Os olhos verdes prestavam atenção em como Heyoon a olhava ansiando uma resposta e a daria, sem dúvidas. Confiaria aquilo à sua namorada, mesmo sabendo que se descobrissem a verdade ela apanharia muito.
-- Como assim? -- Heyoon indagou. -- Vai me dizer que é uma infiltrada do governo para acabar com a corrupção daqui? -- Perguntou rindo baixinho e Sina suspirou.
-- Não, Heyoon. -- Ela disse rindo nervosamente. -- Antes fosse, assim eu desistiria dessa merda de missão e iria ter uma vida com você lá fora. -- Falou.
-- E então?
-- Confio em você, mas precisa me jurar não contar nada a ninguém, por favor. -- Ela pediu e Heyoon assentiu freneticamente, sentindo a curiosidade aflorar em sua pele através dos poros de seu corpo.
-- Prometo. -- Heyoon falou e Sina assentiu.
-- Bem, quando eu entrei aqui eu estava arrasada pelo medo de meu avô me odiar. -- Ela começou. -- Passei dias e mais dias de pânico com cantadas inapropriadas de detentas veteranas e, quando eu achava que não podia piorar, me avisaram que meu avô havia falecido. -- Os olhos castanhos se arregalaram ligeiramente antes da menor fazer uma pequena careta.
-- Céus, deve ter sido um inferno. -- Heyoon disse e Sina assentiu.
-- Mas tenho muita sorte de sempre aparecer anjos na minha vida. -- Ela disse com um sorriso triste em seus lábios.
-- O que quer dizer? -- Heyoon questionou confusa.
-- Que a detenta que estava na minha cela se tornou minha amiga. -- Heyoon paralisou seu olhar no de Sina. Hina havia comentado sobre essa mulher com ela, se bem se lembrava.
-- O que, uh, houve com ela? -- Sina riu e a fitou.
-- Te contaram, não é? -- Heyoon corou levemente e assentiu.
-- Mais ou menos. -- Confessou com uma careta e Sina assentiu.
-- Bem, seu nome era Savannah e ela era a antiga líder. -- Explicou. -- Ela notava a constante luta que eu vivia com o assédio neste lugar e no dia que apareci com o olho roxo após três dias na detenção, ela ficou irritada, afinal havíamos nos tornado amigas.
-- Por que foi para a detenção? -- Heyoon perguntou curiosamente.
-- Não deixaria que me tocassem facilmente e acabei brigando feio com uma delas. Ambas fomos para a detenção.
-- Eu posso entender esse sentimento. -- Ela disse e Sina sorriu, umedecendo os lábios.
-- Sim, ainda lembro de você dizendo que eu poderia mandar minha "capacho" te arrebentar que mesmo assim eu não tocaria em você. -- Sina falou rindo.
-- O engraçado é que hoje eu faço questão de que toque. -- Heyoon disse mordendo o lábio inferior e a maior suspirou.
-- Não sei o que eu fiz para te merecer, mas não estou reclamando em absoluto. -- Sina disse e Heyoon a puxou para um beijo rápido antes de a fitar com ansiedade.
-- Mas e então? -- Perguntou curiosamente.
-- Bem, fomos nos tornando cada vez mais íntimas e resolvi lhe contar o porquê de ter vindo presa. Nessa época Savannah começou a vomitar com frequência e a cuspir sangue constantemente e eu sempre a ajudava lavando seu rosto, a levando comida, sabe? -- Perguntou retoricamente. -- Depois de levar mais uma surra aleatória ela me contou que tinha pouco tempo de vida. Tinha um câncer em um estágio avançado e me confessou que fui a única que se importou com ela em todo seu tempo de cadeia. -- Sina disse, limpando a garganta. -- Um dia estávamos no pátio tomando sol e ela cuspiu sangue em uma de suas tosses. Foi tudo muito rápido, no momento seguinte ela mandou eu bater nela.
Sina fitava a parede com um olhar nostálgico, perdida nas lembranças de infelicidade daquela trágica semana.
-- Não aceitei, mas ela me implorou e disse que era para meu bem. Decidi a empurrar de leve, mas ela mesma se jogou com força contra a parede e me puxou, falando para eu fingir que a batia. Foi tudo confuso e me lembro de tê-la obedecido.
-- Assim virou líder? -- Heyoon indagou.
-- Ainda não. Ela pediu para que eu a desafiasse no dia seguinte, mas eu não queria. Ela estava fraca e pálida, porém ela era teimosa. -- Disse e fitou sua namorada. -- Assim conheci Sabina, porque naquele dia Savannah mandou Sabina ir buscar alguns remédios para ela, porém quando voltava ouviu a conversa e Savannah a fez jurar jamais contar nada a ninguém.
-- E houve a falsa briga nesse dia?
-- Sim, o sangue que ela cuspia fez tudo parecer mais real e ela gritou ter perdido o posto para mim diante de quase todas. -- Sina falou antes de suspirar. -- Ela fez todas me temerem e pediu para uma de suas garotas me ensinar a lutar de verdade, porque apesar de ser a nova líder, e ter várias que estariam lá para mim na hora da pancadaria, ainda assim talvez eu precisaria lutar.
-- Não sei o que dizer. -- Heyoon disse abismada e Sina lhe deu um beijo casto.
-- Ela me pediu para jamais conversar com ninguém, não mostrar vulnerabilidade, falar como se eu não tivesse medo de ninguém e jamais desmentir um boato sobre algo ruim que fiz. -- Sina disse rindo com escárnio. -- Naquela semana ela faleceu e todo o presídio achou que eu a matei na cela enquanto dormia. Tenho certeza de que isso foi ideia dela. -- Falou rindo tristemente. -- As únicas que sabem disso aqui dentro são três pessoas, além de você. -- Heyoon a fitou com anseio.
-- Joalin e Sabina eu já sei, mas quem seria a outra? -- Heyoon questionou e Sina riu.
-- Você não vai acreditar.
-- Odeio essa merda de suspense. Você o faz desde que cheguei. -- Heyoon reclamou e cruzou os braços, fingindo chateação. Sina a puxou mais para seus braços e riu com vontade.
-- Quanto dengo, coisa linda. -- Ela murmurou e Heyoon suspirou ao sentir um beijo de Sina contra a pele de seu pescoço.
-- Diz, para mim, amor... -- Heyoon pediu e Sina assentiu.
-- Digo tudo o que quiser. -- Ela disse sorrindo. E lá ia ela novamente, abrir seu coração e sua história completamente para Heyoon. Bem, completamente não, ela jamais contaria sobre o pequeno segredo que guardava com Joalin.
---×---
Teorias sobre qual secreto que a nossa queria Joalin e dona Sina guarda da Heyoon? É fácil!
Quem já leu.... sem spoiler!
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「 𝖯𝗋𝖾𝗌𝖺 𝖯𝗈𝗋 𝖠𝖼𝖺𝗌𝗈 」- 𝖲𝗂𝗒𝗈𝗈𝗇
Fanfiction𝗦𝗶𝘆𝗼𝗼𝗻 | + O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Heyoon Jeong não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente...