Bônus

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     A manhã de natal já tinha passado repleta de presentes, um café da manhã delicioso e muitas brincadeiras em família, já que todo o bonde Patel tinha dormido em minha casa na noite anterior

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     A manhã de natal já tinha passado repleta de presentes, um café da manhã delicioso e muitas brincadeiras em família, já que todo o bonde Patel tinha dormido em minha casa na noite anterior. 

     Toda a animação com as trocas de presentes já havia ido embora e naquele momento estávamos nós, mais uma vez, jogados em vários cantos da sala, cansados de tanto comer — e ainda nem tinha se passado das 11:00h. Eu estava deitada no chão, próximo a árvore de natal, observando o teto, enquanto cantarolava "Last Christmas" da dupla pop Wham! distraidamente. Às vezes espiava a tela do celular de minha irmã, que estava deitada ao meu lado, digitando furtivamente alguma mensagem com um sorriso bobo no rosto. 

— Com quem você tanto fala? — Perguntei me fazendo de boba. 

— Você sabe com quem. — Flora respondeu sem ao menos tirar os olhos do aparelho. 

      Ela e Augusto, nosso amigo da escola, vinham tendo um tipo de rolo desde o meio do ano, quando ele a levou ao baile. Eles flertavam e implicavam um com o outro o tempo todo, fazendo com que nossos amigos e eu achássemos que daria namoro. O grande problema aconteceu quando Aaron Cooper surgiu, sendo gentil e chamando a atenção dela novamente — uma história longa demais para ser explicada por mim. Apenas saiba que ele a colocou em meio a uma aposta, onde teria que transar com ela —, partindo seu coração mais uma vez e deixando-a com um pé atrás com relação a todos os homens. Desde então, o flerte de Flora com Gus tinha murchado — ou era isso o que eu achava até aquele momento. 

— Vocês deveriam se beijar logo. — Comentei com quem não quer nada. 

— E você deveria procurar outra pessoa para encher o saco, Muriel. 

        Sabendo que levaria um tapa caso a perturbasse novamente, olhei ao redor a procura de algo para fazer ou alguém para implicar, mas nada vinha à minha mente. Hurricane estava passando o dia de natal com a família e eu não queria atrapalhá-la, ainda mais depois que fizera as pazes com a mãe, então ela também não era uma opção. 

         Varrendo a sala com o olhar, minha atenção foi puxada para as meias de natal, mais precisamente para a com o meu nome, que parecia ter algo dentro, mas não me lembrava de ter deixado algo lá, pendurada em nossa lareira. Curiosa, me levantei e aproximei-me dela, enfiando a mão dentro e me surpreendendo ao encontrar um envelope, com o meu nome escrito no envelope em uma linda letra cursiva desconhecida por mim, não se parecia com a de nenhum parente. 

           Corri de fininho em direção às escadas e subi para o meu quarto, não tardando em abrir o envelope no instante em que fechei a porta. 

"      Querida Muriel, 

vi que, apesar das dificuldades, 2019 foi um bom ano para você e fico imensamente feliz em saber disso. 

       Cultivar um relacionamento não é uma coisa fácil e falo isso por experiência própria. Ou você acha mesmo que a Mamãe Noel é uma mulher fácil de lidar? Mas tudo é questão de jeitinho e paciência. Essas são as chaves para algo duradouro, além do amor, é claro, mas isso você e Hurricane têm de sobra. 

      Apesar de já ser um cara já bem velho, ainda sou um homem bastante romântico e confesso que fiquei extremamente tocado com a sua carta, por isso resolvi ajudá-las. Admito que não foi algo não difícil, já que o amor de vocês é algo tão poderoso que é possível enxergar do espaço, então só precisaram de um empurrãozinho e um pouco da magia do natal. Espero ter ajudado! 

       Desejo que vocês duas sejam muito felizes e que toda essa magia sempre habite em seus corações. Que venham muitos e muitos natais para vocês. 

       Até a próxima! 

       Com amor, o bom velhinho (mais conhecido como Papai Noel). 

        Ho! Ho! Ho!"

      Com o coração acelerado e as mãos tremendo, eu encarava aquela carta estupefata. "Como isso é possível?" — Era tudo o que eu conseguia me perguntar. Mas eu não precisava realmente de respostas, pois conseguia sentir aquela magia a minha volta desde o momento em que a minha cartinha, com toda a minha fé depositada nela, fora escrita e guardada à espera de Noel — mesmo achando que ele não teria tempo para ler as lamentações de uma adolescente em crise. 

— Obrigada, Papai Noel! — Agradeci baixinho, abraçada a carta. 

      O que fazia o natal ser especial, além de, obviamente, o nascimento do menino Jesus, era toda a magia que toda criança tinha, mas que perdíamos ao crescer. O que todos precisavam enxergar, era que não importava a idade, o importante era acreditar que tudo se resolveria, principalmente se você pedisse com fé ao Bom Velhinho. 




Querido Papai Noel... -Spin-Off de Sem Rodinhas [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora