Capítulo 9 - Surpresas

632 30 26
                                    

Quando acordei David não estava mais lá. Tomei um banho rápido troquei de roupa fui até a cozinha perguntei minha mãe onde David estava, ela disse que ele tinha ido levar Sara para o aeroporto. "Até que enfim ela foi embora" pensei comigo.
Aproveitei o dia para fazer uma surpresa pro Gui, não marquei nada com ele, tomei café rápido e fui para o quarto me arrumar, coloquei um vestido solto preto, minhas botas cuissardes que eu adoro, enrolei as pontas do meu cabelo, passei uma make exagerando no rímel e um batom vermelho sangue, peguei um chapéu super elegante preto que combinava demais com esse look e coloquei, peguei meu casaco que ia até as coxas e desci, me despedi da mamãe e fui rumo ao apartamento do Guilheme, no caminho comprei uns bombons que ele adora.
"Preciso focar no meu namoro, e nada melhor que uma surpresa inesperada" pensei comigo dirigindo...

Ao chegar lá o porteiro me deixou subir pois já me conhecia, entrei no elevador super ansiosa chegou em seu andar então entrei já que a porta estava aberta, ao entrar não vi ninguém no momento estranhei e me aproximei mais, ouvi gemidos vindo do quarto e não era nenhum pouco másculo, a porta estava apenas escorada então meio que olhei e tomei um choque ao ver aquela cena nojenta e bizarra, Guilheme estava na cama com Monique, eu não sabia o que fazer, me deu vontade de matá-los.

-Guilherme? Monique?? O que é isso? Abri a porta sem me controlar e gritava esterica.

-Amor não é o que esta pensando.

-Oi Sofi, a puta da Monique dizia escondendo seu corpo nu no lençol.

-Você é um idiota mentiroso, não tem explicações pra você estar nu na cama com essa puta, nunca mais me procura seu infeliz.

Disse e sai correndo, Guilherme tentou vir atrás pelo corredor colocando sua bermuda, não esperei o elevador chegar e desci as escadas, entrei no carro e sai dirigindo que nem uma louca, quase atropelando as pessoas, estava cheia de ódio não pude conter as lágrimas, eu não podia ir pra casa naquele momento, não ia suportar todas perguntas 'o que aconteceu' 'porque esta chorando' e blá blá blá... Optei por ir no mesmo parque que fui com David, geralmente quando ficava com raiva minha vontade era de comer mas dessa vez a ultima coisa que passou em minha mente foi comida, no mesmo lugar que estava com David me deitei e comecei a fitar o céu, era como se fosse um pesadelo e eu iria acordar a qualquer momento, fiquei ali parada sem conseguir pensar e sem fazer absolutamente nada por várias horas, já estava escurecendo, precisava ir para casa, apesar de não ter vontade nenhuma, fui dirigindo até em casa no stand by não sentia, não via, e muito menos pensava.

Entrei sem nem ver ninguém apesar de todos estarem sentados na sala vendo TV incluindo David que me chamou mas dei de ombros e segui para meu quarto, ao chegar lá não agüentei, me joguei na cama, agarrei um travesseiro e desabei em lágrimas, aquela cena nojenta não saia da minha cabeça, chorava tanto que dava soluços...

-Sofi? David deu dois toquinhos na porta.

-Vai embora. Disse com a voz manhosa e de choro.

-Não eu não vou embora até você abrir e me dizer o que ta acontecendo.

-Então vai ficar aí até amanhã.

O parei de responder e ele continuou batendo na porta, lavei meu rosto e abri a porta, meu rosto estava igual tomate de tão vermelho e inchado. David entrou e perguntou o que aconteceu e me deu um abraço, quando a gente está nesses momentos e recebe um abraço a única coisa que sai é choro né, desabei mais ainda, David não disse nada e me sentou na cama ainda me abraçando, minutos depois eu me acalmei e contei tudo a ele, ele ficou sem o que dizer afinal não tinha nada para argumentar.

-O que tem de errado comigo Dalu? Porque todos me magoam? Eu sou uma horro... Dizia entre o choro.

-Ei psiu.. 'David colocou seu dedo em meus lábios me calando, e continuou'. Você é linda Sofi e ele que é um idiota por preferir outra ao em vez de você. Ele limpou uma lágrima que escorreu.

-Odeio os homens, nunca mais quero namorar ou gostar de alguém.. Dizia fazendo marra.

-Se fosse eu jamais faria isso com você, você é o sonho de todo homem Sofi. David colocou suas mãos em meu pescoço e se aproximou, naquele momento não sabia mais nada, apenas me aproximei mais dele e sem pensar o beijei, por segundos achei que ele iria se esquivar de mim, mas ele continuou, então coloquei minhas mãos em seu rosto e continuei o beijo até que David o parou.

-Desculpa eu...

-Isso está errado, eu me deixei levar, desculpa Sofi eu não posso fazer isso, estou noivo da Sara. Ele disse me interrompendo.

Aquela notícia não podia ter vindo em melhor hora né? Quando ele disse 'estou noivo da Sara' até engoli seco, levei duas facadas no mesmo dia, um sentimento desconhecido tomou conta de mim, perdi David e Guilheme no mesmo dia, 'eu não devia ter o beijado' 'estraguei nossa amizade'. Pensava comigo e tentava conter a vontade de chorar.

-Você está o que? Depois de um tempo perguntei.

-Eu ia te contar hoje, mas você chegou tarde e nesse estado, foi surpresa até pra mim, noivamos no aeroporto nem temos anel, ninguém sabe ainda.

-Parabéns, Dei um suspiro abaixei a cabeça sem esconder minha tristeza com a notícia.

-Sofi? Esta tudo bem?

-Perfeitamente David, peguei meu namorado na cama com outra, beijei meu melhor amigo e estraguei nossa amizade, aaaaah e ele está noivo de uma mulher que não vale nada e o pior é que ele sabe muito bem que ela não vale nada, estou perfeitamente bem!! Ironizei a frase toda.

-Acho melhor eu ir dormir, boa noite David.

Conclui entrando no banheiro e fechando a porta sem esperar uma resposta, afinal não tinha resposta. David me chamou uma única vez e eu não respondi, e logo o escutei indo embora. Tomei um banho muito demorado daqueles que é pra lavar a alma, fiquei horas com aquela água quente tocando meu corpo, estava totalmente sem rumo, terminei me sequei, fiz um coque bagunçado me troquei e coloquei um pijama que eu adorava, e me deitei na cama, fiquei horas ali rolando de um lado para o outro sem conseguir dormir, então decidi ir a cozinha, eram 3 horas da manhã, não iria encontrar ninguém ali e eu precisava desse tempo sozinha com aquele bolo de chocolate que Dona Helena faz, único momento alegria do dia, peguei um roupão de ceda rosa bebe e meus chinelos de veludo rosa também e desci para a cozinha, abri a geladeira e peguei o bolo e comecei a saborear, comia o bolo como se fosse a coisa mais importante do mundo, sem culpa alguma e sem preocupar com os quilos que iria ganhar, sem me preocupar com ninguém e com nada, naquele momento eu só queria ficar ali sozinha curtindo minha fossa e comendo aquele bolo delicioso, pensei comigo 'ninguém precisa de ninguém quando se tem um bolo desses' dei um leve riso me descontraindo e dando um colherada no bolo.

Golpe do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora