo.

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