Capítulo 4

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- Eles são tão perfeitos! Olhe Rhys como esses olhos são lindos!

A única coisa que o casal de gêmeos tinha de diferente eram os olhos. A cor dos olhos da pequena mocinha era de um roxo escuro, parecido com os olhos do Rhysand, porém tinham tons de ametista. Já o do pequeno mocinho a cor era de um de azul acinzentado, igual os da Feyre, mas seus olhos tinham tons de turquesa. A pele deles eram pardas com um brilho dourado, e uma covinha somente em um lado da bochecha. Tinham cabelos pretos tão escuros quanto do Rhys, sobrancelhas marcantes, cílios enormes, o queixo do pai, e o nariz da mãe. Realmente eram os bebês mais lindos de toda a Prynthian.

- Devo dizer que são muito parecidos comigo – disse Rhysand petulante.

- Não seja convencido, eles se parecem muito mais comigo do que com você!

- Você acha mesmo isso?! Bom, os cabelos são iguais aos meus.

- O nariz deles são iguais ao meu.

- Mas o queixo não.

- Mas as sobrancelhas sim.

- Por acaso isso é uma competição, Feyre Querida?!

- Você que começou! – um olhou para o outro e riram com um olhar de ternura para os dois pequenos em seus braços. – Eles são os bebês mais lindos que já vi!

- Não poderia ser diferente.

- Chega Rhysand!

- Você sabia que é a mãe mais linda de toda a Prynthian?! – um rubor passou diante do rosto da Feyre, e Rhys disse em seu ouvido – E quando fica brava assim, e franze esse nariz, fica tão... tentadora – ainda em um tom mais perverso – Uma pena que tenhamos que esperar 3 semanas Feyre Querida, mas não se preocupe, vou fazer valer a pena quando isso acabar.

Feyre engoliu em seco, tentando controlar sua respiração, e pensava consigo mesma: *Como posso me sentir tão nervosa quando estou perto dele?! Depois de tudo que passamos e somos um para o outro?!*

*Pode ter certeza que esse sentimento é reciproco! *

* Para de ser enxerido! * E levantou uma muralha, Rhys gargalhou.

Ambos estavam tão felizes naquele ninho que só pertencia aos dois, quer dizer aos quatro, que não viram as horas passarem. O casal de gêmeos já estava dormindo, quando de repente Feyre se lembrou:

- Não demos nomes a eles!

- Estava esperando minha parceira acordar, mas já pensei em alguns.

- E lá vamos nós para mais uma guerra – disse Feyre com zombaria.

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Depois de três semanas, que pareciam anos, finalmente Feyre conseguiu voltar ao seu estado normal. Jamais foi tão paparicada por todos, principalmente por Rhysand, que dizia que até sua respiração deveria ser mais cautelosa... Pelos Deuses! Era difícil respirar tranquilamente, com um protetor coruja velando o sono dela dia e noite.

Em uma noite de jantar, eles chamaram seu círculo íntimo, pois tinham um comunicado muito importante para dizer.

- Antes de começarmos a jantar, o Rhys e eu temos algo muito importante pra dizer a vocês. – Feyre estava segurando a sua pequena no colo, enquanto Rhys segurava o seu pequeno.

- Não me diga que você engravidou de novo Feyre?! Se for verdade Rhys, você está de parabéns! – disse Cassian olhando para o Rhysand desafiando a tentar socá-lo.

Nestha o fuzilou com os olhos:

- Não seja estúpido! Ignorem-no – enquanto Cassian assentia como um desafio.

Cassian chegou perto do ouvido de Nestha, no momento em que todos estavam falando ao mesmo tempo, e sussurrou:

– Mais tarde eu irei ignorar todos os seus protestos, e farei você implorar a noite toda... – Nestha engoliu em seco, e se contorceu na cadeira.

- Bom – Feyre prosseguiu com o seu discurso – Gostaríamos de apresentar oficialmente o nosso pequeno Órion, e a nossa pequena Zaniah.

Todos ficaram em silêncio. Menos o Cassian, é claro:

- De onde vocês tiraram esses nomes?!

- Das estrelas Cassian! – falou Rhys, querendo dizer: Se você falar mais alguma coisa, juro que arrancarei a sua língua.

- São lindos! E únicos, como devem ser, já que não existem bebês mais graciosos e amáveis – a última palavra não se enquadraria muito na situação, mas mesmo assim, ninguém ousou contestar a afirmação de Elain.

Os bebês eram as coisas mais lindas, choronas e instáveis de todo a corte. Ninguém conseguia mais dormir naquela casa, Feyre e Rhysand estavam mentalmente e fisicamente cansados. E as visitas haviam diminuído gradualmente. Felizmente, os gêmeos, por algum milagre, estavam bem calmos no jantar.

- Contando que não tenham uma irmandade amaldiçoada, por mim eles podem ser chamados até de Lua, que não irei me importar – disse Amren com acidez.

Rhys respondeu em um tom irônico:

- Como você é amável!

E Amren levantou a taça em um sinal de aprovação pela sua amabilidade, enquanto Feyre espantada indagou:

- Como assim amaldiçoados?!

Az estava já se escondendo nas sombras; Mor levou a taça de vinho a boca; Cassian ficou calado e Nestha tensa; Elain estava tocando a barra do vestido com as mãos trêmulas; e Amren a encarava com o olhar implacável:

- Rhysand não te contou?! – ela deu uma risada amarga, enquanto Feyre olhava para o rosto indecifrável de Rhys – Bom, não sabemos muito bem como lidar com gêmeos feéricos. Eles são diferentes do resto de nosso povo, que nasceu normalmente.

- Está me dizendo que meus filhos não são normais?! – fúria envolvia os olhos da Feyre.

- Estou dizendo que eles têm algumas características diferentes de nós, mas isso não quer dizer que os tornem menos feéricos.

- Será que dá pra ser mais objetiva?!

Com um tom irritado, Amren continuou:

- Seus filhos são raros Feyre, em toda minha existência nunca vi mais de 1 casal de gêmeos. Tenho um conhecimento limitado, mas posso dizer, que além dos poderes, eles têm uma ligação que podem levá-los a salvação, ou a destruição dos dois.

Feyre parou de respirar, e Amren prosseguiu:

- Se não controlados, eles se tornam indomáveis. Devemos descobrir como lidar com essa ligação de irmandade, antes deles enlouquecerem.

Um silêncio imperou na sala de jantar.

- Todos sabiam disso?!

Rhys interviu:

- Descobrimos assim que os gêmeos nasceram, não queríamos falar com você sobre isso, porque ainda estava se recuperando. – com um olhar cansado, Rhys suspirou – E eu não pretendia contar hoje!

Feyre não sabia o que dizer, parecia que o chão sob os seus pés estava se dissolvendo.

Nuala e Cerridwen vendo a situação, pegou os gêmeos, com uma certa relutância de Feyre, e os levou para o quarto deles.

Rhys pegou as suas mãos, ambos ainda em pé, olhou nos seus olhos e disse:

- Vamos conseguir resolver isso, sempre conseguimos, juntos.

Feyre assentiu, e calmamente foi levada por ele para se sentar, embora já tivesse perdido a fome, se esforçou mentalmente para conseguir comer a comida. Enquanto isso, Rhys pegou o prato, e a serviu.

Quando todos ainda estavam atônitos, Cassian finalmente falou:

- Acho que está na hora de comermos...

A Corte dos SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora