A foto que havia caído no chão. Uma foto que me causava arrepios apenas de lembrar. Uma foto cheia de significados. Uma foto dela.Lágrimas insistiam em descer por meus olhos, a dor da perda e da solidão, estava me assolando. Encarando a foto, passei meus dedos por seu rosto que hoje, não conheço mais.
- Droga querida, o que foi que você fez?
Na foto eu estava com minha recepcionista, amiga e assistente pessoal, Débora, juntamente à sua irmã: Cristine, minha querida Cristine.
O sorriso de Cristine era contagiante naquela foto. Seus olhos brilhavam de alegria e excitação momentânea. Estávamos felizes.O preço da felicidade, pode matar.
Aquela foto foi tirada quando Márcio havia me convidado para participar de uma festa comemorativa ao sucesso de um contrato assinado com um grande patrocinador de seus negócios ilícitos.
A festa era grande. Pessoas influentes de todos os lugares estavam no local.
Quando cheguei ao lugar marcado às dez horas e vinte e três minutos de um sábado de julho há 5 anos, eu me deparei com uma mansão atrás de grandes grades pretas com seguranças do dobro do meu tamanho, na frente da porta.
Após dizer-lhes o meu nome, eu facilmente adentrei a residência.
O lugar era luxuoso. Mulheres com vestidos lindos e brilhantes, estavam em massa no lugar.
A sala onde ocorria o evento, tinha um aspecto contemporâneo com seus tons de bege e cinza, mas ao também havia um toque um tanto quando memorável com sua decoração e arquiteturas, completamente antigas e conservadas.
Um buffet estava servido ao canto esquerdo de uma lareira posicionada à frente de uma mesa com champanhe e distintos tipos de vinhos, ao centro da sala.
Os rostos eram familiares, brevemente acenei para quem conhecia ou havia visto em algum momento esquecido de minha vida.Por mais que eu tentasse encontrar Márcio, não o achava em lugar algum.
Estava sentada em uma das cadeiras dispostas ao lado do buffet, quando durante um familiar sentimento de solidão me tomou a mente, resolvi discar o número de Débora e a convidar para festa.
Débora não sabia de minha história com Márcio, mas ela jamais dispensaria uma festa luxuosa e com comida à vontade.- Alô? Débora querida, eu estou em uma festa neste exato momento e tenho uma proposta para lhe fazer. Você está ocupada?
-Liza, olá! Pensei que estivesse fora da cidade esse fim de semana, estou surpresa por ter entrado em contato comigo. Não estou ocupada, mas estou com minha irmã ,Cristine, em minha casa durante a semana.
- Os negócios foram ótimos em Los Angeles, voltei para o Brasil com antecedência. - após uma breve pausa, limpei minha garganta e continuei-Eu estou na casa de um velho conhecido. Ele está dando uma festa com direito a vestidos caros e brilhantes demais, com um buffet para alimentar dezoito famílias do Brooklin e eu nem ouso falar das bebidas. Venha para a festa, traga a sua irmã e vamos curtir a noite juntas.
- Que proposta irrecusável! É uma tentação admito, mas eu não tenho roupas para essa ocasião e acredito que Cristine também não. - ouvi um suspiro no outro lado da linha e logo um estalo de dedos foi escutado. - Tenho uma ideia: eu conheço uma mulher que pode me ajudar com isso a essa hora da noite. Liz, me passe o endereço por mensagem que eu já estou a caminho.
- Ótimo, vou lhe enviar e logo nos encontramos aqui. Estarei no portão te aguardando.
- Te vejo em uma hora, até mais.
Ao desligar o telefone, pairei meus olhos sobre o lugar: pessoas rindo, dançando, comendo e se divertindo, com suas roupas caras e de marca. Fui até o barman e pedi uma marguerita. Fiquei aguardando a chegada das meninas.
Após uma hora e meia de conversa jogada aos ventos com diversas pessoas que insistiam em conversar comigo, Débora me manda uma mensagem dizendo que estava ao meu aguardo.
Fui ao encontro dela e quando cheguei, não fiquei surpresa com o que vi: Débora estava radiante com seus cabelos ondulados e com uma maquiagem digna de um prêmio. Seu vestido era preto com um decote em V matador. Sua bolsa de grife, estava em suas mãos com unhas pintadas de vermelho púrpura.
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R.Augusta: A Sétima chave
Roman d'amourSegredos foram criados para serem guardados. Guarde-os ou morra tentando. No auge de seus 32 anos, Elizabeth Almeida, ou Liza para os mais próximos, comanda um dos maiores bordéis clandestinos de São Paulo: "A tentação da noite", ou melhor dizendo...