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Stephen

As três e quarenta e seis da madrugada, acordo com um barulho estranho bem ao meu lado, Ayla já não está mais perto de mim quando abro os olhos. Afasto-me um pouco do travesseiro, refletindo por uns segundos em meio a escuridão até escutar o barulho outra vez, e então eu identifico o som e dou um pulo da cama. Está muito escuro, Ayla provavelmente fechou as janelas no meio da noite para que a claridade não incomodasse tanto. Pressiono as mãos no botão do abajur e encontro Ayla de joelhos perto da porta do banheiro, seu rosto está pálido como um pedaço de papel, o cabelo loiro escorrido no rosto e a respiração acelerada. Há uma poça de vômito na sua frente, eu imediatamente tiro minha camisa e me abaixo para tirá-la do chão. Ela está fria, seu corpo inteiro está trêmulo e inteiramente molhado de suor. Abaixo-me na frente dela e a pego no colo, tomando cuidado para não chacoalha-la muito para que não fique ainda pior do mal estar.

- Ei - coloco-a sentada no balcão da pia e molho minha camisa com a água geladinha da pia e coloco em seu rosto para limpar o excesso - pequena, o que aconteceu? Por que você não me chamou?

Ela continua ofegando, parece ter dificuldades de respirar. Seguro seu rosto e a forço a olhar para mim enquanto pressiono a camisa molhada em seu pescoço para que pare a suadeira. Ela agarra meus braços e me abraça, apoiando seu rosto molhado em meu peito enquanto enfia as unhas em minhas costas. Levo isso como um aviso silencioso de dor, ela não me parece nada bem, eu nunca a vi desse jeito desde o dia em que eu a conheci. Ela pode até ficar ruim quando tem os ataques no coração, mas não tanto quanto hoje. Continuo pressionando a camisa molhada em seu pescoço.

- Desculpa - ela resmunga, ainda agarrada comigo. Respiro fundo e a afasto para tirar minha camisa dela. Ela está vestida com uma camisa minha, deve ter pegado no meio da noite. Ela continua ofegante enquanto lentamente tiro a roupa dela e a ajudo a descer do balcão para entrar no chuveiro - eu preciso vomitar de novo.

- Não, calma - eu ligo o chuveiro e a coloco debaixo do chuveiro morno. Ela continua encostada no meu peito, apoiando-se em mim para não correr o risco de cair já que não está se sentindo muito bem. Acaricio seu rosto e pego o shampoo para lavar seus cabelos. Eu estou preocupado, não é normal ela ficar mal desse jeito e eu duvido muito que seja apenas por causa das bebidas! Ela sempre bebe e nunca passa mal, nunca a vi de ressaca, então tem algo de errado nisso - aqui, deixa eu lavar seu rosto.

Ela se afasta e me permite passar as mãos em seu rosto para livra-la do suor. Nem mesmo a água quente a deixa mais avermelhada, ela continua pálida.

- Eu realmente preciso...

Finalizo o enxágue de seus cabelos, a enrolo numa toalha e a ajudo a ajoelhar no chão para apoiar no caso. Ela coloca tudo, absolutamente tudo para fora. Fico em pé segurando seus cabelos, deixando-a aliviar-se como pode enquanto penso em alguma maneira de ajudá-la. Eu não sei o que fazer, mas agora o que está passando pela minha cabeça é uma tremenda loucura... Ingrid ficou exatamente como ela está agora quando engravidou, eu me lembro como se fosse ontem quando ela acordou de madrugada e vomitou por todo o quarto por estar mal. A gravidez fez muito mal para ela nos primeiros meses de ela ficou assim, então essa loucura está passando pela minha cabeça agora, o que me leva a sorrir. Quando Ayla termina, ela se senta por cima dos pés e encosta na parede, fraca. Dou descarga e me abaixo na frente dela para tirá-la do chão e levá-la para o quarto. Eu não tenho ideia de como posso perguntar isso a ela, me lembro bem do dia em que ela me contou que não podia engravidar, mas acho que tem uma pequena porcentagem de chance... não faço a menor ideia. Eu não vou conseguir tirar isso da cabeça enquanto não perguntar a ela e pedir para ela fazer um teste, talvez isso ajude.

-Ayla, eu posso te fazer uma pergunta? - murmuro quando eu a coloco na cama, ainda enrolada na toalha para não molhar o lençol inteiro. Ela está com o braço em cima do rosto, escondendo-se por vergonha - sério... eu estou preocupada com você e realmente preciso fazer essa pergunta!

Eu Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora