Capítulo 29

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-- Quero dizer que fui presa pela falta de opções e pelo desespero momentâneo. -- Ela disse.

-- Conta para mim? -- Heyoon perguntou e Sina assentiu. Desde sempre Heyoon a fazia desejar compartilhar sua vida e seus pensamentos com ela. Algo na garota era simplesmente cativante aos seus olhos. Aliás, algo não, tudo nela era cativante aos seus olhos.

-- Meu avô voltou a ter tosses fortes e a cuspir sangue, o que fez eu me desesperar por dinheiro. Tentei de tudo, inclusive pedi em redes sociais, mais era um valor muito alto, nem se eu trabalhasse anos conseguiria.

-- Você... roubou? -- Heyoon indagou e Sina suspirou.

-- Começou a aparecer uns babacas oferecendo dinheiro para transar comigo e aquilo me deu muita raiva. Quem faria aquilo? Eu disse que meu avô estava morrendo e eles me tratando como prostituta, então passei o número da conta para eles e disse que iria. Trocamos mensagens e enviei fotos de mulheres nuas que achei na Internet para enganar que era eu. Eu estava com raiva... Desesperada. -- Sina disse com mágoa na voz antes de umedecer os lábios. -- Eles mandaram na minha conta o dinheiro e eu bloqueei eles e vi que o dinheiro vinha fácil. Era de mil dólares para cima, então comecei a fazer isso sempre.

-- Sabe que é compreensível na hora do desespero, não é? -- Heyoon disse ao ver o auto-desprezo no olhar de Sina.

-- Não, Heyoon, não é. -- A maior disse sentindo sua garganta se fechar. -- Faltava tão pouco dinheiro, tão pouco... Mas ninguém mais mandou dinheiro em minha conta e acabei marcando encontro com um deles. Eu o embebedei muito e furtei seu relógio, que eu sabia que valia a quantia que faltava. -- Ela riu com desgosto. -- Fui presa por furto e, com as acusações em meu nome, adicionaram a pena de estelionato.

-- Eu sinto muito. -- Heyoon disse e Sina negou com a cabeça.

-- Não sinta. Fui estúpida e acabei tendo todo o dinheiro congelado, o que resultou na morte do meu avô assim que eu fui presa. -- Ela falou com pesar. -- Ele morreu com a imagem de uma maldita neta criminosa.

-- Sina, não! -- Heyoon disse, levando uma mão ao seu rosto. -- Não pense assim, por favor. -- Pediu. Ela estava odiando ver a maior se sentir daquela forma. -- Aposto que ele sempre se orgulhou muito de você e deve ter imaginado que você queria o dinheiro. Ele te conhecia... -- Os olhos verdes se focaram nos castanhos e mesmo na penumbra do local elas se viam nitidamente.

-- Você acha? -- Sina indagou. -- Eu nunca tive a chance de explicar. Eu...

-- Ele sabia. Tenho certeza. -- Heyoon disse, se aconchegando mais nos braços de Sina. -- Eu, que te conheço há pouco, saberia, imagina seu avô que com certeza viu seu esforço por ele ao longo dos anos. -- A maior suspirou e apoiou sua testa na de Heyoon, fechando os olhos ao sentir a carícia da menor em seu rosto.

-- Eu fui liberada para ir no enterro dele. -- Sina disse baixinho. -- Fui algemada, mas estive lá. Pedi perdão... Espero que ele tenha me perdoado.

-- Ele não tem do que te perdoar, amor. -- Heyoon sussurrou, fazendo Sina abrir os olhos ao ouvir a menor proferir aquela palavra. -- Aposto que se ele pudesse, ele te agradeceria por colocar a vida dele acima de todo o resto e lutar por ele.

-- Obrigada. -- Sina disse, dando um meio sorriso. -- Eu acho que quero te beijar... -- Ela sussurrou e Heyoon sorriu.

-- Só acha? -- Heyoon perguntou, deixando um bico manhoso enfeitar seus lábios. A maior sorriu abertamente.

-- Eu tenho certeza de que quero te beijar. -- Sina corrigiu.

-- Está esperando o quê? -- Heyoon indagou e Sina sorriu, se inclinando para capturar os lábios macios da menor entre os seus. Heyoon riu entre o beijo ao sentir Sina mordiscar seu lábio inferior e levou sua mão até a cintura de Sina, apertando-a.

-- Eu passaria o resto da vida com você assim... -- Sina falou com a voz meio abafada e Heyoon suspirou.

-- Não entendo como você é a líder disso aqui... -- Heyoon disse e Sina riu.

-- Quando eu te contar você não vai acreditar. -- Ela falou, descendo beijos pelo pescoço da menor, que arfou e fechou os olhos.

-- Você disse "Quando"? Isso quer dizer que vai me contar? -- Heyoon perguntou e retesou os músculos do abdômen quando as mãos de Sina adentraram sua camisa e acariciaram a região.

-- Sim... Não vou te esconder mais nada. -- Sina falou, sentindo Heyoon segurar sua mão, que migrava para seus seios.

-- Então me conta agora, S... -- Heyoon pediu com a voz densosa e Sina franziu o cenho.

-- Agora? Não podemos transar rapidinho antes? -- A maior perguntou e Heyoon sentiu seu centro avisar que ela estava excitada.

-- Eu adoraria, mas quero saber. -- Heyoon falou com muito esforço e a maior negou.

-- Preciso conversar com alguém antes... -- Sina disse e Heyoon franziu o cenho. -- Mas juro que vou te contar.

-- Não pode dizer nem uma prévia? -- Heyoon perguntou mordendo o lábio inferior e Sina riu.

-- Não seja curiosa, eu te direi, mas não agora. -- Ela avisou e Heyoon entortou o canto dos lábios. -- Vamos lá, não faça essa cara. Vou confiar em você mais do que em qualquer pessoa nessa prisão.

-- Até mais que em Sabina? -- Heyoon indagou confusa.

-- Sim. Ela não sabe por que vim presa. Não gosto de falar disso. -- Sina informou e Heyoon assentiu, envolvendo os braços ao redor do pescoço de Sina.

-- Então acho que vou aceitar a proposta de transarmos... -- Heyoon murmurou. -- Mas nada de rapidinho não. Quero fazer amor com você por horas... -- Sussurrou contra os lábios da maior.

-- Fazer amor, hm? -- Sina indagou alegre e Heyoon assentiu.

-- Sim... Quero transar com carinho... -- Ela murmurou e Sina sentiu sua respiração acelerar ao ouvir o tom de voz de Heyoon.

Ela engoliu em seco e apenas assentiu, afundando sua língua na de Heyoon com paixão e lentidão, sentindo seu coração bater não só descompassado, senão feliz também.

Estava com quem queria e, apesar de estar presa, vivia finalmente um momento feliz em sua miserável vida.

--*--

Quem achou que eu não ia postar hj? de parabéns não ia mesmo...

「 𝖯𝗋𝖾𝗌𝖺 𝖯𝗈𝗋 𝖠𝖼𝖺𝗌𝗈 」- 𝖲𝗂𝗒𝗈𝗈𝗇 Onde histórias criam vida. Descubra agora