Capítulo Segundo

1.6K 106 51
                                    

ALGUNS MESES DEPOIS

Então é isso que é amar? Querer estar com a pessoa sempre e sempre. Tomar conta dela, contar piadas para sempre ver seu sorriso, dar presentes e fazer ela feliz na mesma intensidade ou maior a que ela te faz.

Tenten não tem saído da minha cabeça. Cada vez que sou convocado a uma missão rogo aos deuses no céu para que ela calhe na minha time. A forma como ela manuseia seus instrumentos é fascinante. Ela é fascinante em níveis absurdos e eu me sinto hiper sortudo toda vez que ela me encara sorrindo ou diz o meu nome. Já agora, meu nome na voz dela é única maravilha do mundo. Tudo parece tão certo quando estamos juntos mesmo que seja apenas parados lado a lado.

Não sei como dizer isso a ela.  Não sou tímido, não me considero tímido porém ela me faz ser tímido na mesma proporção que me permite ser eu mesmo quando estou com ela. Ela carrega a leveza e a paz que minha alma sequer sabia que necessitava. Ficar com ela tornou-se questão de necessidade e ela o meu vício.

Quero contar a ela, no entanto não sei como fazê-lo. E mesmo se soubesse, o medo de não ser correspondido é maior que o poder do Byakugan. Só quero que ela saiba, mesmo que não corresponda só necessito que ela saiba disso.

Que ela me salvou. Ela é a razão de meu humor mudar para melhor pela manhã. Ela é o meu auge e o meu baixo. Como ela me inspira a ser alguém melhor todos dias apenas para a merecer.

Nunca me imaginei caidinho por uma mulher assim como estou hoje. Sempre me perguntei porque Asuma Sensei gostava de ficar encarando Kurenai Sensei regando suas plantas todos os dias. Parecia psicopata, sempre observando o que ela fazia pela janela da casa. Todo maldito dia.

Hoje acredito ter uma pequena noção disso. Ele queria vislumbrar a beleza da mulher que havia ganhado. Talvez ele se perguntava toda vez que a olhava como alguém como ela podia gostar dele? Talvez ele também sentisse aquele medo inconsciente de não estar a altura, não ser bom o bastante, não a poder fazer feliz ou proteger... Talvez todos Homens apaixonados sentem isso, talvez não... Enfim...

- Hey Tenten - a chamo indo atrás dela em direção a saída da área de treinamento - Cê nunca teve um sobrenome né?

- Ohh - me olha por cima do ombro - Sim.

- Você pode ficar com o meu - chego do lado  e coloco a mão no seu ombro.

- Tenten Hyuga?! - franze o cenho - Gostei - sorri. Sinto meu peito se encher de orgulho e felicidade. Tenten Hyuga. Ficou bonito.

- Obrigada Neji - sua mão desce até a minha, seu toque faz meu coração errar uma batida. As palavras fogem da boca e quanto mais sua mão demora ali mais o carnaval das borboletas na boca do estômago aumenta. Aperto de leve e ela retribui. Deposita um beijo singelo em minha bochecha, isso me faz corar - Tchau, estou atrasada pro almoço.

Concordo com a cabeça porque sinceramente meu cérebro não consegue formular nenhuma frase com nexo agora.

É andando de volta para casa quando minha ficha finalmente cai. Ela aceitou ficar com meu sobrenome! Isso quer dizer que tenho alguma chance certo? Ou talvez não? Bom, nunca saberei se não tentar.  

[...]

Amarro a bandana na testa. Me preparo e saio do quarto rumo ao quintal da casa.

- Neji - me viro para Hanabi que me encara parada na escada - Pode passar na loja dos Yamanaka?

- Não estou planejando sair...

- Por favor, mamãe quer enfeitar a mesa pro jantar e Hinata saiu numa missão - pede com seus olhos brilhando. Não tem como resistir a essa fofura - Eu vou terminar o dever de casa.

- Tudo bem... Mas vai demorar um pouco.

- Obrigada - sai correndo.

Sigo para a parte mais afastada da área de treino. Início meu treino, nem percebo o tempo passar. O sol se pondo, lembro das flores. Vou para a loja dos Yamanaka onde  encontro Ino e Tenten conversando.

- Hey - as cumprimento. Tenten sorri para mim e eu aceno com o coração a mil.

- Ino - ela se aproxima do balcão - Quero flores que sirvam de enfeites na mesa de jantar.

- Pode escolher.

- Não sei nada sobre isso - respondo.

- Eu posso te ajudar - Tenten se oferece, Ino concorda então pede licença se retirando da loja restando apenas eu e ela. O que faço agora?  Vou até às jarras de flores onde ela se encontra e fico encarando as flores.

- Qual a flor favorita das meninas? - questiona mexendo nos vasos.

- Não sei.

- A cor?

- Não sei.

- Comida?

- Não sei.

- Cê dorme, acorda, come naquela casa e não sabe essas coisas? - pergunta me fitando.

- Sou ninja, saber a receita preferida da tia não vai me ajudar numa missão - respondo dando de ombros. Ela desvia seus olhos, a encaro então a noto. A forma como mexe nas flores com delicadeza, como seu rosto corado fica mais lindo e como seus traços são magníficos.

Recolho uma rosa branca com as pontas vermelhas e entrego a ela. Ela me olha sem entender, estendo mais a mão então ela recebe e agradece tímida. Antes que perca a coragem digo:

- Quer sair para comer algum dia destes? - encaro esperando sua resposta - Ou caminhar, sei lá. Dar uma volta? - sua demora para responder faz minhas entranhas embrulharem.

- Como um encontro? - pergunta baixo falando como a Hinata.

- Se quiser.

- Eu quero - se adianta em dizer.

- Então será como um encontro! - aprecio seu sorriso contente. Nosso momento é interrompido por Ino que surge com um buquê de flores vivas e coloridas. Pego, agradeço, me despeço das meninas e vou-me embora.

Nejiten: E Se... [Conto]Onde histórias criam vida. Descubra agora