Querido Papai Noel... -Spin-Off de Sem Rodinhas [CONCLUÍDA]

Capítulo 6

— Tudo bem, tia Lauren! Eu sei onde é. Estou pegando a minha bolsa e já saio para encontrar com a senhora. — Confirmei pela milésima vez, enquanto vestia um casaco preto de pano leve e espiava dentro da bolsa para ver se não tinha nenhum documento faltando ou as chaves que a família Wright tinha me dado temporariamente.

— Certo, querida! Estarei te esperando na porta do prédio. Até mais! — Depois de ouvir um som de beijo, percebi que a ligação tinha sido desligada ao ouvir o “bip bip bip” e revirei os olhos. Tia Lauren e sua mania de não esperar os outros responderem para desligar…

— Mesmo sabendo que isso será o melhor para você, sentirei saudades das nossas festas do pijama infinitas. — Comentou Alyssa sem tirar os olhos de algo em seu telefone.

— E eu sentirei falta das tranças que você faz em mim. — A voz de Isabel foi abafada pelo travesseiro que ela tinha colocado em seu rosto. A garota se encontrava esparramada na cama da irmã, que tinha sido arrumada edredom branco. — A sua trança da Elsa é mil vezes melhor do que a da minha irmã.

— Ei! — Pela primeira vez a mais velha desviou o olhar da tela do celular e encarou Bebel incrédula. — Muito bom saber. Da próxima vez vá até a nova casa da Hurri para pedir um penteado, então.

    As duas continuaram brigando atrás de mim e eu me virei para observar o meu visual no grande espelho que Aly tinha em seu quarto. Meu short jeans escuro e minha blusa azul estavam me satisfazendo, mas algo em meu cabelo estava me incomodando, então o prendi em um coque no topo da cabeça e sorri com o resultado.

    Depois que briguei com minha mãe e saí de casa, minha tia se revoltou ao saber de tudo o que aconteceu e resolveu que já era hora de sair da casa da irmã, então começou a procurar apartamentos para que morássemos juntas. O que veríamos hoje seria o terceiro e esperávamos gostar dele, para que pudéssemos, enfim, nos mudarmos e acabar com toda aquela agonia. Não que eu estivesse odiando ficar na casa dos Wright, na verdade eu gostava. Como Alyssa mesma disse: era uma festa do pijama infinita, mas aquela dali não era a minha casa e apesar de dizerem que eu não estava atrapalhando, sentia que tirava a privacidade deles.

— Meninas, eu estou saindo. Se os seus pais perguntarem, por favor, avise que eu estou com a minha tia. — Os pais de Isabel e Alyssa eram uns verdadeiros amores, sempre se preocupando com o meu bem-estar, mesmo estando no trabalho.

— Tudo bem! — Aly e Bebel disseram juntas.

   

    Depois de sair do quarto da minha amiga, sair do corredor e passar pela sala, eu abri a porta da frente, pronta para sair, quando vi que minha mãe com a mão estendida, como se estivesse pronta para tocar a campainha.

“O que ela está fazendo aqui?” — Minha mente indagou estarrecida e eu não soube o que responder. Tentava projetar mil e um cenários em minha mente, mas nenhum deles fazia sentido.