「 𝖯𝗋𝖾𝗌𝖺 𝖯𝗈𝗋 𝖠𝖼𝖺𝗌𝗈 」- 𝖲𝗂𝗒𝗈𝗈𝗇

Capítulo 33

Assim que a policial soltou Heyoon no pátio ela nem olhou para direção nenhuma, simplesmente decidiu migrar para sua cela e se sentar em sua cama. Ela queria pensar, precisava disso, por tal razão tirou os sapatos e se encostou no canto da cama, apoiando sua cabeça na parede e suas costas no beliche. A garota puxou sua coberta e enfiou a mão embaixo do travesseiro, tirando uma foto de Sina com ela de lá.

Ela abraçou as próprias pernas e suspirou tristemente, encarando a foto que Joalin havia lhe dado, que para a sua surpresa não havia sido a que elas olhavam para câmera, senão a que havia tirado instantaneamente, onde Sina fitava bobamente o enorme sorriso que Heyoon tinha em seu rosto, tendo seus braços enlaçados ao redor da maior. Pela forma como ela fitava Sina, podia se dizer facilmente que estava apaixonada.

-- E agora, meu amor? -- Ela sussurrou, dando um beijo na foto antes de se deitar e fechar os olhos, enterrando a imagem em seu peito fortemente.

Ela estava aliviada porque sairia, entretanto, deixar Sina não fazia seu coração ficar calmo, muito pelo contrário, ele estava quase sangrando. Não se arrependia de ter se apaixonado por Sina, porém as coisas se complicariam a partir do momento onde saísse dali. Sem perceber um choro baixinho se fez presente por ela mesma. Ela havia levado a coberta até sua cabeça e mal notou quanto tempo havia se passado daquela forma.

-- Yoon? -- A voz carregada de preocupação de Sina soou no ambiente e Heyoon descobriu a cabeça rapidamente, se virando quase que instantaneamente para sua namorada.

-- Amor... -- Heyoon proferiu, estendendo os braços para era em um convite silencioso para a maior se aconchegar em seu corpo. Sina sequer pensou, apenas migrou até a cama de Heyoon e se instalou em seu abraço.

-- O que houve? -- Sina perguntou e Heyoon negou com a cabeça, enterrando o rosto em seu pescoço antes de começar a chorar copiosamente.

-- A minha... irmã... -- Heyoon disse e parou, fazendo o desespero de Sina aguçar.

-- O que houve com ela? Ela está bem? -- Indagou e Heyoon assentiu com a cabeça, respirando fundo para ver se conseguia parar de chorar.

-- Ela pagou alguém para sumir com uma das provas da minha inocência. -- Ela enfim disse. -- E não duvido nada que... tenha ofertado uma boa dose de dinheiro ao meu antigo advogado para perder o caso. -- Sina se calou por algum tempo até processar a informação.

-- Você, uh, tem certeza? -- Sina perguntou e Heyoon assentiu, completamente devastada. -- Céus, Heyoon, eu sinto muito. Como você soube?

-- A minha advogada descobriu. -- Ela falou, sentindo seu corpo se acalmar ao sentir a carícia mansa de Sina em seus cabelos.

-- As pessoas às vezes são filhas da puta no mundo, só basta descobrir o motivo. -- Sina falou e Heyoon ergueu o rosto, a fitando com os olhos vermelhos e o rosto umedecido. Sina não resistiu em levar uma mão até seu rosto e enxugar delicadamente a região antes de depositar um beijo na testa de Heyoon. -- Não gosto de te ver mal. Isso me destrói. -- Falou, fechando os olhos e engolindo pesadamente.

-- Por favor... Por favor, diz que vai me deixar te visitar quando eu sair daqui. -- Heyoon sussurrou em uma súplica desesperada. -- Por favor, amor, por favor...

-- Yoon, isso não é lugar para você. -- Sina disse com profundo pesar. -- Eles vão ter que te ver nua e...

-- Não se eu vier com um advogado. -- Heyoon disse prontamente e Sina a fitou solenemente.

-- Você está mesmo disposta a me visitar? -- Sina indagou e Heyoon assentiu, enfiando a foto embaixo do travesseiro novamente.

-- Vai passar rapidinho, mas preciso continuar te vendo. Eu não saberia lidar com tanta saudade. -- A menor confessou e Sina arqueou uma sobrancelha.

-- Está dizendo que me esperaria? -- Perguntou incrédula.

-- Óbvio. -- Heyoon replicou e Sina não resistiu em abrir um lindo sorriso.

-- Você jura que me esperaria? Yoon, você não precisa...

-- Não fale mais uma palavra sequer. -- Heyoon pediu. -- Eu... gosto mesmo de você, Sina. -- Ela disse com suavidade. -- Eu sei que eu não preciso; que eu poderia tocar a minha vida lá fora como se nada tivesse acontecido, mas aconteceu e eu jamais mudaria isso em minha vida. -- Afirmou. -- Você agora é parte da minha vida e, bem, é uma parte que eu não quero nunca abrir mão.

-- Não me dê esperanças se não for verdade... --Sina pediu com a voz embargada, fitando o colchão para Heyoon não ver o lampejo de vontade de chorar em seus olhos. -- Ninguém nunca esteve lá por mim além de Joalin e Savina e eu não suportaria se... -- Ela engoliu em seco e mordeu o lábio inferior. -- Por favor, não me ilude se não for verdade. -- Sina sentiu o leve roçar do dedo indicador de Heyoon em seu queixo e ergueu a vista para fitá-la.

-- Eu esperarei cada bendito segundo para termos uma vida lá fora. -- Heyoon disse e Sina comprimiu os lábios.

-- Jura? -- Sina perguntou e Heyoon assentiu.

-- Sim. Só preciso que me deixe te visitar... Eu morreria de saudades. -- Heyoon pediu novamente e Sina assentiu.

-- Eu deixo. -- Sina falou finalmente. -- Mas só se vier com um advogado. Não quero que se submeta a ser analisada por aquelas policiais.

-- Eu prometo. -- Heyoon disse, se inclinando e dando um beijo em Sina, calmo, macio e suave. A maior riu entre o beijo e negou com a cabeça.

-- Começamos essa conversa comigo sendo seu conforto. Olhe agora... -- Ela disse rindo e Heyoon depositou mais um beijo casto em seus lábios.

-- Isso é porque somos um casal fofo onde ambas se cuidam e é exatamente por isso que não deixaria de te ver nunca. -- Ela falou e Sina sorriu, enlaçando um braço ao redor da menor.

-- Bem, temos pouco mais de três meses então para ficarmos juntinhas ainda, não é? -- Sina indagou e Heyoon mordeu seu lábio inferior, a olhando com temor.

-- Uh, é isso que eu queria comentar com você... -- Começou suspirando e por sua reação Sina já soube.

-- Quando sai? -- Perguntou.

-- Em aproximadamente um mês, no máximo. -- Sina assentiu e levou uma mão até seu rosto.

-- Finalmente. Isso não é lugar para você. -- Sina disse docemente, apesar de já ser capaz de sentir a saudade em seu peito.

-- Nem para você, S. -- Heyoon afirmou e Sina riu baixinho.

-- Talvez, mas você não sabe o peso que tira das minhas costas indo embora. -- Heyoon a fitou confusa e Sina abriu a boca assustada. -- Não, eu não quis dizer que você é um peso para mim, por favor, não me interprete mal. -- Pediu rindo nervosamente.

-- E então? -- Heyoon Indagou.

-- Eu vivo com medo de descobrirem algo sobre mim. -- Sina confessou. -- E morro de desespero de te atacarem caso descubram. Eu não me perdoaria nunca se algo te acontecesse. -- Falou com um olhar aflito e Heyoon se ajeitou na cama.

-- Não me assuste, Sina. Do que se trata? -- Sina suspirou e diante do olhar de Heyoon ela não teve como esconder. Seus olhos foram para fora da cela para ver se ninguém passava e abaixou o tom de voz consideravelmente ao dizer:

-- Eu não sou quem eu digo ser, Heyoon.